TIPOLOGIA
TEXTUAL
Os tipos de texto são
classificados em:
• Descrição
• Narração
• Dissertação
(argumentativa e expositiva)
• Injunção
• Dialogal
• DESCRIÇÃO é o ato de descrever alguém ou alguma coisa -
ambiente, lugar, objeto, paisagem, quadro. Descrever é fazer um retrato verbal
sobre alguém ou algo que você acabou de ver ou conhecer. Uso de adjetivos e
comparações. Cena estática. Pode aparecer em sequências narrativas (como a
crônica lida em sala), dissertativas, etc.
• Predominância em:
cardápio, folheto turístico, anúncio classificado.
• NARRAÇÃO é o ato de relatar um fato, fictício ou não, que
ocorreu em um determinado tempo e lugar, envolvendo personagens em torno de um
conflito. Se não existir conflito teremos apenas um relato.
• Há relação de
anterioridade e posterioridade. Tempo verbal predominante: pretérito (passado).
• Exemplos: conto,
fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato.
• Uso de discurso direto
– fala direta do personagem – e discurso indireto – fala indireta do
personagem:
DISCURSO consiste na forma de
manifestação da VOZ (fala e pensamento) da PERSONAGEM.
Os TIPOS DE DISCURSO correspondem
às opções do narrador para manifestar essa voz. Os discursos são três (o edital
solicita que você estude apena os dois primeiros).
I – DIRETO: Narrador dá voz à personagem de modo total.
Há reprodução fiel do falar/pensar da personagem. Esse
recurso cria efeito de realidade, verossimilhança.
Há,
geralmente, emprego de pontuação específica (dois-pontos, aspas,
travessão, etc.) e verbos de elocução (dizer, pensar, falar, perguntar,
etc.).
EXEMPLO:
Já na
primeira semana de aula, o professor disse aos alunos:
—
Amanhã, vocês entenderão como somos tratados aqui!
II -
INDIRETO:
Narrador dá voz à personagem de modo parcial. Há interferência, mediação do falar/pensar
da
personagem.
Esse recurso cria
efeito de afastamento, parcialidade.
Há,
geralmente, emprego de
oração
subordinada à
voz do narrador,
através de conjunção específica (que ou se).
EXEMPLO:
Já na
primeira semana de aula, o professor disse aos alunos que, no dia seguinte,
eles entenderiam como eram tratados naquele lugar!
• DISSERTAÇÃO é o desenvolvimento ou explicação sobre um
assunto, é discutir um ponto de vista (tese). Pode ter caráter expositivo ou
argumentativo. Apresenta como tempo verbal predominante o presente do
indicativo e por tratar de temas universais o tempo atemporal. Aborda temas abstratos e polêmicos.
Dissertação - Exposição
• Apresenta um saber já
construído e legitimado.
• Apresenta ideias de
modo objetivo.
• Expõe ideias sobre
determinado assunto.
• A intenção é informar,
esclarecer.
• Exemplos: textos científicos,
enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais.
Dissertação-Argumentação
• Apresenta a defesa de
ideias ou o ponto de vista do autor.
• Além de explicar,
persuade também o leitor, com objetivo de convencê-lo de algo.
• Utiliza-se da
linguagem denotativa.
• Apresenta progressão
lógica de ideias.
O autor vale-se de
estratégias argumentativas: exemplos, comparação, dados estatísticos, causa e consequência,
autoridade, etc.
• Exemplos: monografia,
dissertação-argumentativa, editorial de jornais e revistas, artigos de opinião,
etc.
• INJUNÇÃO
• É instruir ou orientar
alguém sobre como realizar uma ação.
• Utiliza linguagem
objetiva e simples.
• Verbos, geralmente, no
modo imperativo.
• Exemplos: manuais e
instruções para montagem ou uso de aparelhos, receitas, horóscopos, cartões de
Natal.
• DIALOGAL/CONVERSACIONAL
• Apresenta um diálogo
entre os interlocutores.
• Exemplos: entrevista,
conversa telefônica, tirinhas, chat, WhatsApp.
PARÁFRASE,
PERÍFRASE, SÍNTESE E RESUMO
A paráfrase é um texto que traz as mesmas informações de um
outro texto, por meio de outras palavras (...). Parafrasear, portanto, é
expressar as ideias de alguém com uma construção e um vocabulário próprios. No
entanto, as informações devem ser fiéis às ideias do texto original. Ao parafrasearmos
um texto, deve haver uma citação explícita de seu autor, pois, caso contrário,
pode ser considerado plágio. Exemplo:
Texto original
“Muitas, mas muitas
pessoas não sabem como fazer uma paráfrase, pois nunca viram um exemplo”
(GERENT, 2014).
Paráfrase
Gerent (2014) afirma que
há um grande número de pessoas que não entendem como fazer uma paráfrase por
nunca terem visto um exemplo.
A perífrase é a utilização de várias palavras no lugar de
poucas ou de apenas uma. Trata-se de um interessante mecanismo de coesão.
Veja:
I. Policiais são
mais do que necessários em estádios de futebol; a presença de homens
treinados para garantir a ordem e a segurança faz-se imprescindível em
grandes clássicos futebolísticos.
Note que “homens
treinados para garantir a ordem e a segurança” é uma forma de retomar
“policiais”.
A síntese é usada de forma similar
a um resumo. A síntese de um
livro, por exemplo, expressa as suas ideias principais. O resumo, por
sua vez, é a apresentação reduzida e resumida de todos os conteúdos.
Diferente do
resumo, a síntese é um novo texto e pode ser alterada.
A síntese
utiliza uma linguagem mais voltada ao leitor.
A síntese
utiliza uma linguagem menos informativa e objetiva e mais apreciativa,
destacando as intenções do autor.
Resumo é a condensação máxima das informações de um
texto original; nele, mostra-se capacidade de objetividade e clareza, em que, de
forma breve, apresentam-se os dados originais do texto que serviu de base, na
mesma ordem. Além do mais, no resumo, é conveniente, na medida do possível, que
se mantenha o discurso, o estilo do texto original.
Exemplo de resumo
Primeiramente, será
apresentado um trecho do livro A criança, o livro e a escola, de Regina Zilberman.
Em seguida, um possível resumo desse texto.
A escola tem, neste processo,
uma atuação preponderante, que cabe especificar. Como assume um duplo papel – o
de introduzir a criança na vida adulta, mas, ao mesmo tempo, o de protegê-la
contra as agressões do mundo exterior – ela se identifica com as contradições
antes expostas, refletindo-as de modo visível. Em primeiro lugar, acentua a
divisão entre o indivíduo e a sociedade, ao retirar o aluno da família e da
coletividade, encerrando-o numa sala de aula em que tudo contraria a
experiência que até então tivera. Ao invés de uma hierarquia social, vive
uma comunidade em que todos são igualados na impotência: perante a autoridade
do mestre e, mais adiante, da própria instituição educacional, todos estão
despojados de qualquer poder. Em vez de um convívio social múltiplo, com
pessoas de variadas procedências, reúne um grupo homogeneizado porque
compartilha a mesma idade; e impede que se organize a vida comunitária, já
que todos são obrigados a ficar de costas uns para os outros, de frente apenas para
um alvo investido de autoridade – o professor.
O sistema de clausura
coroa o processo: a escola fecha suas portas para o mundo exterior e, se
o regime de internatos entrou em franca decadência, isto não significa que seu
modo de pensar a realidade tenha sido suplantado. Pois o prédio do colégio
permaneceu como um espaço separado da coletividade e, muitas vezes, fechado
ao adverso a seu interesse. (ZILBERMAN, Regina. A
Literatura Infantil na escola. 6. ed. São Paulo: Global, 1987.)
Resumo:
A escola promove a
separação entre indivíduos e sociedade, pois retira o aluno da comunidade e o
tranca numa sala de aula em que todos são iguais diante da autoridade do
professor. Na sala de aula, o aluno não terá contato com pessoas diferentes,
pois os colegas são da mesma idade. Até mesmo a construção do prédio escolar
reforça essa separação. A escola permanece como um espaço privado que fecha
suas portas para o mundo exterior. (LUFT, Celso P. Novo manual de Português.
São Paulo: Globo, 2005.)
EXERCÍCIOS
Desaparecidos
No Brasil não existem dados oficiais que
determinem a quantidade de crianças e adolescentes desaparecidos anualmente;
contudo, dos casos registrados, um percentual de 10 a 15% permanecem sem
solução por um longo período de tempo, e, às vezes, jamais são resolvidos.
Visando a dar visibilidade a essa problemática, a Secretária Especial de
Direitos Humanos, desde 2002, constituiu uma rede nacional de identificação e
localização de crianças e adolescentes desaparecidos, com o objetivo de criar e
articular serviços especializados de atendimento ao público e coordenar um
esforço coletivo e de âmbito nacional para busca e localização dos
desaparecidos. Hoje temos cadastrados no site da ReDesap 1.247 casos de
crianças e adolescentes desaparecidos no País. Desde a sua criação já foram
solucionados 725 casos, sendo que se constatou que umas das causas mais comuns
de desaparecimento é a fuga do lar por conflito familiar. (...). (Fonte:http://www.desaparecidos.mj.gov.br/Desaparecidos/).
Questão 01 - O texto é, predominantemente,
A) narrativo.
B) argumentativo.
C) injuntivo.
D) expositivo.
E) dialogado.
O projeto original do Metrô/DF é composto por
29 estações, das quais 21 estão em funcionamento. Possui ,
atualmente, uma frota de 20 trens, e transporta uma média de 150 mil
passageiros ao dia — de segunda a sexta-feira, das 6h às 23h30, e aos sábados,
domingos e feriados, das 7h às 19h.
As linhas do Metrô/DF possuem a forma da letra
Y. Dos 42,38 Km
de extensão, 19, 19 Km
interligam a estação Central — localizada na rodoviária do plano piloto de
Brasília — à Estação Águas Claras. Outros 14,31 Km compreendem o
ramal que parte da estação Águas Claras, percorrendo Taguatinga Centro e Norte,
até Ceilândia. Por fim, 8,8
Km abrangem
o trecho que liga a estação Águas Claras, via Taguatinga Sul, até Samambaia.
A linha principal é subterrânea na Asa Sul. As
estações operacionais da região possuem passagens subterrâneas que dão acesso
às superquadras 100 e 200, e aos pontos de ônibus dos Eixos W e L Sul, nos dois
sentidos. Em seguida passa pelo Setor Policial Sul, onde se localiza a Estação
Asa Sul, também chamada de terminal Asa Sul, em razão de integração com o
sistema de transporte rodoviário. A linha atravessa a via EPIA, Guará, Setor de
Mansões Park Way, até chegar a Águas Claras. Nesse percurso, há trechos de
linha em superfície e também em trincheira — área subterrânea sem cobertura.
Ainda nesse trecho, será construído o novo terminal rodoviário interestadual de
Brasília, ao lado da estação Shopping.
É na estação Águas Claras que a linha principal
se divide em dois ramais. O ramal com destino a Samambaia passa por Taguatinga
Sul, cruzando a via EPTC — Pistão Sul, até chegar ao centro de Samambaia. Esse
trecho é percorrido em superfície e possui quatro estações.
Poderão ser construídos mais oito terminais
rodoviários junto às estações do Metro/DF para contribuir com a implantação do
Programa Brasília Integrada que prevê a integração entre os sistemas
rodoviário, metro ferroviário, incluindo o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Questão – 02 O texto apresentado tem como característica principal a
A) narração de fatos
geradores da história do metrô no DF.
B) descrição de elementos
da estrutura do metrô no DF.
C) exposição de um ponto
de vista acerca do metrô do DF.
D) defesa da implantação
de novos trechos do metrô no DF.
E) descrição de um
projeto de expansão do metrô no DF.
Sem privacidade
Ainda
é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos
outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo em
que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é impossível transitar por qualquer
espaço público sem recolher informações pessoais de todo mundo. Viajando de
ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal,
reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações
românticas, acordo de negócios, informações técnicas, transmissão de dados e um
sem-número de situações de que se é testemunha compulsória. Em clara e alta voz,
lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se por completo
a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais aberta
exposição.
Nas
redes sociais, emoções destemperadas convivem com confissões perturbadoras, o
humor de mau gosto disputa espaço com falácias políticas – tudo deixando ver
que agora o sujeito só pode existir na medida em que proclama para o mundo
inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação emotiva. É como se todos
se obrigassem a deixar bem claro para o resto da humanidade o sentido de sua
existência, seu propósito no mundo. A discrição, a fala contida, o recolhimento
íntimo parecem fazer parte de uma civilização extinta, de quando fazia sentido
proteger os limites da própria individualidade.
Em
meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as
reticências, a reflexão silenciosa e o olhar
contemplativo surgem como sintomas problemáticos de
alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no qual todos se obrigam a se falar,
na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse imenso ruído social, a
reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável egoísmo. Pretender
identificar-se como um sujeito singular passou a soar como uma provocação
escandalosa, em tempos de celebração do paradigma público da informação.
(Jeremias Tancredo Paz, inédito)
QUESTÃO 03 - Diante do fenômeno
caracterizado no texto como irrestrita divulgação da personalidade, seu
autor posiciona-se
(A)
com neutralidade, uma vez que se limita a descrever os novos procedimentos
tecnológicos que viabilizaram as várias conexões sociais.
(B)
de modo a confrontar a obsessão moderna pela irrefreável conectividade com a
privacidade que era preservada nas relações sociais do passado.
(C)
com relutância, mas não deixa de encaminhar sua adesão aos meios técnicos que
passaram a estabelecer novos vínculos entre as pessoas.
(D)
de modo a estabelecer um vínculo entre o cuidado que havia com a privacidade e
a forma pela qual esta inspirou o estabelecimento de conexões mais produtivas.
(E) de modo a avaliar, com a isenção possível,
as perdas e ganhos da nova conectividade social, comparada à inoperância dos
velhos canais de comunicação.
VEXAMES
Muita gente não sabe
usar um celular. Veja o que você NÃO deve fazer com ele.
• Não ande com o celular
pendurado na calça. Fica feio. Guarde-o na mochila. Dá para escutá-lo do mesmo
jeito.
• Desligue o celular
durante as aulas – ou em lugares públicos, como o cinema. Depois você acessa a
caixa postal e pega a mensagem.
• Nunca telefone durante
a aula. Não adianta se abaixar, nem cobrir o celular com o cabelo. As pessoas
vão perceber que você está ao telefone.
• Quando estiver com
apenas uma amiga, não fique horas falando ao celular.
• Não ofereça o seu
telefone só para ser simpática. Lembre-se da conta que vai chegar.
QUESTÃO 04 – Acerca do texto é correto afirmar:
A)
apresenta uma estrutura de diálogo ao mostrar troca de mensagens entre os
interlocutores.
B)
é um texto argumentativo, pois apresenta uma tese (não usar celular em casa)
seguida de argumentos.
C)
o uso de verbos no modo imperativo e a intenção de instruir o leitor permitem classificá-lo
como texto injuntivo.
D)
por apresentar uma análise dos aparelhos celulares podemos incluí-lo no rol de
textos dissertativos.
E)
apresenta uma sucessão de acontecimentos com o celular, personagem principal,
logo, trata de uma sequência narrativa.
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