segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

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Uma escola longe de nós: sobre o golpe na educação e as ocupações




1.            O Golpe na educação começou em 1964. A repressão aos professores, àqueles que tinham um pensamento crítico, progressista ou simplesmente livre, foi violenta. Da cassação à tortura, os professores foram humilhados de todas as formas. Sobreviveram, mas sob as piores condições.
2.            Como professora de filosofia, eu sempre disse aos meus alunos que eu só podia falar o que falo, tratar de conteúdos críticos nas nossas aulas, porque não estávamos mais na ditadura. Bom lembrar que a filosofia se tornou disciplina obrigatória no governo Lula depois de o governo FHC ter evitado que ela retornasse ao currículo do Ensino Médio.
3.            É sempre bom saber quem apoia e de quem não apoia a filosofia na escola, porque ela é uma parte essencial da formação das pessoas. A filosofia é importantíssima em qualquer escola em qualquer tempo. Não é a toa que, dentre as disciplinas humilhadas pelo sistema repressor, pela ditadura, a filosofia ficou sempre entre as mais humilhadas. Justamente por dar muito poder às pessoas. Por deslocar o sentido do poder, da força para a reflexão. O poder do pensamento, da análise, da crítica, do questionamento que, por isso mesmo, ameaça os poderosos e seus sistemas de verdades dogmáticas e prontas.
4.            Desde que estamos vivendo esse novo golpe, esse golpe muito baixo, desde que o autoritarismo usurpou o governo, estuprou a democracia e a lançou em coma num quarto escuro da história, eu penso no que acontecerá com os professores de filosofia que inevitavelmente fazem política ao lecionar em nome do pensamento lúcido e crítico.
5.            Quem não entendeu que a filosofia é uma política do pensamento, não entendeu nada de filosofia. Mas isso é assunto para outro momento.
6.            A profissão de ensinar, da qual qualquer pessoa poderia se orgulhar, é tratada desde a ditadura militar, essa que ressuscita agora sem ajuda de militares, como motivo de vergonha para muitos. Os professores são humilhados pelo capitalismo por meio de salários cada vez mais baixos. Sabemos que uma das armas do extermínio capitalista é o salário das pessoas. A dignidade fica ameaçada quando, num contexto em que a materialidade da vida está ameaçada por falta de condições, não se tem, por exemplo, dinheiro para pagar a conta de luz e é preciso comprar um livro.
7.            A educação é tratada desde a ditadura militar em sua aliança com o capitalismo como algo supérfluo, como mercadoria, não como um direito das pessoas, sobretudo dos jovens, mas como um luxo que pode adquirir aquele que pode tem dinheiro para pagar. Espera-se de quem quer ser professor que seja herói ou que desista e procure coisa melhor para fazer. No senso comum não se diz de um professor que é alguém que não trabalha? É uma brincadeira de mau gosto, mas ela expressa a estupidez do senso comum, cruel como o sistema econômico e político que o administra por meio dos pensamentos prontos.
8.            Infelizmente, muitas pessoas são lavadas por pensamentos prontos. Elas perderam a noção de sociedade. Perderam a noção de ética e de política. Não imaginam que um projeto transformador de país precisa de um projeto de educação transformador. (Desvalorizar o trabalho intelectual é essencial para que a burrice vença de vez. Bom lembrar que o trabalho intelectual é um trabalho concreto como outro qualquer, exige esforço físico e psíquico, inclusive e muitas horas de dedicação e produz materialidades. Mas isso também é tema para outra hora)
9.            A repressão é promovida por indivíduos que agem em nome do sistema econômico e político. Aquilo que para o indivíduo autoritário em sua versão fascista é uma espécie de prazer em humilhar, para o sistema é certeza de lucro a curto, médio e longo prazo. O sistema conta com esse sacerdote, essa pessoa que adere a ele. Mas o projeto é sistêmico, não podemos culpar indivíduos.
10.          Nesse contexto, o que se projeta é a privatização almejada pelas economias neoliberais. Para quem não sabe o que é neoliberalismo, uma palavra muito usada e pouco analisada, podemos usar uma definição básica: neoliberalismo é um projeto de rebaixamento de tudo o que é ético e político ao econômico, de tudo o que é humano à mercadoria. No neoliberalismo a sociedade tem que viver em competição, e os que tem poder econômico devem vencer. Não há nenhum problema em ser vencedor, e nenhum problema em ser vencido do ponto de vista neoliberal. Por que os vencidos economicamente não contam no projeto de lucro geral. O problema é deles se morrerem de fome, sem escola, sem saúde. Para que fique tudo bem, a ideologia que se deve implantar é a do individualismo e da meritocracia. E cada um deve acreditar que tem o mérito e a força – ou que não os tem e desistir logo – e que pode ser melhor do que os outros. Deve também pensar que direitos são inúteis e que o que realmente importa é o vigor pessoal e a capacidade de competir.
11.          Falar disso cruamente não seria bom para o neoliberalismo. Por isso, muito se irritam com esse tipo de fala. O povo poderia se revoltar se soubesse que está marcado para morrer aos poucos. Convenhamos, é uma morte lenta a que se produz pela desigualdade. A morte rápida também ajuda. A morte de jovens negros e de indígenas, de pessoas trans, de travestis, de mulheres, faz parte da programação de matança geral dos indesejados para o sistema. No nosso caso ela começou há muito tempo e persiste até agora. Além disso, o Brasil sempre foi colônia e não perdeu esse dever inconsciente de servir ao estrangeiro que hoje fica claro nas formas de entreguismo econômico cada vez mais radical. Mas sobre isso também é preciso falar com mais tempo.
12.          No meio disso tudo, os estudantes secundaristas em 2016 por todo o Brasil nos fazem ver uma luz no fim do túnel. O que eles nos mostram é algo simples: se a educação foi abandonada agora ela precisa ser ocupada. Ontem, como hoje, os estudantes movem-se contra o golpe. Tentam salvar a educação salvando as escolas. Para isso, usam uma tática pacífica muito atual chamada ocupação. A tática da ocupação é corporal, territorial e geopolítica. Ora ocupamos aquilo que queremos questionar, ora ocupamos aquilo que queremos salvar. A escola nunca foi um paraíso, mas a ocupação dos estudantes, em qualquer tempo e lugar, tem o poder de ressignificar a educação para eles mesmos, para os professores, para a sociedade como um todo.
13.          Ontem fui à Ocupação da Escola Clélia Nanci, em São Gonçalo. Escolhi ir até lá porque era longe e fora dos circuitos mais acessíveis. A ocupação é sempre geopolítica e é normal preferir acessos mais fáceis. Mas a educação é também uma metáfora e uma “escola longe de nós” é mais ainda. Precisamos nos aproximar e para isso é preciso deslocar.
14.          Eu quis estar lá. Espero que eu tenha contribuído com aqueles estudantes heroicos que lutam por sua escola, por sua instituição tão longe de quaisquer holofotes, longe de atenções, ocultados pela grande mídia que atualmente faz o papel anti-educativo de desinformar. Lá na Ocupa Clélia tivemos uma aula de filosofia geral e de filosofia feminista com estudantes interessados e atentos. Éramos poucos e, felizes, realizamos o diálogo filosófico. Para mim, inesquecível.


(Eles não colocam o nome do autor do texto, mas apenas de qual site o texto foi baixado)
Autora desse texto é Márcia Tiburi, foi extraído do site da revista cult.

QUESTÃO 01 – A ditadura militar foi um período marcado por grandes repressões voltadas para aqueles que não concordavam e não eram passivos diante do quadro político em que o país se encontrava. De acordo com o texto, uma das formas de repressão foi:
a) A perseguição aos partidos políticos formados pela classe pensante da época, representados pelos professores de filosofia.
b) A cassação e a tortura de professores que realizavam movimentos pró-democracia a partir de uma ideologia progressista e libertária.
c) A perseguição aos professores que se posicionavam por meio de pensamentos críticos, progressistas ou livres.
d) A discriminação e humilhação que os professores sofreram pós-ditadura, e que foram marcados, sobretudo, pela intensa cassação e processo de exílio frequentes.
e) A redução dos direitos e prerrogativas conquistadas pelos professores no período do regime militar.

QUESTÃO 02 – De acordo com o texto, o fim do golpe militar de 1964 pode ser visto, entre outros fatores, com:
a) A liberdade em se trabalhar com conteúdos críticos dentro de sala de aula.
b) A inserção da disciplina de filosofia ao currículo do ensino médio concedida pelo governo FHC.
c) O amplo acesso à escola e ao ensino de qualidade.
d) A inserção da disciplina de filosofia em escolas públicas como disciplina complementar ao ensino médio.
e) As conquistas alcançadas pelos professores relacionadas ao salário e plano de carreira.

QUESTÃO 03 – O texto afirma que dentre as disciplinas humilhadas pelo sistema repressor, pela ditadura, a filosofia ficou sempre entre as mais humilhadas, isso porque:
a) A filosofia trata de conteúdos críticos que instigam e propagam a rebelião e ódio ao sistema governamental.
b) A filosofia é uma das maneiras que reforça e complementa a formação das pessoas.
c) A filosofia concede às pessoas o poder relacionado ao pensamento e à reflexão.
d) A filosofia dá força para reflexão e para o estabelecimento de verdades prontas que ameaçam os poderosos.
e) A filosofia leva ao pensamento crítico, à análise e ao questionamento e, que consequentemente, implanta verdades dogmáticas que vão de encontro ao sistema político e econômico.

QUESTÃO 04 – Apesar do fim da ditadura militar, o texto afirma que a educação enfrenta uma nova forma de opressão que pode ser vista com:
a) A nova implantação da ditadura de em forma de autoritarismo que está reprimindo os professores de filosofia por utilizarem a sala de aula como palanque político.
b) A ruptura da filosofia definida como a disciplina do pensamento livre e consciente para ser conceituada como a política do pensamento.
c) O rebaixamento da profissão de ensinar em que os professores são humilhados de várias formas, como por meio de salários cada vez mais baixos.
d) A repressão e a censura em que a mídia está subjugada, sendo utilizada como ferramenta e porta-voz pelos educadores “antidemocracia”.
e) A substituição da democracia pelo capitalismo que levam aos docentes a condições miseráveis de sobrevivência.


QUESTÃO 05 – De acordo com as ideias do texto, a educação de acordo com o sistema capitalista:
a) É vista como algo intransferível, e que só é possível realizar através de meios econômicos.
b) Representa altos gastos pelo governo, o que leva a uma inversão de valores.
c) É vista como um bem econômico adquirido e não como uma garantia para todos.
d) É vista como um direito conquistado por todos, mas que ainda é um luxo para muitos.
e) É a saída para profissionais da educação alcançarem um lugar digno na sociedade.

QUESTÃO 06 – O texto apresenta uma das afirmações proferidas pelo senso comum sobre os educadores, em que:
a) O professor é visto como o responsável pela transformação de um país.
b) O professor é aquele que se sacrifica para ser recompensado pelos frutos de seu trabalho...
c) O trabalho do professor envolve apenas esforço intelectual e psicológico.
d) O trabalho do professor é visto como algo banal e sem necessidades de esforços significativos.
e) O professor é visto como um herói que se esforça a ponto de não desistir pelo que faz, ainda que sob as piores condições.

QUESTÃO 07 – O texto aponta que a repressão é marcada por ideias de cunho econômico e político, em que:
a) Destaca-se pela tríade: fascismo – educação – sistema vigente.
b) Possui dois fatores que se comungam: o indivíduo autoritário em sua versão fascista e o sistema.
c) É alimentado por ideologias socialistas e totalitárias.
d) As ideologias fascistas são aderidas pelo sistema vigente.
e) A repressão é antissistêmica e é marcada por atitudes de indivíduos que agem em favor do fascismo e do anarquismo.





QUESTÃO 08 – De acordo com o texto, o Neoliberalismo:
a) Trabalha com a privatização das escolas.
b) É caracterizado pela inserção de tudo o que é político e ético à mercadoria.
c) Defende a competitividade entre as classes sociais como fator de ascensão social para os menos favorecidos.
d) Baseia-se no individualismo, no mérito e na competência como fatores decisivos para ascensão e sobrevivência na sociedade.
e) Defende aqueles que são vencidos economicamente e os que não contam no projeto de lucro geral.

QUESTÃO 09 – Apesar de golpes e repressões contra a educação, há movimentos que procuram resgatar o seu valor. De acordo com o texto, esse movimento:
a) Está relacionado com a construção de escolas em lugares de periferia, apresentando-se como porta de saída para alunos que vivem na miséria.
b) Refere-se à iniciativa de estudantes que buscam salvar as escolas por meio de uma ação chamada Ocupação.
c) Ressalta a ressignificação dada por professores sobre o ato de educar, que ganha outras formas relacionadas ao aspecto corporal, territorial e geopolítico.
d) Trabalha com a tomada e a resistência na permanência em escolas que foram abandonadas, promovendo a ressignificação da educação para alunos e professores.
e) Está relacionado com a iniciativa de professores em lecionar aulas em lugares menos acessíveis e longe dos holofotes da mídia.

QUESTÃO 10 – O advérbio, como palavra modificadora, pode referir-se a um verbo, advérbio, adjetivo ou a uma declaração inteira. Analisando as frases abaixo, qual é a alternativa em que o advérbio faz referência a uma declaração inteira?
a) Fernando escreve bem.
b) José é um bom escritor.
c) Paula escreve muito bem.
d) Felizmente Fernando chegou.
e) Letícia lê pouco.








QUESTÃO 11 – Em qual das afirmativas abaixo é possível aplicar a palavra espirava atentando para o seu significado?
I. Ele ____ indevidamente durante os exercícios de ioga.
II. Sua forma de ser ______ ânimo.
III. Depois do acidente, ela ainda ______.

Estão corretos apenas os itens:
a) I e II.
b) III.
c) I e III.
d) II e III.
e) I, II e III.

QUESTÃO 12 – Em qual das palavras abaixo o sufixo grifado remete à ideia de lugar?
a) covil
b) Laranjal.
c) Mulherio.
d) Parentalha.
e) Anglicano.

QUESTÃO 13 –  Qual o termo grifado nas alternativas abaixo pode ser classificado como adjunto adnominal?
a) Quebro-te o braço.
b) A sandália.
c) Quatro moedas.
d) Paula tem vontade de vencer.
e) Aquele homem.

QUESTÃO 14 – Em qual das orações abaixo, a palavra que está exercendo a função de predicativo?
a) Somo o que somos.
b) O menino que lê se informa.
c) O remédio de que tenho necessidade é caro.
d) O pincel com que escrevo não está bom.
e) A pessoa a que entreguei o presente esqueceu no chão.

QUESTÃO 15 – Em qual das palavras abaixo a escrita da palavra se dá por razões etimológicas?
I. Haver;
II. Hélice;
III. Hidrogênio.

São corretos apenas os itens:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) I, II e III.


Reportagem

 GÊNERO TEXTUAL REPORTAGEM Olá, eu sou o professor Alessandro. Na aula de hoje vamos abordar o assunto reportagem. Reportagem é um gênero te...