terça-feira, 18 de agosto de 2020

D6 - IDENTIFICAR O TEMA DE UM TEXTO - 9º ANO E 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

 

QUESTÃO 01 - Leia o texto abaixo:

 

O ouro da biotecnologia

 

Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica - ou o que restou dela - são invejadas no mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quan­tidade de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas, nos jornais e nas conversas. O problema é que tal exaltação ufanista (“Abençoado por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desaten­ção e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.

Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais (quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da natureza deu um salto de intensidade e refinamento. Essa revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em breve de ser uma enorme fonte “potencial” de alimentos, cosméticos, remédios e outros subprodutos: ela o será de fato - e de forma sustentável. Outro exemplo: os créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem mais do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.

Com sua pesquisa científica carente, idefinição quanto à legislação e dificul­dades nas questões de patenteamento, o Brasil não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupua­çu, já foram registrados por estrangeiros - que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com ele. Além disso, a biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão ven­didos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica global, ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.

Uma frase que resume a ideia principal do texto é:

 

(A) A amazônia deixará de ser fonte potencial de alimentos.

(B) O Brasil não transforma riqueza natural em financeira.

(C) Os Índios deixam animais e plantas serem levados.

(D) Os estrangeiros registraram diversos produtos.

 

QUESTÃO – 02 Leia o texto abaixo:

Como se produzem frutas fora de época?

 

Você se lembra do tempo em que era preciso esperar o outono para comer morango e o inverno para chupar laranjas? Se não, é porque faz muito tempo mesmo: hoje em dia, essas frutas estão no supermercado o ano inteiro. Poda e irrigação se juntaram à genética e à química e  permitem que os agricultores acelerem ou retardem o ciclo natural das plantas. Hoje, as frutas são de todas as épocas.

A manga, por exemplo, graças a substâncias químicas como paiobutazol e ethefon, tem uma produção uniforme ao longo do ano. O produtor pode até adequar a colheita ao período mais propício para o mercado interno ou externo. Além do calendário, a agricultura moderna também ignora a geografia: a maçã, fã do frio, já dá na Bahia. Fruto de cruzamentos genéticos, a variedade Eva suporta trocadilhos e o calor nordestino desde 2004.

“Os produtores aprenderam a explorar nossos climas e solos e passaram a produzir a mesma fruta em várias regiões”, explica Anita Gutierrez, engenheira agrônoma da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, a CEAGESP. O que não significa que não exista sazonalidade: ainda há variação no volume de algumas frutas e verduras por culpa de estiagem  excesso de chuvas ou frio fora do comum. Ainda falta podar o clima.

SILVA, Michele. Revista Superinteressante.Ed. 264.

Abril: abr. 2009. p. 46.

Esse texto trata

A) da agricultura moderna, que produz frutas o ano inteiro.

B) dos morangos, que devem ser cultivados no outono.

C) do calendário agrícola, que determina a produção.

D) das ações do clima, que interferem na produção.

 

QUESTÃO 03 - Leia o texto abaixo e responda.

 

A bola

 

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. (...)

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

— Como é que liga? – perguntou.

— Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

— Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.

— Não precisa manual de instrução.

— O que é que ela faz?

— Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.

— O quê?

— Controla, chuta...

— Ah, então é uma bola.

— Claro que é uma bola.

— Uma bola, bola. Uma bola mesmo.

— Você pensou que fosse o quê?

— Nada não...

 

(Luis Fernando Veríssimo – Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001,pp. 41-42.)

 

O tema do texto está presente em


(A) O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros.

(B) Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai.

(C) O garoto agradeceu, desembrulhou a bola...

(D) O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

 

 

QUESTÃO 04 - Leia o texto abaixo.

 

A CADEIRA DO DENTISTA

 

Fazia dois anos que não me sentava numa cadeira de dentista. Não que meus dentes estivessem por todo esse tempo sem reclamar um tratamento. Cheguei a marcar várias consultas, mas começava a suar frio folheando velhas revistas na antessala e me escafedia antes de ser atendido. Na única ocasião em que botei o pé no gabinete do odontólogo – tem uns seis meses -, quando ele me informou o preço do serviço, a dor transferiu-se do dente para o bolso.

- Não quero uma dentadura em ouro com incrustações em rubis e esmeraldas – esclareci -, só preciso tratar o canal.

- É esse o preço de um tratamento de canal!

- Tem certeza? O senhor não estará confundindo o meu canal com o do Panamá?

Adiei o tratamento. Tenho pavor de dentista. O mundo avançou nos últimos 30 anos, mas a Odontologia permanece uma atividade medieval. Para mim não faz diferença um “pau de arara” ou uma cadeira de dentista: é tudo instrumento de tortura.

Dessa vez, porém, não tive como escapar. Os dentes do lado esquerdo já tinham se transformado em meros figurantes dentro da boca. Ao estourar o pré-molar do lado direito, fiquei restrito à linha de frente para mastigar maminhas e picanhas. Experiência que poderia ter dado certo, caso tivesse algum jeito para aquilo. (...)

 

NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. p. 48-50. Fragmento.

 

Qual o assunto desse texto?

A) Tratamento de dentes.

B) Dores de dentes.

C) Instrumento de tortura.

D) Adiamento do tratamento.

 

QUESTÃO 05 - Leia os textos abaixo.

 

Texto I

Sempre procurando, mas ela não vem

E esse aperto no fundo do peito

Desses que o sujeito não pode aguentar

Ah! Esse aperto aumenta meu desejo

E não vejo a hora de poder lhe falar.

Targino Gondim, Manuca, Raimundinho do Acordeon.

 In Gilberto Gil. CD Eu, tu eles.

 

Texto II

Ai eu, coitada, como vivo em gram cuidado

Por meu amigo que tarda e nom vejo!

Muito me tarda O meu amigo na Guarda!

Dom Sancho I. In Elsa Gonçalves. A lírica galego-portuguesa. Lisboa, Comunicação, 1983.

 

De acordo com a leitura desses textos, é possível concluir em relação ao tema que

(A) apresentam um desejo de encontrar um novo amor que está distante.

(B) exprimem a ansiedade pelo reencontro com a pessoa amada.

(C) ambos não têm boas notícias da pessoa amada que está longe.

(D) exprimem o sofrimento de pessoas que não têm o amor correspondido.
















GABARITO


1 - B;

2 - A;

3 - C;

4 - A;

5 - C.

 

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