quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Proposta de Redação sobre bullying


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Alternativas para combater o bullying contra crianças e adolescentes no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

O Brasil tem o segundo maior índice de pais e mães que dizem que seus filhos já foram vítimas de bullying na internet. É o que constata a pesquisa da Ipsos sobre o cyberbullying, em que o país, com 29% dos entrevistados fazendo tal afirmação, só fica atrás da Índia, que tem índice de 37%. (Fonte: Revista Época)

TEXTO II

Bullying é uma palavra que se originou na língua inglesa. “Bully” significa “valentão”, e o sufixo “ing” representa uma ação contínua. A palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar uma agressão isolada, resultante de uma briga. As agressões podem ser de ordem verbalfísica e psicológica, comumente acontecendo as três ao mesmo tempo. As vítimas são intimidadas, expostas e ridicularizadas. São chamadas por apelidos vexatórios e sofrem variados quadros de agressão com base em suas características físicas, seus hábitos, sua sexualidade e sua maneira de ser. (Professor de Sociologia, Francisco Porfírio)

TEXTO III






quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Porque o professor não pode dar tiro


Porque o professor não pode dar tiro

O episódio recente que aconteceu com o senador do Ceará nos permite fazer algumas ponderações sobre a relação entre a classe política brasileira e os trabalhadores. Sem dúvida, ele não temperou bem a atuação irracional em tentar desobstruir o movimento da categoria dos policiais literalmente com rolo compressor. Sim, destaco esse termo porque não é de hoje que os políticos passam rolo compressor nas categorias, quando elas reivindicam alguma melhoria, principalmente reajuste salarial. Quantas vezes recorrem a justiça, em última instância, aos tribunais superiores e conseguem decisões desfavoráveis aos servos assalariados. Quantas vezes usam a mídia para disseminar a imagem de que a crise nesse país colossal tem um culpado: o trabalhador.
O fato é que essa tática de usar a força com imperícia, pelo menos no episódio analisado, transferiu-se da abstração ideológica e concretizou-se em ação de força humana e tecnológica: acabar uma manifestação com o uso de uma retroescavadeira. Nesse caso, o senador foi imprevisível. Resultado: na tentativa de medir forças, a classe trabalhadora, ou alguns vândalos, deram tiro na autoridade política. As autoridades competentes acharão os responsáveis, mas não se defende aqui qualquer tipo de violência ou atentado à vida de quem quer que seja, pois há outras maneiras de se negociar melhorias, uma delas é o diálogo.
De qualquer maneira, o episódio ocorrido no Ceará acaba repercutindo no Brasil, em outros estados. Negativa ou positivamente, assistimos reajustes salariais a agentes de segurança pública em um estado, enquanto em outros a categoria começa a ser motivada a lutar pelos seus direitos. Isso não ocorre apenas com os polícias, mas com outras categorias, como os profissionais do magistério. A arma que um educador utiliza é o pincel, a panfletagem, a disseminação de ideias em sala de aula ou na comunidade a fim de perceber em seus contracheques o pagamento do Piso Salarial Nacional, ou mesmo um espaço adequado para a consolidação do processo de ensino e aprendizagem.
Ocorre que a classe política vem derrotando constantemente os educadores desse país, haja vista que o próprio tribunal superior já concedeu a inúmeros chefes do poder executivo estatal, liminares ou decisões permanentes para não reajustar o salário dos professores. Com efeito, à classe política fica o sentido de vitória, já à classe da educação fica a desmotivação cada mais crescente em um país onde não se tem levado a sério a educação. Ao professor, então, resta aceitar a realidade escolar e enfrentar com os mínimos recursos que possui os desafios da educação escolar. Muitos foram mortos pelo cansaço: não creem que político algum, incluindo ex- professores, chegariam ao luxo de valorizar esses profissionais.
O pior é que a história é cheia de exemplos que fundamentam tal tese. Todavia, no íntimo de cada um, há um grito que silencia, fica entalado, mas explode durante as reuniões. Há ainda aqueles que explodem mesmo, mudam de profissão, mas poucos, poucos mesmos que lutam por algo em prol de seu exercício do magistério.
Voltemos aos policiais: os tiros disparados no senador foram um risco que ele enfrentou e um alerta aos políticos: pergunte ao trabalhador o que é um político, o que ele representa. Uma coisa é certa, não é mais um semideus que pode entrar em qualquer ambiente sem um colete a prova de balas ou desprotegido numa manifestação de classes, pois sempre existirá os exaltados, os que, ao lembrarem que o pequeno salário arrochado pela inflação, não consegue dar dignidade a si e a sua família, o que crê na luta por algo melhor, mas não tem retorno, deixa o patos dominar a racionalidade, e o resultado são disparos como os que atingiram o político.
Sem mais, os professores não podem dar tiros, não possuem armas como as dos policiais, talvez por isso não são reconhecidos como devem, valorizados pelos gestores das diversas bandeiras partidárias desse país. Não se quer aqui defender a ideia de que é necessário dar tiros no Brasil para conseguir algo nesse país. Ao contrário, quer-se alertar: se o diálogo não retornar nas negociações, se os patrões não respeitarem os trabalhadores – veja os ataques recentes do ministro da economia às classes trabalhadores – , temo que mais classe de trabalhadores se defenderão atacando: isso, eu não desejo ao meu país, mas, sim, o respeito às autoridades, qualquer que seja, e uma melhor valorização ao trabalhador nesse país, antes que ele se torne em uma anarquia.  


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

RESENHA CRÍTICA


TEXTO I

Malala
Miguel Barbieri Jr.

Em 9 de outubro de 2012, a paquistanesa Malala Yousafzai voltava para casa num ônibus escolar quando um homem armado disparou três tiros em sua direção. Ela tinha 12 anos, e uma das balas atravessou sua cabeça. O eficiente documentário de Davis Guggenheim (vencedor do Oscar por Uma verdade inconveniente) reconstitui os detalhes da trajetória da garota que, premiada com o Nobel da Paz, virou uma ativista pelos direitos das mulheres à educação. Além de focar o atual cotidiano de Malala — ela mora em Birmingham, na Inglaterra, com os pais mais dois irmãos —, o registro mostra como os fundamentalistas do regime do Talibã dominaram a região do Vale do Swat e promoveram mudanças radicais nos costumes da população. Estreou em 19/11/2015.
BARBIERI JR., Miguel. Malala. Veja São Paulo. São Paulo: Abril, 25 nov. 2015. p. 13.



TEXTO II

O novo disco de Adele é
um emotivo (e cansativo)
diário aberto
Leonardo Rodrigues

Após quase quatro anos na penumbra, Adele voltou explorando ao limite todos os elementos que a ajudaram a se tornar um dos maiores fenômenos recentes da música pop. Em 25, álbum que lançou nesta sexta (20), boicotando os serviços de streaming, ela capricha como nunca na potência vocal, prioriza arranjos etéreos e quase sempre grandiosos, entrega letras tão intimistas quanto as anotações de um diário de adolescente.
A proposta pode soar repetitiva e cansativa — e soa —, mas o fato é que nenhum fã terá do que reclamar. Esse é o terreno da jovem cantora, onde caminha com mais desenvoltura. Hoje com 27 anos, Adele tinha dois a menos quando começou a trabalhar nas músicas, que, segundo ela, foram compostas para “apagar o passado”, provavelmente ainda o do ex, o fotógrafo Alex Sturrock, que já fora lembrado em faixas do disco 21. Aparentemente, não o suficiente.
“Agora eu sou uma mamãe que tem muita coisa na cabeça. Tenho que limpar um monte de coisas que me prejudicam, o que é realmente terapêutico, porque eu consigo guardar rancor. A vida é muito mais fácil quando você não acumula seu passado”, disse a cantora em entrevista recente à revista à britânica i-D.
Como se quisesse ver a vida passando pelos seus olhos, Adele faz do passado o presente em quase todas as faixas de 25. Vai da infância em River lea, em que usa a metáfora do rio inglês para justificar sua personalidade, passando pelos malfadados traumas sentimentais (Hello, When we were young, Million years ago, entre outras), até desembocar em sua maior transformação até aqui, a maternidade (em Sweetest devotion).
Entre mágoas, lenços e lágrimas, o amor parece triunfar no fim. “Meu amor é tão profundo e verdadeiro pelo meu homem que me coloca em uma posição em que eu consigo finalmente estender a mão para o ex. Deixe-o saber que eu o superei”, disse esta semana em entrevista ao The Guardian.
[...]

etéreo: que eleva
espiritualmente; sublime,
elevado.
serviço de streaming:
plataforma conectada
à internet pela qual o
assinante pode ter acesso
a uma grande quantidade
de músicas disponíveis.

RODRIGUES, Leonardo. O novo disco de Adele é um emotivo (e
cansativo) diário aberto. Disponível em: <musica.uol.com.br/noticias/
redacao/2015/11/20/novo-disco-de-adele-e-um-emotivo-e-cansativodiario-
aberto.htm>. Acesso em: fev. 2016.

Você conhece a cantora Adele e o disco sobre o qual o texto fala? Suponhamos que você não o conheça. Apenas pela leitura do texto de Leonardo Rodrigues, sua impressão sobre o disco seria mais positiva ou mais negativa?

Que característica do disco é ressaltada pelos comentários de Leonardo Rodrigues?

Caso você já tenha ouvido alguma das faixas que compõem a obra comentada, explique se você concorda ou não com a avaliação que Leonardo Rodrigues faz.

Ao ler os textos 1 e 2, você deve ter percebido algumas características em comum:

●● Ambos apresentam algum tipo de descrição de uma obra artística. Essa descrição procura apresentar as características essenciais ou mais evidentes, mais perceptíveis: no texto 1, a obra descrita é o documentário Malala; no texto 2, é a coletânea de músicas da cantora Adele o objeto apresentado.
●● Além da descrição das obras artísticas, há também uma série de comentários que os autores fazem a respeito delas. Esses comentários são feitos com base numa análise da obra: são indicados aspectos ligados à composição, características consideradas qualidades artísticas (ou problemas), elementos julgados positivos (ou negativos), características estruturais.
●● Ao mesmo tempo que há esses comentários analíticos, os autores também apresentam comentários apreciativos, de natureza avaliativa. Nesses comentários, é possível observar expressão de opiniões. Por exemplo:
“O eficiente documentário de Davis Guggenheim (vencedor do Oscar por Uma verdade inconveniente) reconstitui os detalhes da trajetória da garota que, premiada com o Nobel da Paz [...]”
“A proposta pode soar repetitiva e cansativa – e soa – mas o fato é que nenhum fã terá do que reclamar.”
Nesses comentários, você pode observar o emprego recorrente de recursos linguísticos e discursivos comumente utilizados para expressar opiniões em textos de natureza argumentativa: adjetivos com função avaliativa, formas de modalização, projeções enunciativas explícitas, entre outros.
Textos que têm essa característica são chamados em geral de resenhas críticas.


Exemplo de resenha de livro:

Contos Amazônicos
Obra interessante, mas menos conhecida do autor de "O Missionário"
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Publicado originalmente em 1893, os "Contos Amazônicos", de Inglês de Souza (1853-1918), chegam afinal à sua terceira edição. A iniciativa, da Editora Martins Fontes, com certeza merece aplausos e por diversas razões. (juízos de valor, grifo meu)
O principal motivo é o valor histórico e literário dos "Contos Amazônicos", um livro injustamente colocado em plano secundário pelos críticos e historiadores da literatura brasileira. Quando se fala na obra de Inglês de Souza, menciona-se principalmente - quando não de modo exclusivo - o romance "O Missionário" (1891), devido ao fato de ele se inserir no estilo de época predominante no Brasil da segunda metade do século 18, o naturalismo.
Entretanto, o que há de pior em "O Missionário" é justamente o seu caráter naturalista, marcado tanto pelo esquematismo determinista na interpretação da realidade psicológica e social que põe em foco, quanto pelos excessos retóricos e descritivos que truncam ou se sobrepõem à narração propriamente dita, tornando o romance indigesto, em particular para o leitor contemporâneo.
Ao contrário, nos "Contos Amazônicos", Inglês de Souza conseguiu escapar à fôrma do naturalismo, produzindo uma obra original e de leitura ainda hoje agradável. Uma obra de cunho regional que antecipa o melhor da nossa prosa regionalista de meados do século 20: José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa.
A linguagem dos nove textos que compõem o volume é objetiva e bastante concisa, caracterizando-se por uma oralidade simpática e extremamente adequada, pois os contos reproduzem "causos" que diversos narradores estão trocando entre si, numa espécie de sarau narrativo, que o leitor vai pressentindo por pequenas indicações dadas pelos próprios narradores, a partir do segundo conto do volume.
Essa oralidade, por sinal, atinge seu ápice no conto "O gado do Valha-me Deus", que tem por narrador um vaqueiro, o Domingos Espalha, cuja sintaxe cheia de idas e voltas e o rico vocabulário popular e regional evocam pioneiramente a linguagem do Riobaldo de "Grande Sertão: Veredas".
Além dessa requintada elaboração estilística, em termos de linguagem literária, também cabe observar o brilhantismo com que Inglês de Souza maneja o gênero conto. Em especial aqueles que se situam no terreno da literatura fantástica, como "A feiticeira", "Acauã", "Amor de Maria" e "O baile do judeu", além de "O gado do Valha-me Deus" já mencionado.
Em todos eles, o autor soube elaborar literariamente personagens e situações sobrenaturais extraídas do folclore ou do imaginário popular regional, criando narrativas que, além do final surpreendente, têm um clima denso e assustador.
Mas também têm o mesmo impacto os outros contos do livro, que abordam temas ligados à história do Brasil e denunciam o descaso do governo nacional, do Império e da primeira República, com a região amazônica. "O voluntário", por exemplo, revela como eram recrutados "a pau e corda" os "voluntários da pátria" durante a Guerra do Paraguai.
"O donativo do capitão Silvestre" reflete os ânimos da região, quando da eclosão da Questão Christie. Finalmente, "O rebelde" - que por sua extensão é mais uma novela do que um conto propriamente dito - tematiza a revolta da Cabanagem, ocorrida no Pará entre 1835 e 1840.
Indicações
Ensino Médio. Para o professor de literatura brasileira que deseje oferecer uma visão menos padronizada da literatura brasileira. O livro também cria a possibilidade de trabalhos interdisciplinares com a área de história do brasil.
Contos Amazônicos
Inglês de Souza
Editora Martins Fontes
205 págs.




Reportagem

 GÊNERO TEXTUAL REPORTAGEM Olá, eu sou o professor Alessandro. Na aula de hoje vamos abordar o assunto reportagem. Reportagem é um gênero te...