Processos de Coesão Textual
Coesão referencial
Você já sabe que um texto
adequado compreensível é aquele que tem, entre outros fatores:
COERÊNCIA – SENTIDO LÓGICO;
COESÃO – ENCADEAMENTO (CONEXÃO)
Agora,
vamos estudar mais a fundo os mecanismos que garantem coesão textual. Inicialmente, é importante entender que a coesão
textual ocorre em vários níveis:
Coesão
entre:
Palavras
– orações – períodos – parágrafos – o texto e o contexto
RESUMINDO:
Mecanismos de coesão
REFERENCIAL
1. Substituição
1.1. Anáfora
1.2. Catáfora
1.3. Elipse
2. Reiteração
2.1. Sinônimos
2.2. Hiperônimos
2.3. Nomes genéricos
2.4. Expressões nominais definidas
2.5. Repetição.
RECORRENCIAL
1. Retomada de termos
2. Paralelismo
SEQUENCIAL
1. Correlação dos tempos verbais
2. Conexão entre orações
3. Conexões entre períodos e entre parágrafos
COESÃO REFERENCIAL
A
coesão referencial ocorre quando um elemento do texto refere-se a outro,
substituindo-o.
Pode ser construída:
1. por substituição (colocação de palavra ou
de expressão no lugar de outra, já citada ou ainda por citar), sendo:
Anáfora, quando o item
substituído já foi citado.
Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a
definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue,
próximos de zero. Isso fez
com que acabasse a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos
reflexos e nas reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em
consumir doses pequenas.
Isso: definição de limites extremamente baixos para
o nível de álcool no sangue.
Catáfora, quando a substituição é feita
antecipadamente.
Acabou a crença de que
um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo
graças a isto: a definição de
limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero.
Elipse, quando um item já citado é omitido.
João Cabral escreveu
Morte e vida severina e (João Cabral)
ficou conhecido, principalmente, por esse livro.
2. por reiteração (repetição ou recorrência de
palavras ou expressões que têm a mesma referência), utilizando:
Sinônimos, ou seja, palavras ou expressões de sentido
semelhante:
É só
chegar em uma maternidade para se deparar com dezenas de visitas ansiosas para
cheirar os mais novos humanos.
Não é só tradição, tipo nunca admitir que um bebê é feio: o cheiro de um recém-nascido existe e seu encanto já foi comprovado
cientificamente.
Hiperônimos, ou seja, palavras ou expressões de
significado mais abrangente:
Os livros desse autor são garantia de qualidade, são obras de um mestre.
Nomes genéricos, ou seja, palavras ou expressões
generalizantes, como fato, acontecimento, ideia, tese, coisa, pessoa etc.:
Os temas de João Cabral
são geralmente a seca e a metalinguagem, fato
conhecido por quem já leu seus livros.
Expressões nominais definidas, ou seja, palavras ou
expressões de natureza diferente e que dependem do nosso conhecimento de mundo
para serem entendidas:
Vinícius de Moraes também foi um grande escritor brasileiro; além
de escrever poemas, o Poetinha também
se dedicou à música popular.
Repetições:
Se reatando, de um para
outro poço,
Em frases curtas, então frase e
frase,
COESÃO RECORRENCIAL
A coesão recorrencial
ocorre quando a retomada de uma palavra ou expressão tem como objetivo a
progressão do texto, introduzindo uma informação nova. Pode acontecer:
1. pela retomada de termos, com a finalidade de
enfatizar, intensificar uma ideia.
Tudo carrega o seu caruncho.
Tudo: desde o vivo ao
defunto.
Da
embaúba das capoeiras
À
economia canavieira.
2. por paralelismo, com a finalidade de modificar o sentido inicial.
Por um lado, eu concordo com a
atitude dela, por
outro, fico preocupada com as consequências.
COESÃO SEQUENCIAL
A coesão sequencial
ocorre quando se busca promover a progressão do texto, sem a retomada de
palavras ou expressões. Pode ser construída:
1. pela correlação de tempos verbais,
organizando as relações temporais e factuais do texto.
Espero que você goste
desse livro.
2. pela conexão entre orações, explicitando-se
a interdependência semântica entre elas por meio de relações de causa,
consequência, finalidade, adição, etc.
Se vocês continuarem estudando, suas aprovações serão consolidadas.
Se:(relação de condição)
Estude bastante e não desista.
e: (relação de adição)
3. pela conexão entre períodos e entre parágrafos,
estabelecida com o uso de operadores argumentativos como em síntese, dessa
forma, em contrapartida, concluindo etc.
As boas bibliotecas
possuem em seu acervo livros representativos da literatura brasileira. Dessa forma, os leitores têm a
oportunidade de conhecer nossos grandes autores.
É importante saber:
1. Além dos pronomes e
das conjunções, outras classes de palavras podem ser usadas como mecanismos de
coesão.
Fui ontem à inauguração
de uma livraria. Lá encontrei vários
conhecidos.
Lá: advérbio
Guimarães Rosa e
Drummond são grandes escritores, ambos
mineiros.
Ambos: numeral
2. Em alguns processos
de referenciação textual, o referente não está no texto, e sim no contexto, na situação de
interlocução. Compare.
Processo endofórico (referente está dentro do texto)
Processo exofórico (referente está fora do texto,
reconhecido apenas no contexto da enunciação)
3. Nos casos de coesão
referencial, deve-se levar em conta que o termo mais geral (hiperônimo) sempre
vai apontar para o mais específico (hipônimo).
A tecnologia vem mudando a vida das pessoas. O celular, por exemplo, já deixou de ser um mero objeto e passou a
ser para algumas pessoas o irmão mais próximo, a namorada, a esposa, etc.
Tecnologia: hiperônimo;
Celular: hipônimo.
Até
aqui nós vimos uma noção de todos os tipos de processo de coesão textual, a
partir de agora, vamos detalhar os elementos coesivos solicitados pelo edital
do concurso!
Coesão e (algumas)
classes de palavras
O artigo especifica o substantivo, mostrando-o de maneira
particularizada ou genérica. É uma palavra variável, que se antepõe ao
substantivo e concorda com ele em gênero e número.
Os artigos podem se combinar com preposições. Observe:
Preposição
|
(+) Artigos
|
Formas resultantes
|
a
|
o, a, os, as
|
ao, à, aos, às
|
de
|
o, a, os, as, um, uma,
uns, umas
|
do, da, dos, das, dum,
duma, duns, dumas
|
em
|
o, a, os, as, um, uma,
uns, umas
|
no, na, nos, nas, num,
numa, nuns, numas
|
por
|
o, a, os, as
|
pelo, pela, pelos,
pelas
|
Importante: A fusão da
preposição a com os artigos a ou as resulta no encontro de dois fonemas iguais,
que se pronunciam como um só. Essa fusão é chamada de crase e é indicada, na língua portuguesa, pelo acento grave (`).
Compare:
preposição artigo
combinação de a + o
preposição + artigo
(crase)
fusão de a+a
O numeral indica uma quantidade numérica precisa ou a posição de algo
em uma sequência. Pode acompanhar o substantivo, funcionando como termo
determinante, ou atuar como núcleo do sintagma nominal. Alguns numerais são
variáveis em gênero e número. As palavras dos numerais dividem-se em quatro
grupos:
Numeral cardinal: expressa quantidade numérica inteira.
Exemplos: um, dois, vinte, novecentos, dez mil, um bilhão.
Numeral ordinal: indica ordem em uma sequência. Veja: primeiro,
segundo, vigésimo, milionésimo, quinto.
Numeral multiplicativo: denota quantidade múltipla. Observe: duplo,
dobro, triplo.
Numeral fracionário: expressa quantidade fracionária. Exemplos:
meio, um terço, vinte avos, dez milésimos.
Os numerais e a coesão textual
Fernando e um gari resolveram almoçar na churrascaria
Só o Filé. Ambos se tornaram
invisíveis.
Primeiro, os alunos precisam ler com muita atenção a
prova. Segundo, necessitam
interpretar bem o comando de cada questão. Por fim, marcar as alternativas
corretas.
Pronome: é uma palavra cuja principal função é indicar
as pessoas do discurso e relacionar a elas os seres e objetos a que se referem,
os quais são representados pelo substantivo. Seu sentido é dado pela situação
discursiva ou pelo contexto. Pode atuar como núcleo do sintagma, assumindo o
papel de substantivo (pronome
substantivo), ou como termo determinante, acompanhando o substantivo (pronome adjetivo). Alguns tipos de
pronomes são invariáveis; outros podem se flexionar em gênero, número e pessoa.
Os pronomes atuam como
valiosos recursos de coesão, promovendo
a anáfora (retomada de referentes) e
a catáfora (antecipação de
referentes).
Eu não procuro comida. Ela vem até mim.
Ele me disse isto: - pare de chorar!
1- Pronome Pessoal: indica diretamente uma pessoa do
discurso. Pronome pessoal reto tem a função de sujeito. Pronome pessoal oblíquo tem a função de complemento.
2-Pronome de tratamento: consiste numa subclasse
dos pronomes pessoais e se prestam a designações cerimoniosas.
3-Pronome demonstrativo: indica a proximidade do referente em
relação às pessoas do discurso. Também podem indicar localização no espaço e no
tempo.
4-Pronome possessivo: estabelece uma relação de posse.
5-Pronome indefinido: classe gramatical que substitui ou acompanha
o substantivo para atribuir a ele um sentido vago, impreciso. Esse pronome
expressa uma quantificação, mas, ao contrário do numeral, não oferece uma
informação exata.
5-Pronome interrogativo: é empregado para formular perguntas
diretas ou indiretas, indicando o elemento sobre o qual se deseja saber algo.
Os pronomes interrogativos são quem, (o)
que, qual e quanto. Apenas os dois últimos flexionam-se em número, e só o
último admite flexão de gênero.
6-Pronome relativo: é empregado
para articular dois enunciados, retomando um elemento antecedente.
Pronome
relativo
|
Caraterísticas
|
Exemplos
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Que
|
Retoma substantivos que designam pessoas,
objetos, lugares e períodos de tempo.
|
Esse é o professor que mais admiro.
Sorvete é o doce de que mais gosto.
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O qual (e flexões)
|
Tem a mesma função de que, mas é usado, em geral, para evitar ambiguidades.
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Falei com a secretária do vereador, a qual foi muito eficiente.
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Quem
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Retoma substantivos que se referem a pessoas;
é antecedido por preposição.
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Ali está o professor de quem falei.
|
Onde
|
Retoma substantivos que se referem a lugares.
|
Já saiu do prédio onde estão os laboratórios.
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Cujo (e flexões)
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Retoma substantivos relativos a pessoas ou
objetos, estabelecendo relação de posse.
|
Eis a criança cujos pais morreram.
Devolvi o livro cuja capa é azul.
|
Quanto (e flexões)
|
Forma as locuções tudo quanto, todo (s) quanto (s) e toda (s) quanta (s).
|
Tudo quanto
disse era verdade. Todas quantas vierem
serão aceitas e bem tratadas.
|
Quando
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Retoma um substantivo para caracterizar a
noção de tempo.
|
Isso ocorreu no Renascimento, quando se adotou o racionalismo.
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Como
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Retoma um substantivo para especificar uma
ideia de modo.
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Não gostei do modo como ele falou com minha sobrinha.
|
Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto
através do emprego adequado de conjunções:
Conjunção é uma palavra invariável, responsável por conectar
termos ou orações estabelecendo relações de dependência entre eles ou mantendo
a autonomia das partes. Quando formada por mais de uma palavra, é chamada de locução conjuntiva.
A conexão que não estabelece dependência é chamada
de coordenação.
A conexão
que estabelece dependência é denominada de subordinação.
As palavras
de uma frase não estão dispostas em uma determinada sequência por acaso. A
gramática possui uma área que estuda especificamente essa sequência, a relação
e a ordem das palavras em um discurso: A sintaxe.
Em uma análise sintática podemos
ter:
FRASE: É um
conjunto de palavras reunidas que transmite uma ideia completa, dá-se entre uma
letra maiúscula e o primeiro ponto final, ponto de interrogação, ponto de
exclamação ou reticências. A presença de um verbo não é obrigatória.
Exemplo:
- Silêncio!
“O menino superou a fase um basicamente apenas com seu cérebro.”
ORAÇÃO: É o
enunciado que se organiza em torno de um verbo ou locução verbal.
Exemplo: Ajude-me
(verbo)
(locução verbal)
Este avanço irá
permitir o desenvolvimento de outros dispositivos médicos.
PERÍODO: É a frase
organizada com uma ou mais orações.
Exemplo: O
senhor é meu pastor.
(Período
simples – apenas uma oração)
O senhor é
o meu pastor, nada me faltará.
(Período composto – mais de uma oração)
PERÍODO
COMPOSTO
Período
Composto por Coordenação – quando as orações que constituem têm sentido
por si mesmas, são sintaticamente independentes umas das outras e estabelecem
entre si apenas uma sucessão de ideias.
Exemplo: Recebeu o salário, visitou algumas lojas e trouxe um belo
presente para a noiva.
Vi, vim e
venci.
Período
Composto por subordinação – quando há entre as orações que o constitui uma
relação de dependência da subordinada à principal.
Exemplo:
Confesso que não sei a resposta.
O dia raiava quando lhe vieram bater à porta.
ORAÇÕES
COORDENADAS
As orações
coordenadas podem ser:
Assindéticas
– quando não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: Levantou-se, foi até a janela, tornou
a sentar.
Sindéticas –
quando vêm introduzidas por conjunção: Exemplo: Recebeu a notícia e deu pulos
de satisfação.
ORAÇÕES
COODENADAS SINDÉTICAS:
Coordenada
sindética aditiva – Expressa uma ideia de adição, de soma. É introduzida pelas
conjunções aditivas e, nem, não só..., mas também, etc.
Exemplo:
Vamos ouvir música e comer uma pizza.
Coordenada
sindética adversativa – Expressa uma ideia de oposição ou de contraste.
É introduzida pelas conjunções adversativas mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, senão, etc.
Exemplo: Meu
coração pergunta, porém meus olhos não respondem.
Coordenada
sindética alternativa – Expressa uma ideia de exclusão, de alternância.
É introduzida pelas conjunções alternativas ou, ou...ou, ora...ora,
quer...quer, etc.
Exemplo:
Vamos fazer um poema ou qualquer outra besteira.
Coordenada
sindética conclusiva – Exprime conclusão. É introduzida pelas
conjunções conclusivas logo, pois, portanto, por conseguinte, etc.
Exemplo: ela
o trata com carinho, logo gosta dele.
Coordenada
sindética explicativa – Explica a ideia contida na oração anterior,
dando um motivo. É introduzida pelas conjunções explicativas pois, porque,
portanto, que, etc.
Exemplo: Traga o jornal, pois quero ler as notícias.
Classifique
as orações coordenadas em destaque dos seguintes períodos:
a) Abriu a
porta e disse adeus.
b)
Alegra-te, que estou aqui.
c) Meus
atiradores não fumam nem bebem.
d) Mudou o
Natal ou mudei eu?
e) Os caminhoneiros estão em greve, portanto faltarão
alimentos.
ORAÇÕES
SUBORDINADAS
Vimos que o
período composto por subordinação é constituído por duas ou mais orações: uma
principal e as demais subordinadas:
Exemplo:
E nada é
mais triste do que engenho de fogo morto.
Oração Principal Oração
subordinada
As orações
subordinadas podem ser:
Substantivas
– desempenham funções comparáveis às exercidas por substantivos.
Adjetivas
– desempenham funções comparáveis às exercidas por adjetivos.
Adverbiais
– desempenham funções comparáveis às exercidas por advérbios
Por
enquanto, precisamos detalhar as adverbiais.
ORAÇÕES
SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As orações
subordinadas adverbiais apresentam as seguintes características:
Têm valor
de adjunto adnominal;
Ligam-se
ao verbo da oração principal;
São
introduzidas por conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes)
CLASSIFICAÇÃO:
Subordinada
adverbial causal:
Indica a causa
ou motivo do que está expresso no verbo da oração principal. As principais
conjunções denotadoras da causa são: porque, pois, como, porquanto, visto
que, uma vez que etc.
Ex: Como
não havia vacinas, muitos pegaram a doença.
Atenção:
Não confunda
a oração subordinada adverbial causal com coordenada explicativa.
Compare:
Ele pegou a
doença porque andava descalço. (causal)
Não ande
descalço, porque você vai pegar uma doença. (explicativa)
1 – No
primeiro exemplo há forçosamente uma relação de causa (andar descalço) e consequência
(pegar uma doença). No segundo exemplo, não há essa relação, apenas dá-se um
motivo para que não se ande descalço.
2 – A adverbial causal pode ser transformada em outra, reduzida de
infinitivo, iniciada pela preposição por. Por andar descalço, ele pegou
uma doença. A coordenada explicativa não admite essa transformação.
Subordinada
adverbial comparativa:
Estabelece
uma comparação com a ação expressa pelo verbo da oração principal. As
principais conjunções comparativas são: que, do que (depois de
mais, menos, melhor, pior),como etc.
Ex: Ele
lutava como um guerreiro espartano lutaria.
Subordinada
adverbial concessiva:
Indica que
se admite ou se concede um fato contrário à declaração contida na oração
principal. As principais conjunções concessivas são: ainda que, embora,
mesmo que, posto que, por mais que, se bem que, nem que etc.
Ex: Não venderão o produto ainda que gastem milhões em
propaganda.
Subordinada
adverbial condicional:
Indica a
condição necessária para que o fato expresso na oração principal se realize. As
principais conjunções condicionais são: se, caso, sem que, contanto que,
salvo se, desde que, a menos que, a não ser que etc.
Ex: Venderão o produto, caso alterem a sua fórmula.
Subordinada
adverbial conformativa:
Exprime
conformidade com o que se declara na oração principal. As principais conjunções
conformativas são: conforme, como, segundo, consoante etc.
Ex: O jantar
será servido às oito horas, conforme combinamos.
Subordinada
adverbial consecutiva:
Indica a consequência
do que foi declarado na oração principal. É introduzida pela conjunção que
(precedida de tal, tanto, tão ou tamanho).
Ex: Ele
falava tanto que começava a ser inconveniente.
Subordinada
adverbial final:
Indica a finalidade do que está expresso na oração principal. As
principais conjunções finais são: para que, a fim de que, que (= para
que), etc.
Ex:
Construíram-se diques para que as águas não alagassem os campos.
Subordinada
adverbial proporcional:
Indica uma
relação de proporcionalidade com o fato expresso na oração principal. As
principais conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção que,
ao passo que, quanto mais...mais, quanto menos...menos, quanto maior..menor
etc.
Ex: Os
lucros iam crescendo, à proporção que se reduziam os custos.
Subordinada
adverbial temporal:
Indica o
tempo em que ocorre o fato expresso na oração principal. As principais
conjunções temporais são: quando, enquanto, antes que, depois que, desde
que, logo que, assim que, até que, apenas, mal etc.
Ex: Todos estavam reunidos quando ele anunciou seu casamento.
EXERCÍCIOS
Não é preciso ser um
especialista para saber que poluição faz mal à saúde. Até agora, no entanto,
ninguém havia conseguido medir com precisão o impacto de um dos poluentes mais
nocivos, o ozônio. Estudos americanos acabam de relacionar a grande
concentração desse gás a mortes prematuras por doenças respiratórias e
cardiovasculares.
O primeiro levantamento
científico sobre os malefícios causados por esse gás é da década de 50. Oito
anos atrás, quando a Organização Mundial da Saúde publicou as primeiras recomendações
contra os efeitos nocivos da substância, não havia provas de que em excesso ela
poderia matar. A comprovação tardia da relação entre altos níveis de ozônio e o
aumento da mortalidade explica-se pelo fato de que o gás é um poluente de
difícil medição e controle. Ele não é emitido por motores, mas é subproduto de
várias reações químicas entre diversos poluentes, e o principal acelerador desse
processo é o calor.
O aumento da
concentração de ozônio no ar é fruto de um paradoxo. Nos últimos dez anos,
várias cidades do mundo passaram a controlar a emissão de poluentes. Ao mesmo tempo,
muitas dessas medidas favoreceram o aparecimento de outros gases tóxicos. Um
bom exemplo é o que aconteceu recentemente com o lançamento dos automóveis com
motores que funcionam indistintamente com gasolina, álcool ou com uma mistura
em qualquer proporção de ambos os combustíveis.
Os carros
bicombustíveis, que hoje respondem por metade das vendas no Brasil, de fato
diminuíram a emissão de gases tóxicos. Por outro lado, porém, passaram a jogar
no ar mais resíduos de álcool, que são a matéria-prima do ozônio.
Nos anos 70, as
projeções sobre o impacto da poluição eram catastróficas. Até o fim do século,
dizia-se, seria preciso usar máscaras de oxigênio nas cidades para sobreviver a
substâncias tóxicas. Ao contrário dessas previsões, houve uma redução da
poluição atmosférica por causa das medidas de controle de emissão de poluentes - principalmente dos automóveis,
a grande fonte da sujeira lançada no ar. Apesar disso, uma outra previsão
acabou se confirmando: mais e mais pessoas morrem em virtude disso. A razão é o
crescimento exponencial do número de automóveis em circulação. Em menos de
trinta anos, a frota de carros brasileiros mais do que duplicou. Por causa de
tal expansão o ganho em saúde obtido com veículos menos poluidores não é tão
grande quanto poderia ser.
(Adaptado de Anna Paula Buchalla, Veja)
(FCC
– 2014) QUESTÃO 01 - ... mais e mais pessoas morrem em virtude disso. (último parágrafo)
A expressão pronominal
está empregada, no texto, para substituir o segmento
(A)
da sujeira lançada no ar por automóveis.
(B)
da redução da poluição atmosférica.
(C)
das medidas de controle dos poluentes.
(D)
da previsão dos mais pessimistas.
(E)
da sobrevivência nas grandes cidades.
QUESTÃO 02 - As
conjunções destacadas em: “uso indevido de abreviações, formalidades ORA excessivas ORA inexistentes” expressam, no contexto, ideia de:
A) alternância.
B) adição.
C) conclusão.
D) explicação.
E)
oposição.
QUESTÃO 03 - A oração
destacada em: “mas foi escrito de uma maneira tão confusa QUE OCORREU UM COLAPSO
NA CENTRAL DE ATENDIMENTO DA EMPRESA.” expressa ideia de:
A) consequência.
B) causa.
C) condição.
D) finalidade.
E)
conformidade.
QUESTÃO 04 - Assinale a
opção em que a palavra destacada exprime, no contexto, a mesma ideia da
destacada em: “90% da comunicação feita E
recebida pelas entidades privadas hoje é via e-mail.”
A)
“POR ISSO, os especialistas e as empresas tentam sistematizar as regras que
regem a comunicação por e-mail.”
B)
“SEGUNDO ela, a administração enviou um e-mail sobre uma mudança que seria
feita nos pagamentos.”
C)
“A apreensão tem levado empresas a consultores que capacitem funcionários a
redigir e-mails não só sem deslizes na língua portuguesa, MAS eficientes e
adequados à comunicação profissional.”
D)
“Era para ser algo simples, MAS foi escrito de uma maneira tão confusa que
ocorreu um colapso na central de atendimento da empresa, porque ninguém
entendeu a mensagem”.
E)
“comunicam via internet com mais propriedade, QUANDO na verdade uma habilidade
independe da outra.”
Agir conforme a ética
não se aprende, não se entende, não se reflete – se faz. O comportamento
virtuoso não se ensina, dizia Sócrates. Sempre pode haver um mentiroso ou um
corrupto conhecedor e defensor de valores éticos. A virtude surge da prática,
defendia Aristóteles. O bom caráter advém de um hábito incorporado pelos
costumes e experiências advindos da infância.
Quase todas as tarefas
corriqueiras da vida nós as fazemos sem pensar. Andamos de bicicleta, dirigimos
carros, cozinhamos, escrevemos e nos portamos à mesa de forma automática, como
se fosse natural. Nossas ações e deliberações morais também são frutos de uma
vivência contínua, de uma prática repetida que se torna arraigada.
Em vão se ensina ética
com o propósito de melhorar o caráter de um aluno. Pensar no outro antes de
agir advém do costume e não da razão. Respeito, justiça, coragem e prudência
não se ensinam em sala de aula, são valores experimentados e praticados desde
pequenos na construção e na imitação das condutas familiares. Os filhos pagam
pelos pecados dos pais, já diziam os profetas bíblicos Moisés e Ezequiel.
Estudar ética é como estudar nosso primeiro
idioma, serve para lapidar e aperfeiçoar aquilo que já praticamos.
(TONETTI, Flávio. Ética,
Medo e Esperança. Petrópolis,)
(FADESP
2016) QUESTÃO 05 - No que concerne à coerência e à coesão, a descrição está
adequada em
(A)
O pronome “as” (l. 8) retoma a expressão “experiências” (l. 7).
(B)
O autor utiliza, em todas as ocorrências, o pronome pessoal “nós” no lugar da
primeira pessoa do singular.
(C) O pronome demonstrativo em “aperfeiçoar
aquilo que já praticamos” (l. 22) recupera e resume as afirmações anteriormente
mencionadas relativas aos hábitos incorporados pelos costumes e pelas
experiências advindos da infância.
(D)
O conectivo “todavia” é o que melhor explicitaria a relação lógica existente
entre as orações “Respeito, justiça, coragem e prudência não se ensinam em sala
de aula” e “são valores experimentados e praticados desde pequenos” .
Muitos se incomodam ao
ver pessoas usando e humilhando outras. Talvez porque constatemos que há quem
se utilize dos seus semelhantes como quem usa um objeto. Podemos classificar
tal desvio de conduta como uma infração ao princípio da dignidade humana.
Apesar de reprovável, deparamo-nos com esse desrespeito diariamente – muitas
vezes sem percebê-lo. Empresas utilizam crianças enfermas em anúncios para
promover as vendas, aproveitam tragédias naturais para construir um marketing
de responsabilidade social, lucram com doações e abatimentos fiscais. Há os que
se aproveitam da miséria para entregar suprimentos: melhoram a imagem pública
para conseguir votos. Tais vampiros utilizam a destruição do outro para tirar
benefício, e comumente são por nós aplaudidos: os chamamos distraidamente de
“responsáveis”. Mas podemos, nós também, usar o outro como quem usa um objeto,
sem termos consciência disso: quando reclamamos do garçom que julgamos pago
para atender nossos desejos sorrindo, quando flertamos ou saímos com uma pessoa
para causar ciúmes em outra, quando utilizamos a sedução para obter benefícios
no trabalho ou para suprir carências afetivas sem se importar com sentimentos
alheios. Exercitar a empatia é um modo de desconstruir esta lógica da
submissão. Cristo ou Kant nos questionariam: - Gostaria que alguém se
utilizasse de sua fraqueza ou boa vontade para usá-lo ou explorá-lo? (TONETTI, Flávio. Ética, Medo e
Esperança.)
(FADESP
– 2016) QUESTÃO 06 – A relação lógico-semântica entre os enunciados está
corretamente indicada em
(A)
“Muitos se incomodam ao ver pessoas usando e humilhando outras” – oposição.
(B)
“Apesar de reprovável, deparamo-nos com esse desrespeito diariamente” –
restrição.
(C)
“Empresas utilizam crianças enfermas em anúncios para promover as vendas” –
finalidade.
(D) “Talvez porque constatemos que há quem se
utilize dos seus semelhantes como quem usa um objeto” – tempo.
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