domingo, 3 de dezembro de 2017

PROCESSOS DE COESÃO TEXTUAL


Processos de Coesão Textual
Coesão referencial
Você já sabe que um texto adequado compreensível é aquele que tem, entre outros fatores:
COERÊNCIA – SENTIDO LÓGICO;
COESÃO – ENCADEAMENTO (CONEXÃO)
Agora, vamos estudar mais a fundo os mecanismos que garantem coesão textual. Inicialmente, é importante entender que a coesão textual ocorre em vários níveis:
Coesão entre:
Palavras – orações – períodos – parágrafos – o texto e o contexto
RESUMINDO:
Mecanismos de coesão

REFERENCIAL
1. Substituição
1.1. Anáfora
1.2. Catáfora
1.3. Elipse
2. Reiteração
2.1. Sinônimos
2.2. Hiperônimos
2.3. Nomes genéricos
2.4. Expressões nominais definidas
2.5. Repetição.
RECORRENCIAL

1. Retomada de termos
2. Paralelismo

SEQUENCIAL

1. Correlação dos tempos verbais
2. Conexão entre orações
3. Conexões entre períodos e entre parágrafos

COESÃO REFERENCIAL

A coesão referencial ocorre quando um elemento do texto refere-se a outro, substituindo-o.
Pode ser construída:
1. por substituição (colocação de palavra ou de expressão no lugar de outra, já citada ou ainda por citar), sendo:
Anáfora, quando o item substituído já foi citado.
Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero. Isso fez com que acabasse a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em consumir doses pequenas.
Isso: definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue.
Catáfora, quando a substituição é feita antecipadamente.
Acabou a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo graças a isto: a definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero.
Elipse, quando um item já citado é omitido.
João Cabral escreveu Morte e vida severina e (João Cabral) ficou conhecido, principalmente, por esse livro.

2. por reiteração (repetição ou recorrência de palavras ou expressões que têm a mesma referência), utilizando:
Sinônimos, ou seja, palavras ou expressões de sentido semelhante:
É só chegar em uma maternidade para se deparar com dezenas de visitas ansiosas para cheirar os mais novos humanos. Não é só tradição, tipo nunca admitir que um bebê é feio: o cheiro de um recém-nascido existe e seu encanto já foi comprovado cientificamente.
Hiperônimos, ou seja, palavras ou expressões de significado mais abrangente:
Os livros desse autor são garantia de qualidade, são obras de um mestre.
Nomes genéricos, ou seja, palavras ou expressões generalizantes, como fato, acontecimento, ideia, tese, coisa, pessoa etc.:
Os temas de João Cabral são geralmente a seca e a metalinguagem, fato conhecido por quem já leu seus livros.
Expressões nominais definidas, ou seja, palavras ou expressões de natureza diferente e que dependem do nosso conhecimento de mundo para serem entendidas:
Vinícius de Moraes também foi um grande escritor brasileiro; além de escrever poemas, o Poetinha também se dedicou à música popular.
Repetições:
Se reatando, de um para outro poço,
Em frases curtas, então frase e frase,

COESÃO RECORRENCIAL

A coesão recorrencial ocorre quando a retomada de uma palavra ou expressão tem como objetivo a progressão do texto, introduzindo uma informação nova. Pode acontecer:
1. pela retomada de termos, com a finalidade de enfatizar, intensificar uma ideia.
Tudo carrega o seu caruncho.
Tudo: desde o vivo ao defunto.
Da embaúba das capoeiras
À economia canavieira.
2. por paralelismo, com a finalidade de modificar o sentido inicial.
Por um lado, eu concordo com a atitude dela, por outro, fico preocupada com as consequências.

COESÃO SEQUENCIAL

A coesão sequencial ocorre quando se busca promover a progressão do texto, sem a retomada de palavras ou expressões. Pode ser construída:
1. pela correlação de tempos verbais, organizando as relações temporais e factuais do texto.
Espero que você goste desse livro.
2. pela conexão entre orações, explicitando-se a interdependência semântica entre elas por meio de relações de causa, consequência, finalidade, adição, etc.
Se vocês continuarem estudando, suas aprovações serão consolidadas.
Se:(relação de condição)
Estude bastante e não desista.
e: (relação de adição)

3. pela conexão entre períodos e entre parágrafos, estabelecida com o uso de operadores argumentativos como em síntese, dessa forma, em contrapartida, concluindo etc.
As boas bibliotecas possuem em seu acervo livros representativos da literatura brasileira. Dessa forma, os leitores têm a oportunidade de conhecer nossos grandes autores.

É importante saber:
1. Além dos pronomes e das conjunções, outras classes de palavras podem ser usadas como mecanismos de coesão.
Fui ontem à inauguração de uma livraria. encontrei vários conhecidos.
Lá: advérbio
Guimarães Rosa e Drummond são grandes escritores, ambos mineiros.
Ambos: numeral
2. Em alguns processos de referenciação textual, o referente não está no texto, e sim no contexto, na situação de interlocução. Compare.
Já lhe falei quanto eu gosto dela, da obra de Drummond

Processo endofórico (referente está dentro do texto)
Na próxima aula estarei aqui novamente.

Processo exofórico (referente está fora do texto, reconhecido apenas no contexto da enunciação)

3. Nos casos de coesão referencial, deve-se levar em conta que o termo mais geral (hiperônimo) sempre vai apontar para o mais específico (hipônimo).
A tecnologia vem mudando a vida das pessoas. O celular, por exemplo, já deixou de ser um mero objeto e passou a ser para algumas pessoas o irmão mais próximo, a namorada, a esposa, etc.
Tecnologia: hiperônimo;
Celular: hipônimo.
Até aqui nós vimos uma noção de todos os tipos de processo de coesão textual, a partir de agora, vamos detalhar os elementos coesivos solicitados pelo edital do concurso!

Coesão e (algumas) classes de palavras
O artigo especifica o substantivo, mostrando-o de maneira particularizada ou genérica. É uma palavra variável, que se antepõe ao substantivo e concorda com ele em gênero e número.
Os artigos podem se combinar com preposições. Observe:
Preposição
(+) Artigos
Formas resultantes
a
o, a, os, as
ao, à, aos, às
de
o, a, os, as, um, uma, uns, umas
do, da, dos, das, dum, duma, duns, dumas
em
o, a, os, as, um, uma, uns, umas
no, na, nos, nas, num, numa, nuns, numas
por
o, a, os, as
pelo, pela, pelos, pelas
Importante: A fusão da preposição a com os artigos a ou as resulta no encontro de dois fonemas iguais, que se pronunciam como um só. Essa fusão é chamada de crase e é indicada, na língua portuguesa, pelo acento grave (`). Compare:
Entregou a receita ao farmacêutico.

preposição       artigo
combinação de a + o

Entregou a receita à farmacêutica.
preposição + artigo (crase)
fusão de a+a

O numeral indica uma quantidade numérica precisa ou a posição de algo em uma sequência. Pode acompanhar o substantivo, funcionando como termo determinante, ou atuar como núcleo do sintagma nominal. Alguns numerais são variáveis em gênero e número. As palavras dos numerais dividem-se em quatro grupos:
Numeral cardinal: expressa quantidade numérica inteira. Exemplos: um, dois, vinte, novecentos, dez mil, um bilhão.
Numeral ordinal: indica ordem em uma sequência. Veja: primeiro, segundo, vigésimo, milionésimo, quinto.
Numeral multiplicativo: denota quantidade múltipla. Observe: duplo, dobro, triplo.
Numeral fracionário: expressa quantidade fracionária. Exemplos: meio, um terço, vinte avos, dez milésimos.
Os numerais e a coesão textual
Fernando e um gari resolveram almoçar na churrascaria Só o Filé. Ambos se tornaram invisíveis.
Primeiro, os alunos precisam ler com muita atenção a prova. Segundo, necessitam interpretar bem o comando de cada questão. Por fim, marcar as alternativas corretas.

Pronome: é uma palavra cuja principal função é indicar as pessoas do discurso e relacionar a elas os seres e objetos a que se referem, os quais são representados pelo substantivo. Seu sentido é dado pela situação discursiva ou pelo contexto. Pode atuar como núcleo do sintagma, assumindo o papel de substantivo (pronome substantivo), ou como termo determinante, acompanhando o substantivo (pronome adjetivo). Alguns tipos de pronomes são invariáveis; outros podem se flexionar em gênero, número e pessoa.
Os pronomes atuam como valiosos recursos de coesão, promovendo a anáfora (retomada de referentes) e a catáfora (antecipação de referentes).
Eu não procuro comida. Ela vem até mim.
Ele me disse isto: - pare de chorar!




1- Pronome Pessoal: indica diretamente uma pessoa do discurso. Pronome pessoal reto tem a função de sujeito. Pronome pessoal oblíquo tem a função de complemento.



2-Pronome de tratamento: consiste numa subclasse dos pronomes pessoais e se prestam a designações cerimoniosas.















3-Pronome demonstrativo: indica a proximidade do referente em relação às pessoas do discurso. Também podem indicar localização no espaço e no tempo.


4-Pronome possessivo: estabelece uma relação de posse.


















5-Pronome indefinido: classe gramatical que substitui ou acompanha o substantivo para atribuir a ele um sentido vago, impreciso. Esse pronome expressa uma quantificação, mas, ao contrário do numeral, não oferece uma informação exata.

5-Pronome interrogativo: é empregado para formular perguntas diretas ou indiretas, indicando o elemento sobre o qual se deseja saber algo. Os pronomes interrogativos são quem, (o) que, qual e quanto. Apenas os dois últimos flexionam-se em número, e só o último admite flexão de gênero.


6-Pronome relativo: é empregado para articular dois enunciados, retomando um elemento antecedente.
Pronome relativo
Caraterísticas
Exemplos
Que
Retoma substantivos que designam pessoas, objetos, lugares e períodos de tempo.
Esse é o professor que mais admiro.
Sorvete é o doce de que mais gosto.
O qual (e flexões)
Tem a mesma função de que, mas é usado, em geral, para evitar ambiguidades.
Falei com a secretária do vereador, a qual foi muito eficiente.
Quem
Retoma substantivos que se referem a pessoas; é antecedido por preposição.
Ali está o professor de quem falei.
Onde
Retoma substantivos que se referem a lugares.
Já saiu do prédio onde estão os laboratórios.
Cujo (e flexões)
Retoma substantivos relativos a pessoas ou objetos, estabelecendo relação de posse.
Eis a criança cujos pais morreram.
Devolvi o livro cuja capa é azul.
Quanto (e flexões)
Forma as locuções tudo quanto, todo (s) quanto (s) e toda (s) quanta (s).
Tudo quanto disse era verdade. Todas quantas vierem serão aceitas e bem tratadas.
Quando
Retoma um substantivo para caracterizar a noção de tempo.
Isso ocorreu no Renascimento, quando se adotou o racionalismo.
Como
Retoma um substantivo para especificar uma ideia de modo.
Não gostei do modo como ele falou com minha sobrinha.


Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto através do emprego adequado de conjunções:
Conjunção é uma palavra invariável, responsável por conectar termos ou orações estabelecendo relações de dependência entre eles ou mantendo a autonomia das partes. Quando formada por mais de uma palavra, é chamada de locução conjuntiva.
A conexão que não estabelece dependência é chamada de coordenação.
A conexão que estabelece dependência é denominada de subordinação.
As palavras de uma frase não estão dispostas em uma determinada sequência por acaso. A gramática possui uma área que estuda especificamente essa sequência, a relação e a ordem das palavras em um discurso: A sintaxe.
Em uma análise sintática podemos ter:
FRASE: É um conjunto de palavras reunidas que transmite uma ideia completa, dá-se entre uma letra maiúscula e o primeiro ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou reticências. A presença de um verbo não é obrigatória.
Exemplo:
- Silêncio!
“O menino superou a fase um basicamente apenas com seu cérebro.”
ORAÇÃO: É o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou locução verbal.
Exemplo: Ajude-me
                (verbo)
                       (locução verbal)
Este avanço irá permitir o desenvolvimento de outros dispositivos médicos.
PERÍODO: É a frase organizada com uma ou mais orações.
Exemplo: O senhor é meu pastor.
(Período simples – apenas uma oração)
O senhor é o meu pastor, nada me faltará.
(Período composto – mais de uma oração)

PERÍODO COMPOSTO
Período Composto por Coordenação – quando as orações que constituem têm sentido por si mesmas, são sintaticamente independentes umas das outras e estabelecem entre si apenas uma sucessão de ideias.
Exemplo: Recebeu o salário, visitou algumas lojas e trouxe um belo presente para a noiva.
Vi, vim e venci.
Período Composto por subordinação – quando há entre as orações que o constitui uma relação de dependência da subordinada à principal.
Exemplo: Confesso que não sei a resposta.
O dia raiava quando lhe vieram bater à porta.
ORAÇÕES COORDENADAS
As orações coordenadas podem ser:
Assindéticas – quando não vêm introduzidas por conjunção.  Exemplo: Levantou-se, foi até a janela, tornou a sentar.
Sindéticas – quando vêm introduzidas por conjunção:  Exemplo: Recebeu a notícia e deu pulos de satisfação.
ORAÇÕES COODENADAS SINDÉTICAS:
Coordenada sindética aditiva – Expressa uma ideia de adição, de soma. É introduzida pelas conjunções aditivas e, nem, não só..., mas também, etc.
Exemplo: Vamos ouvir música e comer uma pizza.
Coordenada sindética adversativa – Expressa uma ideia de oposição ou de contraste. É introduzida pelas conjunções adversativas mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, etc.
Exemplo: Meu coração pergunta, porém meus olhos não respondem.
Coordenada sindética alternativa – Expressa uma ideia de exclusão, de alternância. É introduzida pelas conjunções alternativas ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, etc.
Exemplo: Vamos fazer um poema ou qualquer outra besteira.
Coordenada sindética conclusiva – Exprime conclusão. É introduzida pelas conjunções conclusivas logo, pois, portanto, por conseguinte, etc.
Exemplo: ela o trata com carinho, logo gosta dele.
Coordenada sindética explicativa – Explica a ideia contida na oração anterior, dando um motivo. É introduzida pelas conjunções explicativas pois, porque, portanto, que, etc.
Exemplo: Traga o jornal, pois quero ler as notícias.
Classifique as orações coordenadas em destaque dos seguintes períodos:
a) Abriu a porta e disse adeus.
b) Alegra-te, que estou aqui.
c) Meus atiradores não fumam nem bebem.
d) Mudou o Natal ou mudei eu?
e) Os caminhoneiros estão em greve, portanto faltarão alimentos.
ORAÇÕES SUBORDINADAS
Vimos que o período composto por subordinação é constituído por duas ou mais orações: uma principal e as demais subordinadas:
Exemplo:
E nada é mais triste do que engenho de fogo morto.
Oração Principal          Oração subordinada
As orações subordinadas podem ser:
Substantivas – desempenham funções comparáveis às exercidas por substantivos.

Adjetivas – desempenham funções comparáveis às exercidas por adjetivos.
Adverbiais – desempenham funções comparáveis às exercidas por advérbios
Por enquanto, precisamos detalhar as adverbiais.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As orações subordinadas adverbiais apresentam as seguintes características:
 Têm valor de adjunto adnominal;
 Ligam-se ao verbo da oração principal;
 São introduzidas por conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes)

CLASSIFICAÇÃO:

Subordinada adverbial causal:
Indica a causa ou motivo do que está expresso no verbo da oração principal. As principais conjunções denotadoras da causa são: porque, pois, como, porquanto, visto que, uma vez que etc.
Ex: Como não havia vacinas, muitos pegaram a doença.
Atenção:
Não confunda a oração subordinada adverbial causal com coordenada explicativa.
Compare:
Ele pegou a doença porque andava descalço. (causal)
Não ande descalço, porque você vai pegar uma doença. (explicativa)
1 – No primeiro exemplo há forçosamente uma relação de causa (andar descalço) e consequência (pegar uma doença). No segundo exemplo, não há essa relação, apenas dá-se um motivo para que não se ande descalço.
2 – A adverbial causal pode ser transformada em outra, reduzida de infinitivo, iniciada pela preposição por. Por andar descalço, ele pegou uma doença. A coordenada explicativa não admite essa transformação.

Subordinada adverbial comparativa:
Estabelece uma comparação com a ação expressa pelo verbo da oração principal. As principais conjunções comparativas são: que, do que (depois de mais, menos, melhor, pior),como etc.
Ex: Ele lutava como um guerreiro espartano lutaria.
Subordinada adverbial concessiva:
Indica que se admite ou se concede um fato contrário à declaração contida na oração principal. As principais conjunções concessivas são: ainda que, embora, mesmo que, posto que, por mais que, se bem que, nem que etc.
Ex: Não venderão o produto ainda que gastem milhões em propaganda.

Subordinada adverbial condicional:
Indica a condição necessária para que o fato expresso na oração principal se realize. As principais conjunções condicionais são: se, caso, sem que, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que etc.
Ex: Venderão o produto, caso alterem a sua fórmula.

Subordinada adverbial conformativa:
Exprime conformidade com o que se declara na oração principal. As principais conjunções conformativas são: conforme, como, segundo, consoante etc.
Ex: O jantar será servido às oito horas, conforme combinamos.

Subordinada adverbial consecutiva:

Indica a consequência do que foi declarado na oração principal. É introduzida pela conjunção que (precedida de tal, tanto, tão ou tamanho).
Ex: Ele falava tanto que começava a ser inconveniente.

Subordinada adverbial final:

Indica a finalidade do que está expresso na oração principal. As principais conjunções finais são: para que, a fim de que, que (= para que), etc.
Ex: Construíram-se diques para que as águas não alagassem os campos.

Subordinada adverbial proporcional:

Indica uma relação de proporcionalidade com o fato expresso na oração principal. As principais conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais...mais, quanto menos...menos, quanto maior..menor etc.
Ex: Os lucros iam crescendo, à proporção que se reduziam os custos.

Subordinada adverbial temporal:

Indica o tempo em que ocorre o fato expresso na oração principal. As principais conjunções temporais são: quando, enquanto, antes que, depois que, desde que, logo que, assim que, até que, apenas, mal etc.
Ex: Todos estavam reunidos quando ele anunciou seu casamento.
EXERCÍCIOS

Não é preciso ser um especialista para saber que poluição faz mal à saúde. Até agora, no entanto, ninguém havia conseguido medir com precisão o impacto de um dos poluentes mais nocivos, o ozônio. Estudos americanos acabam de relacionar a grande concentração desse gás a mortes prematuras por doenças respiratórias e cardiovasculares.
O primeiro levantamento científico sobre os malefícios causados por esse gás é da década de 50. Oito anos atrás, quando a Organização Mundial da Saúde publicou as primeiras recomendações contra os efeitos nocivos da substância, não havia provas de que em excesso ela poderia matar. A comprovação tardia da relação entre altos níveis de ozônio e o aumento da mortalidade explica-se pelo fato de que o gás é um poluente de difícil medição e controle. Ele não é emitido por motores, mas é subproduto de várias reações químicas entre diversos poluentes, e o principal acelerador desse processo é o calor.
O aumento da concentração de ozônio no ar é fruto de um paradoxo. Nos últimos dez anos, várias cidades do mundo passaram a controlar a emissão de poluentes. Ao mesmo tempo, muitas dessas medidas favoreceram o aparecimento de outros gases tóxicos. Um bom exemplo é o que aconteceu recentemente com o lançamento dos automóveis com motores que funcionam indistintamente com gasolina, álcool ou com uma mistura em qualquer proporção de ambos os combustíveis.
Os carros bicombustíveis, que hoje respondem por metade das vendas no Brasil, de fato diminuíram a emissão de gases tóxicos. Por outro lado, porém, passaram a jogar no ar mais resíduos de álcool, que são a matéria-prima do ozônio.
Nos anos 70, as projeções sobre o impacto da poluição eram catastróficas. Até o fim do século, dizia-se, seria preciso usar máscaras de oxigênio nas cidades para sobreviver a substâncias tóxicas. Ao contrário dessas previsões, houve uma redução da poluição atmosférica por causa das medidas de controle de emissão de poluentes - principalmente dos automóveis, a grande fonte da sujeira lançada no ar. Apesar disso, uma outra previsão acabou se confirmando: mais e mais pessoas morrem em virtude disso. A razão é o crescimento exponencial do número de automóveis em circulação. Em menos de trinta anos, a frota de carros brasileiros mais do que duplicou. Por causa de tal expansão o ganho em saúde obtido com veículos menos poluidores não é tão grande quanto poderia ser.
(Adaptado de Anna Paula Buchalla, Veja)


(FCC – 2014) QUESTÃO 01 - ... mais e mais pessoas morrem em virtude disso. (último parágrafo)
A expressão pronominal está empregada, no texto, para substituir o segmento
(A) da sujeira lançada no ar por automóveis.
(B) da redução da poluição atmosférica.
(C) das medidas de controle dos poluentes.
(D) da previsão dos mais pessimistas.
(E) da sobrevivência nas grandes cidades.

QUESTÃO 02 - As conjunções destacadas em: “uso indevido de abreviações, formalidades ORA excessivas ORA inexistentes” expressam, no contexto, ideia de:
A) alternância.
B) adição.
C) conclusão.
D) explicação.
E) oposição.

QUESTÃO 03 - A oração destacada em: “mas foi escrito de uma maneira tão confusa QUE OCORREU UM COLAPSO NA CENTRAL DE ATENDIMENTO DA EMPRESA.” expressa ideia de:
A) consequência.
B) causa.
C) condição.
D) finalidade.
E) conformidade.

QUESTÃO 04 - Assinale a opção em que a palavra destacada exprime, no contexto, a mesma ideia da destacada em: “90% da comunicação feita E recebida pelas entidades privadas hoje é via e-mail.”
A) “POR ISSO, os especialistas e as empresas tentam sistematizar as regras que regem a comunicação por e-mail.”
B) “SEGUNDO ela, a administração enviou um e-mail sobre uma mudança que seria feita nos pagamentos.”
C) “A apreensão tem levado empresas a consultores que capacitem funcionários a redigir e-mails não só sem deslizes na língua portuguesa, MAS eficientes e adequados à comunicação profissional.”
D) “Era para ser algo simples, MAS foi escrito de uma maneira tão confusa que ocorreu um colapso na central de atendimento da empresa, porque ninguém entendeu a mensagem”.
E) “comunicam via internet com mais propriedade, QUANDO na verdade uma habilidade independe da outra.”

Agir conforme a ética não se aprende, não se entende, não se reflete – se faz. O comportamento virtuoso não se ensina, dizia Sócrates. Sempre pode haver um mentiroso ou um corrupto conhecedor e defensor de valores éticos. A virtude surge da prática, defendia Aristóteles. O bom caráter advém de um hábito incorporado pelos costumes e experiências advindos da infância.
Quase todas as tarefas corriqueiras da vida nós as fazemos sem pensar. Andamos de bicicleta, dirigimos carros, cozinhamos, escrevemos e nos portamos à mesa de forma automática, como se fosse natural. Nossas ações e deliberações morais também são frutos de uma vivência contínua, de uma prática repetida que se torna arraigada.
Em vão se ensina ética com o propósito de melhorar o caráter de um aluno. Pensar no outro antes de agir advém do costume e não da razão. Respeito, justiça, coragem e prudência não se ensinam em sala de aula, são valores experimentados e praticados desde pequenos na construção e na imitação das condutas familiares. Os filhos pagam pelos pecados dos pais, já diziam os profetas bíblicos Moisés e Ezequiel.
 Estudar ética é como estudar nosso primeiro idioma, serve para lapidar e aperfeiçoar aquilo que já praticamos.
(TONETTI, Flávio. Ética, Medo e Esperança. Petrópolis,)

(FADESP 2016) QUESTÃO 05 - No que concerne à coerência e à coesão, a descrição está adequada em
(A) O pronome “as” (l. 8) retoma a expressão “experiências” (l. 7).
(B) O autor utiliza, em todas as ocorrências, o pronome pessoal “nós” no lugar da primeira pessoa do singular.
 (C) O pronome demonstrativo em “aperfeiçoar aquilo que já praticamos” (l. 22) recupera e resume as afirmações anteriormente mencionadas relativas aos hábitos incorporados pelos costumes e pelas experiências advindos da infância.
(D) O conectivo “todavia” é o que melhor explicitaria a relação lógica existente entre as orações “Respeito, justiça, coragem e prudência não se ensinam em sala de aula” e “são valores experimentados e praticados desde pequenos” .

Muitos se incomodam ao ver pessoas usando e humilhando outras. Talvez porque constatemos que há quem se utilize dos seus semelhantes como quem usa um objeto. Podemos classificar tal desvio de conduta como uma infração ao princípio da dignidade humana. Apesar de reprovável, deparamo-nos com esse desrespeito diariamente – muitas vezes sem percebê-lo. Empresas utilizam crianças enfermas em anúncios para promover as vendas, aproveitam tragédias naturais para construir um marketing de responsabilidade social, lucram com doações e abatimentos fiscais. Há os que se aproveitam da miséria para entregar suprimentos: melhoram a imagem pública para conseguir votos. Tais vampiros utilizam a destruição do outro para tirar benefício, e comumente são por nós aplaudidos: os chamamos distraidamente de “responsáveis”. Mas podemos, nós também, usar o outro como quem usa um objeto, sem termos consciência disso: quando reclamamos do garçom que julgamos pago para atender nossos desejos sorrindo, quando flertamos ou saímos com uma pessoa para causar ciúmes em outra, quando utilizamos a sedução para obter benefícios no trabalho ou para suprir carências afetivas sem se importar com sentimentos alheios. Exercitar a empatia é um modo de desconstruir esta lógica da submissão. Cristo ou Kant nos questionariam: - Gostaria que alguém se utilizasse de sua fraqueza ou boa vontade para usá-lo ou explorá-lo?                 (TONETTI, Flávio. Ética, Medo e Esperança.)

(FADESP – 2016) QUESTÃO 06 – A relação lógico-semântica entre os enunciados está corretamente indicada em
(A) “Muitos se incomodam ao ver pessoas usando e humilhando outras” – oposição.
(B) “Apesar de reprovável, deparamo-nos com esse desrespeito diariamente” – restrição.
(C) “Empresas utilizam crianças enfermas em anúncios para promover as vendas” – finalidade.
 (D) “Talvez porque constatemos que há quem se utilize dos seus semelhantes como quem usa um objeto” – tempo.











































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Reportagem

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