segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Morfologia, Classe e emprego de palavras

Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Para estudar a estrutura das palavras, é preciso estudar os elementos que formam as palavras, chamados de morfemas.
A palavra é subdividida em partes menores, chamadas de elementos mórficos.
RADICAL:
O significado básico da palavra está contido nesse elemento; a ele são acrescentados outros elementos.
Exemplo: cantar, correr, partir.
Observação: Para descobrir o radical de um verbo, retira-se a terminação AR, ER ou IR.
VOGAL TEMÁTICA
Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a conjugação a que o verbo pertence. A vogal temática dos verbos são as letras A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence.
Exemplos: Passear – 1ª conjugação – verbos terminados em AR;
Dever – 2ª conjugação – verbos terminados em ER;
Pedir – 3ª conjugação – verbos terminados em IR.
OBSERVAÇÃO: Os verbos terminados em OR pertencem à 2ª conjugação, pois são provenientes do antigo verbo poer.
Nos substantivos e adjetivos, a vogal temática são as vogais A, E, I O e U, no final das palavras:
Exemplo: casa, dente, Barueri, ouro, cupuaçu.
Cuidado para não confundir vogal temática com desinência nominal de gênero feminino ou masculino:
Exemplo: garoto/ garota.
TEMA
É o radical com a presença da vogal temática.
Se não houver a vogal temática, o tema e o radical serão o mesmo elemento. Em se tratando de verbo, o tema será sempre a soma do radical com a vogal temática: compra, come e dorme. Em substantivos e adjetivos, isso nem sempre acontecerá.
(vogal temática)
Exemplo: s a p a t o
(radical)
p a s te l
(radical e tema são mesmo elemento, pois não há vogal temática)
DESINÊNCIA
São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar.
São subdivididas em desinências verbais e desinências nominais.
DESINÊNCIAS VERBAIS
Modo-temporais – São quatro e indicam o tempo e o modo:
-va e –ia, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo: cantava, devia, partia.
-ra, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: cantara, devera, partira.
-ria, para o Futuro do Pretérito do Indicativo: cantaria, deveria, partiria.
- sse, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: cantasse, devesse, partisse.
Número-pessoais – Distribuem-se em dois grupos:
As que são comuns a todos os tempos.
Eu
-
amava_
Tu
S
amavaS
Ele
-
amava
Nós
MOS
AmávaMOS
Vós
IS
amáveIS
Eles
M
amaM

AFIXOS
São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem ser:
Prefixo – quando colocado antes do radical;
Exemplo: invariável; anomalia.
Sufixo – quando colocado depois do radical.
Exemplo: chuvarada, infelizmente (prefixo + sufixo)
VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO
São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de certas palavras.
Exemplos: silvícola, paulada, cafeicultura
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
 Derivação:
Por meio do processo de derivação, palavras primitivas possibilitam a formação de outras derivadas.
Exemplo: pedra – pedreiro, apedrejar, pedraria.
flor – floricultura, florescer, florista.
A derivação pode ser:
Prefixal – quando se acrescenta um prefixo à palavra primitiva.
Exemplo: feliz – infeliz.
Sufixal – quando se acrescenta um sufixo à palavra primitiva.
Exemplo: terra – terreno.
Prefixal e sufixal – acrescentam-se ao radical um prefixo e um sufixo.
Exemplo: infelizmente
Parassintética – quando se acrescenta, simultaneamente, um prefixo e um sufixo.
Exemplo: desalmado, empobrecer.
OBS: Não confunda derivação parassintética com derivação prefixal e sufixal. Para distingui-las, elimine o prefixo ou o sufixo da palavra e veja se a forma que resta constitui uma palavra existente na língua portuguesa.
Regressiva – quando não acrescenta nada à palavra, mas se reduz.
Exemplo: vender – venda (substantivo)
pescar – pesca
pincelar – pincel
Imprópria – quando se muda a classe gramatical da palavra.
Exemplo: Ele é um judas. (substantivo – adjetivo)
O saber não tem limites. (verbo – substantivo)
Composição:
Consiste em formar palavras a partir da união de dois ou mais radicais.
Exemplo: beija + flor = beija-flor
Plano + alto = planalto
A composição pode ser:
Justaposição - cada radical conserva a sua integridade.
Exemplo: segunda-feira, bem-me-quer, passatempo.
Aglutinação - sofrem a perda de sua integridade silábica.
Exemplo: aguardente (água + ardente)
boquiaberto (boca + aberto)
planalto (plano + alto)
Hibridismo – inúmeros radicais gregos e latinos também participam da formação de palavras, como primeiro ou como segundo elemento da composição.
Veja a composição destas palavras:
bis + avô = bisavô
(radical latino)
crono + metro = cronometro
(radical grego)
As palavras formadas por elementos provenientes de línguas diferentes denominam-se hibridismos:
automóvel (grego + português)
burocracia (francês + grego)
Onomatopeia
São palavras criadas com a finalidade de imitar sons e ruídos produzidos por armas de fogo, sinos, campainhas, veículos, instrumentos musicais, vozes de animais, etc. São onomatopeias:
fru – fru, pingue – pongue, zum-zum (substantivos)
ciciar, tilintar, cacarejar, ronrocar (verbos)
pá! pow! zás- trás! (interjeições).
Redução
Um dos processos de formação de palavras consiste em reduzi-las com o objetivo de economizar tempo e espaço na comunicação falada e escrita. São tipos especiais de redução:
Siglas: são empregadas principalmente como redução de nomes de empresas, firmas, organizações internacionais, partidos políticos, serviços públicos, associações estudantis e recreativas:
IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística)
Às vezes, as siglas provêm de outras línguas:
CD – compact disc
AIDS – acquired immunological deficiency syndrome
Abreviações: consistem na redução de palavras até limites que não comprometam sua compreensão.
Ex: moto (motocicleta)
metrô (metropolitano)
ônibus (auto – ônibus)
foto (fotografia)
quilo (quilograma)
Abreviatura – consistem na redução principalmente de nomes científicos e gramaticais, de Estados e territórios, profissões, pronomes de tratamento.
Ex: PB (Paraíba)
Av. (avenida)
Empréstimos e gírias
Empréstimos – são palavras estrangeiras que entram na língua em consequência de contatos entre os povos. Alguns desses empréstimos se aportuguesam, como ocorreu, por exemplo:
iogurte (do turco yoghurt)
chísbúrguer (do inglês cheeseburger)
chique (do francês chic)
Outros mantêm sua grafia original, com, por exemplo,
apartheid    diesel   shopping Center  outdoor
office boy  (do ingles) telex  bon vivant
belle époque  (do francês)
Gírias - são palavras ou expresses de criação popular que nascem em determinados grupos sociais ou profissionais e que, às vezes, por sua expressividade, acabam se estendendo à linguagem de todas as camadas sociais. Uma das características dessa variedade linguística é seu caráter passageiro; algumas não chegam a durar mais do que alguns meses.

CLASSES DE PALAVRAS

SUBSTANTIVO
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau que dá nome aos seres em geral. São, portanto, substantivos:
a) os nomes de coisas, pessoas, animais, vegetais, lugares, instituições.
Ex: livro, cadeira, Lúcia, Humberto, cachorro, Paris, júri, divórcio.
b) os nomes de ações, noções, estados ou qualidades, tomados como seres:
Ex: trabalho, corrida, justiça, tristeza, beleza.
Classificação Semântica
Do ponto de vista semântico, isto é, considerando a significação, o substantivo pode ser:
Concreto – designa os seres que têm, ou acreditamos que tenham, existência própria, independente de outros seres: Deus, casa, fada, dragão.
Abstrato – Dá nome a um ser cuja existência depende de outro, como sensações, estados de espírito, qualidades: beleza, medo, nostalgia, calor.
Comum – Nomeia seres da mesma espécie: rio, cidade.
Próprio – Denomina um ser particular da espécie: Tocantins, Florianópolis, Brasil.
Coletivo – é o substantivo singular que designa vários seres de uma espécie:
Substantivo coletivo
Conjunto de:
assembleia
pessoas reunidas
alcateia
lobos
acervo
livros
antologia
trechos literários selecionados
arquipélago
ilhas
banda
músicos
bando
desordeiros ou malfeitores
banca
examinadores
batalhão
soldados
cardume
peixes
caravana
viajantes peregrinos
 cacho
 frutas
 cáfila
 camelos
cancioneiro
 canções, poesias líricas
 colmeia
 abelhas
 chusma
 gente, pessoas
 concílio
 bispos
 congresso
 parlamentares, cientistas.
 elenco
 atores de uma peça ou filme
 esquadra
 navios de guerra
 enxoval
 roupas
 falange
 soldados, anjos
 fauna
 animais de uma região
 feixe
 lenha, capim
 flora
 vegetais de uma região

Simples – É formado por um único radical ou uma única palavra: água, pé, couve, sol.
Composto – É formado por mais de um radical ou mais de uma palavra: água-de-colônia, pé-de-moleque, aguardente, girassol.
Primitivo – é formado por um radical que pode dar origem a outros substantivos: pedra, cabeça.
Derivado – É formado com base em outra palavra da língua portuguesa: apedrejar, cabeçada.
GÊNERO: MASCULINO E FEMININO
Regra geral: Troca-se o o por a, ou acrescenta-se a: advogado-advogada; juiz – juíza; camponês – camponesa.
Regras especiais:
a) palavras terminadas em or, coloca-se a, triz, eira: embaixador – embaixadora; ator – atriz; lavador – lavadeira;
b) palavras terminadas em ao, coloca-se ã, ao, ona: campeão – campeã; leão – leoa; folião – foliona;
c) vocábulos terminados em e coloca-se a: chefe – chefa; mestre – mestra.
d) emprega-se –esa, -essa ou –isa: barão – baronesa; abade – abadessa; profeta – profetisa.
Algumas palavras possuem formas especiais: avô, avó; galo, galinha; cão, cadela.
Agora leia:
Ex: Minha mãe era boa criatura.
Vários poetas brasileiros atuais são criaturas de Carlos Drummond de Andrade.
A palavra criatura apresenta um só gênero para designar o masculino e o feminino.
Esse e outros substantivos pedem mais a nossa atenção.
Vejamos alguns casos:
Substantivos biformes – Designam pessoas ou animais e apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino:
Ex: aluno aluna professor professora homem mulher
      menino menina burguês burguesa
Substantivos uniformes – São os que apresentam uma única forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se em epicenos, comuns de dois gêneros e sobrecomuns.
Epicenos – Dependem das palavras macho e fêmea para especificar o sexo. É usado somente para animais.
Ex: a andorinha macho – a andorinha fêmea
a cobra macho – a cobra fêmea.
Comum de dois gêneros – Tem apenas uma forma, distinguindo-se pela palavra que os acompanha.
Ex: um colega uma colega
belo jovem bela jovem   a pianista o pianista
Sobrecomuns – Tem um só gênero para designar o feminino e o masculino.
Ex: a testemunha, a vítima, o cônjuge, a pessoa, a criança.

(IVIN – 2016) – “A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores”.
Assinale a alternativa em que a palavra em destaque abaixo é também um substantivo Biforme:
a) O estudante está se preparando há meses para o ENEM.
b) O artista famoso recebeu muitos aplausos em meio a vaias.
c) O cônjuge exigiu ficar com a casa após a separação.
d) O tatu macho conseguiu escapar do caçador.
e) O padre terminou a missa no horário de praxe.

Substantivo: Outras particularidades:
1. alguns substantivos apresentam oscilação de gênero. Por exemplo:
o diabete(s), a diabete o intérprete, a intérprete
o personagem, a personagem, o trama, a trama.
2. Deve-se observar o gênero correto dos seguintes substantivos;
Masculinos:
o alvará o saca-rolhas  o champanha o eclipse
o milhar o formicida  o sabiá o lança-perfume
o guaraná o pijama  o suéter o dó
Femininos:
a epígrafe a sentinela  a libido a cal
a ordenança a dinamite  a aguardente a elipse
a derme a ferrugem  a faringe a omoplata
3. São masculinos os substantivos terminados em –ema e –oma:
o edema o telefonema o hematoma o emblema
4. Há substantivos que apresentam significações diferentes de acordo com o gênero:
o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo)
o caixa (pessoa) a caixa (objeto)
o cisma (separação) a cisma (desconfiança)
o grama (unidade de massa) a grama (relva)
o moral (brio) a moral (ética)
NÚMERO: SINGULAR E PLURAL
1. Regra geral: Acrescenta-se s: casa- casas
2. Regras especiais:
a) –r, -z, -n coloca-se es: lar – lares, juiz – juízes, hífen – hífens.
b)-al, -el, -ol, -ul coloca-se is: animal - animais, papel – papéis, anzol – anzóis.
c) –il (paroxítonos) coloca-se eis: fóssil – fósseis.
d) –il (oxítonos) coloca-se s: barril – barris.
e) –m coloca-se ns: armazém – armazéns
f) –ão coloca-se –ões, -ães: balcão – balcões; capitão – capitães.
g) –s (oxítonos) coloca-se –es: burguês – burgueses.
Observações:
1. São invariáveis pires (os pires), lápis (os lápis), ônibus (os ônibus), e os substantivos terminados em –x (som de ks), como tórax (os tórax)
2. Alguns substantivos terminados em –ão apresentam mais de um plural;
aldeão aldeões aldeãos
anão anões anãos
vilão vilães vilões
charlatão charlatões charlatães
Plural dos substantivos compostos
Nos substantivos compostos que apresentam seus elementos ligados por hífen, podem variar ambos os elementos, apenas um dos elementos, ou nenhum dos elementos, conforme as seguintes regras:
a) Nos compostos formados de palavras repetidas (ou muito semelhantes), só o segundo elemento varia:
Ex: teco-teco teco-tecos tico-tico tico-ticos
reco-reco reco-recos pingue-pongue pingue-pongues
b) Nos compostos cujos elementos venham unidos por preposição, só o primeiro elemento varia:
Ex: pão-de-ló pães-de-ló
mula-sem-cabeça mulas-sem-cabeça
c) Nos compostos formados de grão, grã e bel seguidos de substantivo, só varia o segundo elemento:
Ex: grão-duque grão-duques
grão-mestre grão-mestres
grã-duquesa grã-duquesas
bel-prazer bel-prazeres
d) Nos compostos formados por dois substantivos, se o segundo elemento limita ou determina o primeiro, indicando tipo ou finalidade, a variação ocorre somente no primeiro elemento:
Ex: banana-maçã bananas-maçã
salário-família salários-família
peixe - espada peixes-espada
caneta-tinteiro canetas-tinteiros
e) Nos compostos formados por duas palavras avariadas (substantivo+adjetivo) ou (adjetivo+substantivo), todos vão para o plural:
Ex:
couve-flor couves-flores
amor-perfeito amores-perfeitos
cara-pálida caras-pálidas
padre-nosso padres-nossos
Observação: Ficam no singular os compostos formados com verbos e palavras invariáveis:
o bota-fora os bota-fora (verbo+advérbio)
o chove-não-molha os chove-não-molha
GRAU: AUMENTATIVO E DIMINUTIVO
1. Forma analítica:
casa grande – casa pequena  boca grande – boca pequena
2. Forma sintética:
casarão – casinha  bocarra – boquinha
Relativamente aos substantivos de formação sintética, acrescentam-se, para os aumentativos, os sufixos:  –aço (rico/ricaço), -aça; (bigode/bigodaça;
vidro/vidraça), -ão (casa/casarão; faca/facalhão; rapaz/rapagão; chapéu/chapelão; porta/portão; sala/salão; papel/papelão; voz/vozeirão), -ona (pedra/pedrona); alhão (drama/dramalhão);  anha (monte/montanha); -alha(forno/furnalha); -eiro (mexerico/mexeriqueiro); -eira (barulho/barulheira).
Para os diminutivos acrescentam-se os sufixos: inho (bolo/bolinho; sapato/sapatinho; café/cafezinho)-inha (faca/faquinha; porta/portinha; boca/boquinha; casa/casinha; gota/gotinha), -zinho (cão/cãozinho; chapéu/chapeuzinho; nariz/narizinho), -zinha (mão/mãozinha, mãe/mãezinha), a que correspondem formas em –ito (sapato/sapatito), -ita (casa/casita)-zito (rapaz/rapazito), -zita.(gota/gotazita),  -acho (rio/riacho)-eta (mala/maleta)-ete(diabo/diabrete), -ico (baile/bailarico), -ilho(pecado/pecadilho), -ilha (anel/anilha), -elho (garoto/garotelho), -im (varanda/varandim), -ola(criança/criançola)-ulo (monte/montículo).
No
PALAVRAS
DIMINUTIVOS
AUMENTATIVOS
1
faca
faquinha
facão ou facalhão
2
rapaz
rapazinho ou rapazote
rapagão
3
bigode
bigodinho ou bigodito
bigodão ou bigodaça
4
chapéu
chapelinho, chapeuzinho
chapelão
5
porta
portinha
portão
6
sala
salinha, salita, saleta
salão
7
gato
gatinho
gatão ou gatarrão
8
bala
balinha
balázio
9
papel
papelinho
papelão
10
cão
cãozinho ou canito
canzarrão
11
barulho
barulhito
barulheira

ADJETIVO
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo ou qualquer palavra com valor de substantivo, indicando-lhe atributo, estado, modo de ser ou aspecto.
Ex: Tratava-se de um homem incompetente.
Encontrei uma pessoa ética.
Ela é uma mulher honesta.
Classificação dos adjetivos:
Os adjetivos são classificados em:
a) simples – apresentam um único radical:
Ex: momento inesquecível, alimento dietético.
b) composto – apresentam mais de um radical:
Ex: acordo luso-brasileiro, causas político-econômicas.
c) primitivos – não provêm de outra palavra da língua portuguesa:
Ex: camisa verde, homem leal.
d) derivados – provêm de outra palavra da língua portuguesa:
Ex: camisa esverdeada, homem desleal, planície amazônica.
Adjetivos pátrios – são os adjetivos que se referem a países, continentes, cidades, regiões, etc., exprimindo a nacionalidade ou a origem do ser.
Localidade, Adjetivo pátrio correspondente, País, Estado, cidade ou região
Acre acreano
Afeganistão afegane, afegão
Amapá amapaense
Angola angolano
Aracaju aracajuense, aracajuano
Atenas ateniense
Belém (Pará) belenense
LOCUÇÃO ADJETIVA
Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.)
Por exemplo:
aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).

Observe outros exemplos:

de águia
aquilino
de aluno
discente
de anjo
angelical
de ano
anual
de aranha
aracnídeo
de asno
asinino
de baço
esplênico
de bispo
episcopal
de bode
hircino
de boi
bovino
de bronze
brônzeo ou êneo
de cabelo
capilar
de cabra
caprino
FLEXÃO DE GÊNERO:
Como os substantivos, os adjetivos podem ser do gênero masculino ou feminino
Dependendo da forma que assumem, os adjetivos se classificam em uniformes e biformes:
a) uniformes – apresentam uma única forma para os dois gêneros:
homem inteligente mulher inteligente
homem simples mulher simples
b) biformes – possuem uma forma para o masculino, outra para o feminino:
homem magro mulher magra
homem obeso mulher obesa
FLEXÃO DE NÚMERO:
a) adjetivo simples: Concordam com o substantivo a que se referem:
sapato macio – sapatos macios
comida salgada – comidas salgadas
b) adjetivo composto: apenas o último elemento varia:
histórico- geográfico histórico-geográficos
latino-americano latino-americanos
Observações:
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento é um substantivo:
lente verde-garrafa lentes verde-garrafa
papel azul-piscina papéis azul-piscina
2) O plural de surdo-mudo é surdos-mudos, assim como surdas-mudas, embora não devamos usar essas expressões, as quais devem ser substituídas por deficiente auditivo, deficiente oral.
3) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste são invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
camisa azul-celeste camisas azul-celeste
FLEXÃO DE GRAU
Grau comparativo: Pode ser de igualdade, superioridade ou de inferioridade.
Comparativo de igualdade – a qualidade expressa pelo adjetivo aparece com a mesma intensidade nos elementos que se comparam.
Ex: Esta casa é tão arejada quanto (como) aquela.
Comparativo de superioridade – a qualidade expressa pelo adjetivo aparece mais intensificada no primeiro elemento da relação de comparação.
Ex: Este alimento é mais saudável (do) que aquele.
Comparativo de inferioridade – a qualidade expressa pelo adjetivo aparece menos intensificada no primeiro elemento da relação de comparação.
Ex: Esta casa é menos arejada (do) que aquela.
Grau superlativo: Pode ser absoluto ou relativo:
Superlativo absoluto – a qualidade expressa pelo adjetivo não é posta em relação a outros elementos. Subdivide-se em absoluto analítico e absoluto sintético:
Ex: Este exercício é muito fácil. (superlativo absoluto analítico)
Este exercício é facílimo. (superlativo absoluto sintético)
Superlativo relativo – a qualidade expressa pelo adjetivo é posta em relação a outros elementos. Subdivide-se em relativo de superioridade e relativo de inferioridade:
Ex: Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala. (superlativo relativo de superioridade)
Este exercício é o menos fácil da lição. (superlativo relativo de inferioridade)
ARTIGO
Artigo é a palavra variável em gênero e número que precede o substantivo, determinando-o de modo preciso ou vago, indicando-lhe o gênero e o número.
Classificação dos artigos:
Os artigos são classificados em:
a) artigo definido – determina o substantivo de modo preciso. Pode ser singular (o, a) ou plural (os, as).
Ex: O menino resolveu a questão.
Os meninos resolveram as questões.
b) artigo indefinido – determina os substantivos de modo vago, impreciso. Pode ser singular (um, uma) ou plural (uns, umas).
Ex: Um menino resolveu uma questão.
Uns meninos resolveram umas questões.
NUMERAL
Numeral é a palavra que indica a quantidade exata de seres, ou a posição que um ser ocupa numa determinada série.
Classificação dos numerais:
a) cardinais – indicam quantidade determinada:
Ex: zero, um, dois, três, quatro, cinco.
b) ordinais – indicam ordem de sucessão:
Ex: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto.
c) multiplicativos – indicam multiplicação:
Ex: dobro triplo, quádruplo, quíntuplo.
d) fracionários – indicam divisão, fração:
Ex: meio, metade, terço, quarto.
PRONOME
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo.
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo:
Ex: Ele chegou.
Convidei-o.
Quando o pronome determina o substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo:
Ex: Esta casa é antiga.
Meu livro é antigo.
Há em português seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos, interrogativos.
As pessoas do discurso:
São três as pessoas do discurso
a) 1ª pessoa – aquela que fala;
b) 2ª pessoa – aquela com quem se fala;
c) 3ª pessoa – aquela de quem se fala (ou de que) se fala.
1. Pronomes Pessoais:
Designam as pessoas do discurso: a 1ª (eu, nós); a 2ª (tu, vós); a 3ª (ele, ela, eles, elas).
Os pronomes pessoais podem ser retos, oblíquos ou de tratamento. Retos
Oblíquo
Eu
me, mim, comigo
Singular
Tu
te, ti, contigo
Ele, Ela
o, a se, lhe, si, consigo
Nós
nos, conosco
Plural
Vós
vos, convosco
Eles, Elas
Os, as, se, lhe, si, consigo


Observações:
a) Os pronomes eu e tu não devem vir regidos de preposição.
Ex: Não há desavenças entre mim e ti. (e não entre eu e tu)
b) O pronome poderá vir precedido de preposição quando vier seguido de verbo no infinitivo, do qual é sujeito:
Ex: Ela trouxe frutas para eu comer
Ele deu ordens para tu ires depressa.
c) Não se deve combinar o pronome ele (ela, eles, elas) com a preposição de, quando esta preposição reger o verbo.
Ex: Era hora de eles decidirem. (e não deles decidirem)
d) Pronomes de tratamento – Referem-se à pessoa a quem se fala (portanto segunda pessoa), mas a concordância gramatical deve ser feita com a terceira pessoa.
Veja alguns desses pronomes:
Pronome
Abreviatura
Emprego
Vossa Alteza
V. A.
príncipes, duques
Vossa Eminência
V. Emª
cardeais
Vossa Excelência
V. Exª
altas autoridades em geral
Vossa Magnificência
V. Magª
reitores de universidades
Vossa Reverendíssima
V. Revª
sacerdotes em geral
Vossa Santidade
V. S.
papas
Vossa Senhoria
V. Sª
funcionários graduados
Vossa Majestade
V. M.
reis, imperadores

2. Pronomes Possessivos
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, indicando ideia de posse:
Ex: Eu emprestei meus livros e minhas fitas.
Eu não sou da sua rua.
Pessoa
Singular
Plural
Meu, minha, meus, minhas
Nosso, nossa, nossos, nossas
Teu, tua, teus, tuas
Vosso, vossa, vossos, vossas
Seu, sua, seus, suas
seu,sua, seus, suas
3. Demonstrativos:
São aqueles que indicam a posição do ser no tempo e no espaço, tomando-o em relação às pessoas do discurso.
Os pronomes demonstrativos são os seguintes:
Pessoa
Variáveis
Invariáveis
Este, esta, estes, estas
isto
Esse, essa, esses, essas
isso
Aquele, aquela, aqueles, aquelas
aquilo
Observações:
a) Este (e flexões) marca um tempo contemporâneo (ou imediato) ao ato da fala:
Ex: Neste momento, ele está descendo as escadas.
b) Esse (e flexões) marca um tempo proximamente anterior ao ato da fala:
Ex: Nesse dia estivemos com ela.
c) Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da fala:
Ex: Muitos poetas românticos escreveram sobre a valsa, pois naquela época a valsa dominava os salões.
d) Quando estão no lugar de isso, isto ou aquilo (e flexões), os pronomes o, a, os, as são demonstrativos:
Ex: Meu livro é o que está sobre a mesa.
Não tenho o que queres.
e) No interior do discurso, este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente. Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito:
Ex: Os simbolistas seguiam este preceito:
“A música antes de qualquer coisa”. Essas palavras são de um poema de Verlaine.
4. Indefinidos:
Referem-se à 3ª pessoa, de modo vago ou indeterminado:
                       Variáveis



Invariáveis
alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo.
algum, nenhum, todo, muito, pouco, certo, vário, tanto, quanto, qualquer (e variações)
5. Relativos: Referem-se a um nome antecedente:
Ex: Recebeu os livros que esperava.
Visitaremos a cidade onde ele mora.
Estudamos tudo quanto nosso escasso tempo nos permitiu.
Este é o autor cujas obras serão publicadas
Invariáveis
Variáveis
que, quem, onde
o qual, cujo, quanto
6. Interrogativos: São os pronomes indefinidos que, quem e quanto, empregados em interrogações diretas ou indiretas:
Ex: Quantos foram premiados?
Quero saber quantos foram premiados.
VERBO
Verbo é a palavra que, numa perspectiva de tempo, exprime ação, estado ou fenômeno, indicando também o modo, o número, a pessoa e a voz:
Ex: Plantamos uma árvore no jardim. (ação)
Os copos estão vazios. (estado)
Relampejou durante a noite. (fenômeno).
Flexão (número e pessoa) Pessoa
Número
Singular
Plural
1ª Pessoa
Eu passeio
Nós passeamos
2ª Pessoa
Tu passeias
Vós passeais
3ª Pessoa
Ele passeia
Eles passeiam
Modo
Indicativo – Indica um fato real, certo:
Ex: Ele viajou hoje.
Subjuntivo - Indica um fato provável, duvidoso, hipotético:
Ex: Talvez ele viaje ainda hoje.
Imperativo – Exprime ordem, pedido, convite, súplica:
Ex: viaje hoje à noite.
Tempo
Presente – Fato que ocorre no momento ou época em que falamos:
Ex: Eu estudo.
Tu trabalhas.
Pretérito – Fato que o correu num momento ou época anterior ao momento em que falamos:
Perfeito – Ação iniciada e terminada no passado:

Ex: O rapaz estudou muito para o vestibular.
Imperfeito – ação iniciada, mas não concluída:
              Ex: Ele estudava quando o telefone tocou.
Mais-que-perfeito – Anterior a outra ação também no passado:
Ex: Nem bem terminara, deram-lhe outra tarefa.
Futuro – Fato que poderá ocorrer em um momento ou época vindoura:
Futuro do presente – Indica um fato real.
Ex: Todos receberão os livros.
Futuro do pretérito – Indica um fato possível, situado no futuro, mas vinculado a um momento passado:
              Ex: Eu estudaria com ele.
Vozes do verbo (MÉDIO E SUPERIOR)
              Ativa – O sujeito pratica a ação:
Ex: O rapaz abriu o envelope.
Passiva – O sujeito recebe a ação:
Ex: O envelope foi aberto pelo rapaz.
Observação:
- A voz passiva pode ser analítica, quando é constituída por dois verbos, sendo um auxiliar e o outro principal:
Ex: O envelope foi aberto.
-A voz passiva pode ser sintética, quando é constituída por um pronome apassivador (se):
Ex: Abriu-se o envelope.
Reflexiva – O sujeito pratica a ação, a qual recai sobre ele próprio:
Ex: O rapaz machucou-se.
Formas nominais do verbo
Particípio – Indica uma ação já acabada, desempenhando função semelhante à dos adjetivos. O particípio admite flexão de gênero e número:
Ex: Revelado o motivo, puderam sair.
Reveladas as razões, puderam sair.
Gerúndio – Indica uma ação em curso, desempenhando função semelhante à dos adjetivos e advérbios. O gerúndio não apresenta flexão:
Ex: Conhecendo o caminho, chegarás a tempo.
Os meninos, brincando na grama, pareciam tranquilos.
Observação: O uso do gerúndio não é sempre condenável, mas, em muitas situações, tornou-se um vício ocasionado por traduções malfeitas do inglês.
Ex: “Amanhã vou estar enviando para o senhor a proposta de adesão, que vai estar chegando em dez dias. Agradeceria se o senhor estivesse me dando retorno assim que estiver recebendo a proposta.”
É muito mais simples e mais correto expressar-se assim:
“Amanhã enviarei para o senhor a proposta de adesão, que chegará em dez dias. Agradeceria se o senhor me der retorno assim que receber a proposta. “
Infinitivo – Indica a ação propriamente dita, sem situá-la no tempo, desempenhando função semelhante à do substantivo. O infinitivo é a única forma nominal que admite flexão de pessoa.
Ex: Convém apresentar as soluções.
Locução Verbal
Damos o nome de locução verbal ao conjunto formado por um verbo auxiliar seguido de uma forma nominal (gerúndio, particípio, infinitivo).
Ex: Amanhã poderá chover.
O candidato deverá trazer os documentos solicitados.
É importante notar que, nas locuções verbais, o verbo auxiliar amplia a significação do verbo principal.
ADVÉRBIO
Advérbio é uma palavra invariável que se junta a um verbo, a um adjetivo, a outro advérbio ou a uma frase inteira para modificar-lhe o sentido.
Quando modifica o sentido de um verbo, o advérbio exprime a circunstância de um fato:
Ex: O menino saiu apressadamente.
Quando modifica o sentido de um adjetivo, intensifica-o:
Ex: Suas palavras foram muito claras.
Ao modificar o próprio advérbio, reforça seu sentido:
Ex: Ele foi andando bem devagar.
Advérbio modificando oração inteira:
Ex: Felizmente, o jantar foi servido ainda quente.
Locução adverbial:
É o grupo de palavras que desempenha a função de advérbio:
Ex: À noite, preferia uma refeição leve.
Nos campos floridos, vicejam os girassóis.
Classificação dos advérbios:
Segundo a circunstância que expressam, os advérbios podem ser, entre outros:
a) de afirmação – sim, certamente, efetivamente, etc.
b) de dúvida – acaso, porventura, possivelmente, etc.
c) de intensidade – assaz, bastante, muito, pouco, etc.
d) de lugar – abaixo, adiante, além, junto, onde, etc
e) de modo – assim, depressa, devagar, melhor, claramente, etc
f) de negação – não, tampouco.
g) de tempo – agora, hoje, breve, cedo, depois nunca.
Advérbios interrogativos:
As palavras onde, como, quanto e quando usadas em frases interrogativas (diretas ou indiretas) são chamadas de advérbios interrogativos:
Ex: Onde você mora?
Perguntei como ele fez isso.
Quando você volta?
Quanto custa a mercadoria?
Graus do advérbio:
de igualdade: Acordou tão cedo quanto eu.
de superioridade: Acordou mais cedo do que eu.
de inferioridade: Acordou menos cedo do que eu.
sintético: Acordei cedíssimo.
analítico: Acordei muito cedo.
Palavras denotativas:
Certas palavras ou locuções, que não se enquadram em nenhuma das classes de palavras, recebem o nome de palavras ou locuções denotativas. Para reconhecê-las, é preciso observar o sentido da oração. As principais são:
a) de exclusão – só, somente, apenas, unicamente, sequer, exclusivamente, salvo, senão, etc.
Ex: Correu apenas para chegar cedo.
b) de inclusão – inclusive, também, até, mesmo, etc.
Ex: Até Pedro foi contra a medida.
c) de designação – eis.
Ex: Eis o nosso mestre!
d) de realce – cá, só, é que, mas, não, etc.
Ex: Eu é que sei como é trabalhoso.
e) de retificação – aliás, digo, isto é, perdão, antes, não, etc.
Ex: Aliás, eu nunca disse isso.
f) de situação – mas, afinal, agora, então, etc.
Ex: Afinal, quem é ele?


PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra invariável que introduz uma palavra ou grupos de palavras que têm a função de completar ou explicar o sentido de outra, indicando uma relação entre elas.
A preposição pode introduzir:
Um nome: Viajante sem bagagem
Um pronome: Eu creio em ti.
Um verbo no infinitivo: Eles não param de correr.
Um grupo nominal: Casa d + o Alexandre.
A preposição pode ser:
a) essencial – quando se trata de palavras que funciona sempre como preposição:
Ex: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
b) acidental – quando se trata de palavra que pertencendo normalmente a outra classe, funciona às vezes como preposição.
Ex: afora, conforme, consoante, durante, mediante, não obstante, senão, etc.
Locução Prepositiva:
Ocorre quando duas ou mais palavras funcionam como preposição:
Ex: ao lado de, antes de, depois de, além de, em vez de, à custa de, através de, rente a, de acordo com, junto de, etc.
Observe que a última palavra de uma locução prepositiva é sempre uma preposição simples.
Combinação ou contração:
Pode ocorrer ainda a combinação ou contração da preposição com outras palavras:
Ex: donde (de + onde), do (de + o), no (em + o), pela (per + a), deste (de + este), daquele (de + aquele), àquele (a + aquele), à (a + a), aos (a + os).
Preposição mais preposição:
Uma preposição ou locução prepositiva pode vir regida de outra preposição:
Ex: Passou por sobre o telhado.
Foi por entre as pernas do goleiro.
Entretanto é errado dizer:
Proibido para menores de até 18 anos.
Financiamento em até 24 meses.
Tempo: Estudaremos durante as férias.
              Nasci em 1958.
Finalidade: Toda criança é pura demais para sofrer.
Posse: Este é o caderno de Mariana.
Causa: Morreu de fome.
            Correu por medo.
Matéria: Vimos casas de pedra antigas.
Origem: Regressou cansado da festa.
Oposição: Todos os alunos estão contra você.
Direção: Cientistas vão fazer uma expedição para a Antártica.
Ausência: Casou sem amor.
Modo: Vivia com tranquilidade em uma pequena cidade.
Estado: A escola está em reforma.
Meio: Vitor adora andar a cavalo.
Lugar: Estamos em casa desde ontem.
Companhia: Sairei com meu irmão amanhã depois do almoço.



CONJUNÇÃO
“Não se diga que os parnasianos se mostram inalteravelmente satisfeitos de sua arte e nunca lhe sentiram nenhuma insuficiência ou estreiteza”. (João Pacheco)
No texto acima destacamos palavras que ligam orações e termos de orações. A essas palavras dá-se o nome de conjunções.
Conjunção é a palavra que serve para unir duas orações ou dois elementos que exercem a mesma função sintática.
Ele só quer sombra e água fresca.
Esperei-o até tarde, mas ele não veio.
Todos sabiam que ele viria.
No primeiro exemplo, a conjunção e relaciona duas palavras com mesmo valor gramatical. No segundo, a conjunção coordenativa mas liga orações de sentido completo. No terceiro, a conjunção que liga duas orações, a segunda dependente da primeira, pois tem sentido completo. Neste último exemplo, temos uma conjunção subordinativa.
Locução conjuntiva:
Quando duas ou mais palavras apresentam valor de uma conjunção, temos uma locução conjuntiva: antes que, contanto que, desde que, de modo que, à medida que etc.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas ligam orações que têm sentido por si mesmas, sem dependência sintática uma da outra, estabelecendo entre elas apenas uma sucessão de ideias. Ligam também palavras de idêntica função gramatical.
As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas e são classificadas de acordo com o sentido que possuem no contexto.
ADITIVAS: Ligam palavras ou orações, dando-lhes ideia de soma ou adição: e, nem (= e não), mas também:
Ex: Ele falava e eu ficava ouvindo.
Pedro e Antônio foram assistir ao jogo.
ADVERSATIVAS: Ligam dois termos ou duas orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste: mas, porém, contudo, todavia, senão, entretanto, no entanto etc:
Ex: Pedro é distraído, mas competente.
Apressou-se, contudo não chegou a tempo.
ALTERNATIVAS: Ligam dois termos ou orações de sentido separado, dando ideia de exclusão ou alternância: ou, ou..., já... já, ora... ora, quer... quer etc.
Ex: Compre um jipe ou um caminhão.
Ora respondia, ora ficava mudo.
CONCLUSIVAS: Ligam à oração anterior outra que exprime conclusão: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, de modo que etc:
Ex: O céu está estrelado, logo não choverá.
Respondi com segurança a todas as questões, portanto devo tirar boa nota.
EXPLICATIVAS: Ligam a uma oração outra que a explica, dando um motivo: pois, porque, porquanto, que (= porque) etc
Ex: Alegra-te, que estou aqui.
Não me aguardem, porque não poderei chegar a tempo.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS:
As conjunções subordinativas ligam orações sintaticamente dependentes, estabelecendo uma relação de subordinação. Podem ser integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais ou temporais.
INTEGRANTES: Introduzem orações subordinadas substantivas subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas: que, se.
Ex: É indispensável que conquistemos o mundo.
Não sei se ele viajará amanhã.
CAUSAIS: Iniciam orações subordinadas denotadoras de causa: porque, pois, como (=porque), porquanto, visto que, uma vez que, que etc
Ex: Ele pegou a doença porque andava descalço.
COMPARATIVAS: Iniciam uma oração subordinada que encerra o segundo elemento de uma comparação: que, do que (depois de mais, menos, melhor, pior), qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como etc:
Ex: O espetáculo não foi como se esperava.
CONCESSIVAS: Introduzem orações subordinadas nas quais dá-se a entender que se admite ou se concede um fato contrário à declaração contida na oração principal: ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, posto que, por mais que, se bem que, por pouco que, nem que etc.
Ex: Defendeu o amigo embora discordasse das suas ideias.
CONDICIONAIS: Iniciam uma oração subordinada em que se estabelece uma hipótese ou condição: se, caso, sem que (= se não), contanto que, desde que, a menos que, a não ser que, que etc.
Ex: Se não reduzirmos a inflação, teremos o caos econômico.
CONFORMATIVAS: Iniciam uma oração subordinada que exprime conformidade com o que se declara na oração anterior: conforme, como (= conforme), segundo, consoante etc.
Ex: Tudo foi feito conforme combinamos.
CONSECUTIVAS: Iniciam uma oração subordinada na qual se expressa a consequência do que foi declarado na oração principal: que, (combinada com uma destas palavras: tal, tanto, tão ou tamanho, presentes na oração anterior.
Ex: Ele falava tanto que lhe cassaram a palavra.
FINAIS: Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade do que está expresso na oração principal: para que, a fim de que, que (= para que) etc:
Ex: Ele trabalhou muito para que o irmão pudesse estudar.
PROPORCIONAIS: Iniciam uma oração subordinada em que se menciona o fato realizado ou para realizar-se proporcionalmente ao que está expresso na oração principal: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto menos... menos etc:
Ex: À medida que iam chegando, ocupavam as poltronas.
TEMPORAIS: Iniciam uma oração subordinada com ideia de tempo: quando, enquanto, antes que, depois que, desde que, logo que, assim que, até que, que (= desde que), apenas, mal, sempre que, tanto que etc
Ex: Todos já estavam a postos quando ele chegou.
INTERJEIÇÃO:
Palavra ou expressão que exprime reação emotiva.
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!
Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!
Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!
Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!
Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

QUESTÕES DE CONCURSOS

 01 - No trecho “ Eu conheço um atalho para casa da vovó” o termo grifado é classificado como:
a) Adjetivo.
b) Pronome.
c) Artigo.
d) Nenhuma das alternativas.

02- Assinale a alternativa CORRETA referente ao modo verbal.
I) Eu gosto de cookies.
II) Espero que você esteja bem.
III) Não fale agora!
a) I- modo subjuntivo, II-indicativo e III-modo imperativo.
b) I- modo indicativo, II-modo subjuntivo e III-modo imperativo.
c) I- modo imperativo, II-modo subjuntivo e III-modo indicativo.
d) Nenhuma das alternativas.

03- Assinale a alternativa em que um adjetivo exerce a função de substantivo na frase.
a) O forte perdeu a luta.
b) Eu estou forte, por isso vamos vencer a luta.
c) o cara forte morreu solitário.
d) Nenhuma das alternativas.

04 - O conectivo que melhor explicitaria a relação sintático-semântica entre as orações do período “Não chegou a ser dolorido, tenho só 39 anos” (l. 4) seria
(A) porque.
(B) todavia.
(C) embora.
(D) portanto.

05 - Assinale a alternativa que apresenta SOMENTE substantivos presentes no texto.
a) capitão, casa, porta.
b) abro, cozinheira, prazenteira.
c) inteligente, céu, vivo.
d) fecho, quartel, capitão.

06- Os verbos “sou”, “abro” e “fecho”, presentes no texto, estão conjugados no tempo:
a) futuro.
b) passado.
c) gerúndio.
d) presente.

07- Ainda a respeito dos mesmos verbos “sou”, “abro” e “fecho”, presentes no texto, é correto afirmar que eles estão conjugados de acordo com a pessoa “eu”. Portanto, estão na:
a) primeira pessoa do plural.
b) terceira pessoa do singular.
c) terceira pessoa do plural.
d) primeira pessoa do singular.

08 - Palavras que estão flexionadas no mesmo gênero que os termos “morta” e “viva”.
a) austero, político, mandante.
b) bela, simpática, iluminada.
c) redonda, oval, cansado.
d) sábia, curiosa, conservador.

09 -  Ao realizar a passagem do singular para o plural da frase “Eu sou muito inteligente!” temos, de acordo com a norma padrão:
a) A gente é muito inteligentes!
b) Nós somos muito inteligente!
c) A gente somos muito inteligentes!
d) Nós somos muito inteligentes!

10 – Observe a passagem abaixo, destacada do texto.
“Trazendo esta história para a nossa realidade percebo que muitas vezes deixamos de ver as pessoas como seres humanos e as tratamos como números. Isso quando não as percebemos como alguém que nos atrapalha e nos tira o lugar nosso por direito na fila, no trânsito, no transporte
público etc.”
Sobre as três ocorrências de “as”, em destaque no trecho, analise as afirmativas e assinale a correta.
(A) São, todas elas, artigos definidos, femininos, plurais.
(B) As duas primeiras são artigos; a última, porém, é um pronome reto.
(C) A primeira é um artigo definido; a segunda e a terceira, porém, são exemplos de pronomes oblíquos, que se
referem a “pessoas”.
(D) As três ocorrências têm classificações morfológicas diferentes, que são, respectivamente: pronome, artigo e preposição.
(E) A primeira ocorrência é um exemplo de artigo
indefinido, que especifica o substantivo “pessoas”; a
segunda é um pronome relativo, que retoma “pessoas”;
a terceira é uma preposição acidental.

11 - Em “desde que os carros vêm com circuitos eletrônicos, o famoso “até o último parafuso” perdeu vigência.” (2º§), a expressão destacada cumpre papel coesivo e introduz um valor semântico de:
a) causa.
b) condição.
c) consequência.
d) tempo.
e) concessão.

12 - Qual frase apresenta uma interjeição?
a)Ai! ai! Ai! Machuquei o meu dedão!
b) Que horas são?
c) Dirija-se ao balcão ao lado.
d) Nenhuma das alternativas.

13 -  Em qual frase há um numeral ordinal?
a) Lucas comprou um apartamento no oitavo andar do empreendimento.
b) Ontem tomei meio litro de suco de laranja.
c) O ganhador levou o quíntuplo do valor da aposta feita.
d) Nenhuma das alternativas.

(IVIN – MÃE DO RIO) – Na passagem “Fulano roubou pão na casa de João...”, a preposição foi utilizada para indicar o sentido entre os termos de:
a) finalidade.
b) conformidade.
c) causa.
d) posse.
e) origem.

(IDEM) – No trecho “Seria divertido saber quantas vezes quase esbarrei no meu marido antes de conhecê-lo.” O tempo verbal da forma em destaque é:
a) Pretérito imperfeito.
b) Pretérito mais-que-perfeito.
c) Futuro do pretérito.
d) Presente.
e) Futuro do presente.





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Reportagem

 GÊNERO TEXTUAL REPORTAGEM Olá, eu sou o professor Alessandro. Na aula de hoje vamos abordar o assunto reportagem. Reportagem é um gênero te...