quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Leitura e interpretação de crônica, público alvo: alunos do primeiro ano do ensino médio

1. ATIVIDADES DE LEITURA
O texto que você vai ler é uma crônica, publicada no Jornal O Globo, no ano de 2007.
O beijo
Martha Medeiros
Na primeira página de um site, o convite: “Você viu? Mulheres fazem fila para beijar rapaz!” Adivinha se não era carnaval em Salvador. Estavam lá diversas fotos do garanhão beijando uma, depois a outra e a mulherada em fila aguardando a vez. Parece divertido, mas não é novidade: acontece em tudo o que é festa aberta, em qualquer época do ano. Todo mundo beijando todo mundo, uma delícia de descomprometimento. Nem evolução, nem involução, apenas mais uma coisa que se
dessacraliza diante dos nossos olhos.
O beijo.
Dizem que o primeiro beijo não se esquece, e eu realmente nunca consegui esquecer do meu primeiro, e olha que eu tentei. Foi um desastre, um desacerto, uma tentativa malograda de encaixe, até que veio o segundo e, aí sim, choveram estrelas.
Desde então, o beijo passou a fazer jus à sua fama de grande astro de um encontro amoroso. Para quem, como eu, não chegou a viver esta onda de banalização do beijo, para quem beijava
só quando estava apaixonado, ou, vá lá, com um ficante de vez em quando (e não mais de um
por noite, e tampouco ficar todas as noites, pois tínhamos que sossegar o pito, como diziam nossos
pais), enfim, para quem não viveu este oba-oba, o beijo segue sendo a confirmação de uma atração
recíproca. E personalizada. Especial como raros momentos o são.
Paixões se iniciam de repente. Você troca e-mails com alguém sem a menor intenção de rolo, e então, sem mais nem menos, passam a flertar um com o outro, o jogo da sedução começa. Ou você é amiga de um cara sem jamais passar pela cabeça ir além da amizade, mas um belo dia, do nada, pinta um clima, que confusão. Ou então você é apresentada a uma pessoa numa festa e se encanta à primeira vista, e a partir daí fica mentalizando estratagemas para um segundo encontro e, quem sabe, um terceiro e um quarto. Principalmente um quarto.
Bom, há várias maneiras de se iniciar um romance, mas enquanto o primeiro beijo não acontece, existe apenas uma intenção, uma possibilidade, um quem sabe. Olhares, telefonemas, torpedos, tudo isso não passa de aquecimento, e pode esfriar antes mesmo que aconteça alguma coisa. Que alguma
coisa? Ora, do que estamos falando aqui, criatura?
Do beijo!!!! Quem não se lembra do final de Cinema Paradiso? Nenhuma cena de sexo nos emocionaria daquele jeito.
O primeiro beijo de uma nova relação: quando será, e onde? Quando ele vier me deixar em casa? Dentro do cinema? No meio de um papo, inesperadamente? Ah, que cruel e excitante é esta vida. Aguardar pelo primeiro beijo, aquele beijo que vai atestar: sim, não era uma fantasia, ele estava mesmo a fim de mim todo este tempo, e eu, nem se fala. Se não estava, fiquei. O beijo, uau! O detonador de toda história de amor, ou de uma ilusão de amor, que seja.
Depois vinha o desenrolar dos acontecimentos, mas deixemos pra lá o depois. Não é importante.
O que nos deixava ligadinhas era a expectativa do primeiro beijo, que valia por um carimbo, um
atestado, um apito do juiz: começou, tá valendo. Então algo se iniciava. Sou ficcionista, mas não a ponto de delirar. Era bem assim, crianças.
MEDEIROS, Martha. O Globo. 2007.
ATIVIDADES DE LEITURA
1. A palavra crônica é de origem latina e está relacionada a chronos, que significa tempo. O dicionário
Aurélio, em sua versão digital, apresenta alguns significados para a palavra crônica, dentre os quais
destacamos o seguinte:
Texto jornalístico redigido de forma livre e pessoal, e que tem como temas fatos ou ideias da
atualidade, de teor artístico, político, esportivo, etc., ou simplesmente relativos à vida cotidiana.
1.1. O texto lido pode ser considerado uma crônica? Justifique sua resposta.
1.2. De que assunto trata essa crônica?
1.3. Que fato acontecido na época motivou a autora a escrever sobre o assunto?
2. Após expor o fato motivador da crônica, Martha Medeiros faz o seguinte comentário:
“Todo mundo beijando todo mundo, uma delícia de descomprometimento.”
2.1. Explique o sentido da expressão negritada.
3. Releia:
“Nem evolução, nem involução, apenas mais uma coisa que se dessacraliza diante dos nossos olhos.”
3.1. A palavra involução é formada a partir do acréscimo do prefixo IN, um prefixo de negação (como na
palavra infeliz = in + feliz). Procure explicar o significado da palavra “involução” no trecho acima.
3.2. A palavra dessacralizar, destacada acima, é formada pelo acréscimo do prefixo DES à palavra sacralizar
(de sacro = sagrado). Procure explicar o significado da palavra “dessacralizar” no trecho acima.
3.3. A frase destacada acima sinaliza que a autora concorda ou discorda do comportamento daqueles que
“beijam todo mundo”?
4. Martha Medeiros fala sobre o comportamento de sua geração, para a qual o “primeiro beijo” estava
carregado de significados. O beijo era:
I) “o grande astro de um encontro amoroso”
II) “a confirmação de uma atração recíproca e personalizada;
III) “o detonador de toda uma história de amor, ou de uma ilusão de amor;
IV) “um carimbo, um atestado, um apito do juiz.”
O que você entende por cada uma dessas expressões?
5. Releia:
“Sou ficcionista, mas não a ponto de delirar. Era bem assim, crianças.”
5.1. Ao usar o vocativo “crianças”, a quem a autora estaria se dirigindo de modo especial?
5.2. O que significa ser “ficcionista”?
5.2. Explique o sentido da frase em destaque acima, considerando o valor de oposição do conector mas,
presente na frase.
6. Na sua opinião, qual seria a intenção da autora ao escrever esse texto?
7. Martha Medeiros compara duas formas diferentes de lidar com o beijo: a da sua geração e a das gerações
mais jovens. O que você pensa sobre as considerações feitas pela autora?

10 comentários:

  1. Cadê as reposta? Como vou saber se as minha estarão corretas ?

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    1. Que ela descoda da atitude de beija todo mundo

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    2. me manda as respostas preciso estudar pra prova POR FAVOR !

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  2. Preciso que me mande algo que comprove ser um educador para eu enviar-te as respostas.

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    1. sou professora do CEPI polivalente. Você pode me enviar as respostas, por favor? Grata

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  3. Onde estão as respostas?

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  4. Responde queria as respostas

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