terça-feira, 14 de julho de 2020

QUESTIONÁRIO DE LITERATURA – DIAGNÓSTICO DE APRENDIZAGEM - 2º ANO

 

Leia o poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, para responder às questões 01, 02 e 03:

 

Conheces o país onde florescem as laranjeiras?

Ardem na escura fronde os frutos de ouro...

Conhecê-lo? – Para lá, para lá, quisera eu ir.

Goethe (*)

 

CANÇÃO DO EXÍLIO


"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar – sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

(Gonçalves Dias)

Coimbra, julho de 1843.

Cismar: pensar com insistência.

Primor: beleza, encanto.

 

(*) A epígrafe desse poema – traduzida por Manuel Bandeira – foi retirada da balada “Mignon”, do alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832), um dos maiores representantes do Romantismo europeu.

 

 

QUESTÃO 01 – Marque somente a alternativa em que a informação não está relacionada ao poema:

 

A) Uso da palavra mais para intensificar as características positivas da pátria, em comparação com a terra estrangeira.

B) Idealização do Brasil por alguém que se encontra exilado em outro país.

C) Presença de ironia ao se referir à terra estrangeira.

D) Patriotismo e valorização da flora e da fauna brasileiras.

E) Expressão de nostalgia, de orgulho e de medo de não retornar à pátria.

 

QUESTÃO 02 – No poema de Gonçalves Dias, o exílio é voluntário ou político? Explique com citação de pelo menos um verso (uma linha) do poema.





QUESTÃO 03 – No Brasil, a primeira geração romântica tomou impulso pela independência do Brasil, em 1822. Por isso, Gonçalves Dias, ao tratar do Brasil no poema canção do exílio, o faz de maneira idealizada, sem levar em consideração os problemas sociais pelos quais o país perpassava. Essa visão idealizada da pátria também pode ser encontrada em textos contemporâneos. Nesse sentido, marque somente a alternativa na qual o gênero textual apresenta uma imagem idealizada do Brasil.

 

A) 















B) 
Brasil!

Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ó Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor

C) O governo brasileiro vem dando a crise como superada no Brasil. No entanto, todas as mazelas decorrentes do capitalismo no país - miséria, desnutrição, analfabetismo, falta de moradia e de saúde pública, concentração fundiária - seguem de vento em popa e mesmo os efeitos desta última manifestação da crise estrutural capitalista podem não estar de todo mitigados, uma vez que ela não foi precipitada aqui e o país pode sofrer com uma possível nova manifestação, em ondas, da mesma.


D) O Brasil tem muitos problemas além da pandemia, a começar pela corrupção sistêmica que afeta todas as instituições sociais.


E)


 






















QUESTÃO 04 – Além da visão perfeita do Brasil, os românticos da primeira geração também idealizaram o índio, transformando-o em um herói nacional, forte, nobre, corajoso em que o único medo que possui é fugir da morte. Leia o poema a seguir e, em seguida, retire pelo menos dois versos os quais comprovem essa visão romântica sobre o indígena brasileiro.

I

Não chores, meu filho;   
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

 

II

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.


III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

 

IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

 

VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.


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