Leia um fragmento de um texto a seguir para responder às
questões propostas.
A ditadura da beleza e
a revolução das mulheres (Augusto Cury)
A
belíssima Sarah saiu do seu quarto cambaleante e entrou subitamente na ampla
sala do apartamento. Seus cabelos longos e encaracolados estavam revoltos, os
olhos, fundos, a pele, pálida e a respiração, ofegante. A modelo estava quase
irreconhecível. Ao vê-la, Elizabeth, sua mãe, assustou-se. Assombrada, deixou
cair a revista das mãos e soltou um grito.
-
Sarah! O que aconteceu, minha filha? - Havia um tom desesperado em sua voz.
-
Nunca mais perturbarei você. - A voz saiu frágil e pastosa, enquanto a jovem
desfalecia nos braços da mãe.
-
Sarah! Sarah! Fale comigo! - clamava Elizabeth com o coração palpitando, um nó
na garganta e o semblante tenso. Tentou acordar a filha do sono profundo do
qual parecia não haver retorno.
Elizabeth
colocou Sarah sobre o sofá. Pegou o celular, mas seus dedos trêmulos mal
conseguiam digitar os números. A angústia roubara-lhe a coordenação motora. Uma
simples tarefa parecia dantesca. Momentos depois, a ambulância chegou. Ao ver o
médico e os enfermeiros, Elizabeth bradou:
-
Salvem minha filha! - As lágrimas molharam todo o seu rosto. Chorando, ela
repetia: - Não a deixem morrer. Por favor, não a deixem morrer...
O
médico rapidamente auscultou o coração da moça.
Descompassado,
ele ainda batia. A ambulância seguiu célere para o hospital. Alguns momentos
podem determinar os capítulos mais importantes de uma vida. Aqueles minutos
tiveram um sabor eterno.
O
trajeto, que era pequeno, parecia interminável. O som da sirene, que sempre fora
desconfortável, agora agredia os ouvidos de Elizabeth.
Ela
queria acordar do pesadelo, mas a realidade era crua e angustiante. No outro
dia a neve caía suavemente, pousando sobre os galhos das árvores, substituindo
as folhas como flocos de algodão, produzindo uma paisagem fascinante. O
psiquiatra Marco Polo contemplava a paisagem branquíssima pela vidraça, quando
sua secretária veio lhe comunicar que uma mãe, em prantos, desejava falar-lhe.
Sempre sensível diante da dor, ele se levantou, foi até a sala de espera,
cumprimentou gentilmente a mulher desesperada e pediu-lhe que entrasse.
Momentos
depois, Elizabeth proferiu as primeiras palavras com a voz trêmula:
- Minha filha, Sarah,
de 16 anos, tentou desistir da vida. Está internada num hospital. Estou chocada!
- Falou como se enfrentasse o mais angustiante terremoto emocional. Abalada,
continuou: - Não entendo o seu gesto. Dei tudo para essa menina. Ela foi
tratada como uma princesa, mas nada a satisfaz. Ela se traiu e me traiu... –
Suas palavras revelavam um sentimento que alternava compaixão e raiva pela
atitude da filha.
(...)
- Sarah está no início
da carreira de modelo. Tem uma trajetória magnífica pela frente no mundo da
moda. Milhares de garotas desejariam estar no lugar dela. Como pode jogar tudo para
o alto? - disse, expressando sua perplexidade. E fez ao psiquiatra a pergunta
que fazia para si mesma, tentando achar o fio condutor da crise da filha.
- Como é que alguém que
foi amada, que teve todos os brinquedos, que não passou por perdas ou
privações, uma menina sociável que frequentou festas e se destacou como aluna
na escola, pode detestar a si mesma e a vida? Eu não compreendo as reações de
Sarah.
(CURY, Augusto. A
Ditadura da beleza e a revolução das mulheres)
QUESTÃO 01 – Marque somente a
alternativa correta. O título do texto é justificado
A) pela valorização da
beleza interior que a mãe estimulou à filha desde criança.
B) pelo fato de só
encontrarmos amor nos ideais de beleza na época da ditadura.
C) pelo padrão de beleza
que a mãe impôs à filha.
D) pela noção de beleza
que o psiquiatra possui.
E) pelo movimento
feminista abordado no texto.
QUESTÃO 02 – Marque somente a
alternativa que não tem correspondência com o texto lido.
A) Sarah é filha de
Elizabeth.
B) Elizabeth é mãe de
Sarah.
C) Sarah, apesar de
nova, já iniciou a carreira de modelo.
D) Marco Polo é um
médico cirurgião.
E) A mãe de Sarah ficou
desesperada porque esta tentou se matar.
QUESTÃO 03 – Qual é o tema do texto lido? Explique.
QUESTÃO 04 – Marque somente a
alternativa na qual as palavras destacadas são, respectivamente, artigo e pronome oblíquo.
A) O trajeto, que era pequeno, parecia interminável. O som da sirene, que sempre fora
desconfortável, agora agredia os ouvidos de Elizabeth.
B) A ditadura da beleza e a
revolução das mulheres.
C) O médico rapidamente auscultou o coração da moça.
D) As lágrimas molharam todo o seu rosto. Chorando, ela
repetia: - Não a deixem
morrer.
E) A ambulância seguiu célere para o hospital.
“Para
Marco Polo, o templo do silêncio era o ambiente mais eloquente para expressar a
força dos sentimentos. Por isso, ofereceu-lhe um lenço e também o seu silêncio.
O lenço, para que ela enxugasse
os olhos, e o silêncio, para permitir-lhe penetrar nas vielas da sua
personalidade numa tentativa de enxergar o invisível, o essencial.”
QUESTÃO 05 – No fragmento do
texto acima, a quem o pronome ela
está se referindo?
QUESTÃO 06 – Retire do texto de
Augusto Cury pelo menos dois pronomes
pessoais e identifique a quem eles estão se referindo.
Leia
a letra da canção que tem o mesmo tema do texto de Augusto Cury e, em seguida,
responda à questão 07.
Salão de Beleza
Se ela se penteia eu não sei
Se ela usa maquiagem eu não sei
Se ela usa maquiagem eu não sei
Se aquela mulher é vaidosa eu não
sei
Eu não sei, eu não sei
Vem você me dizer que vai a um salão de beleza
Fazer permanente massagem rinsagem
Reflexo e otras cositas más (2x)
Baby você não precisa de um salão de beleza
Há menos beleza num salão de beleza
A sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão (2x)
Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro
Do engano
Da imperfeição
Eu não sei, eu não sei
Vem você me dizer que vai a um salão de beleza
Fazer permanente massagem rinsagem
Reflexo e otras cositas más (2x)
Baby você não precisa de um salão de beleza
Há menos beleza num salão de beleza
A sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão (2x)
Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro
Do engano
Da imperfeição
Belle belle como Linda
Envangelista
Linda Linda como Isabelle Adjani
Ai bela morena ai morena bela
Quem foi que te fez tão formosa
É mais linda que a rosa
Debruçada na janela
Linda Linda como Isabelle Adjani
Ai bela morena ai morena bela
Quem foi que te fez tão formosa
É mais linda que a rosa
Debruçada na janela
QUESTÃO 07 – Com base no texto de
Augusto Cury, explique e sustente o ponto de vista defendido por Zeca Baleiro
na seguinte passagem:
Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza
A verdadeira beleza
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