segunda-feira, 25 de março de 2019

Resenha: atividade


Crepúsculo
Por Rodolfo Lima – jornalista, ator e crítico de cinema
Dificilmente algum autor superará a história de “Romeu e Julieta”, escrita por William Shakespeare. Há histórias de amor tão interessantes quanto. Porém o “amor impossível” cunhado pelo autor inglês serve de inspiração para milhares de roteiristas, dramaturgos e autores.
“Crepúsculo”, escrito por Stephenie Meyer, foi traduzido para mais de 37 países, vendeu 17 milhões de cópias pelo mundo todo e se tornou um fenômeno adolescente. “Harry Potter” e sua namoradinha mestiça já virou passado.
Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson) se apaixonam na primeira vez que se olham. Ela fica instigada pela figura exótica, apática e misteriosa do colega de sala, ele louco para beber o sangue da “Bella” e novata mortal.
Estabelecido o “conflito”, “Crepúsculo” se mostra um filme atraente, sedutor e voyerístico.
A possibilidade de um namoro tradicional não é realizável. Edward é um vampiro, que se esforça para não precisar de sangue humano. Mas o cheiro de Bella o entorpece e faz com que, entre a sedução e o medo de falhar, se aproxime da amada.
Em “Crepúsculo”, não há beijos ardentes, cenas quentes de sexo, corpos nus e música pop. No filme o sugerido tem mais espaço do que é mostrado e torna idílica a relação de amor entre Bella e Edward.
Ele não pode tocá-la, pois tem medo de não resistir e “literalmente” sugar o amor que sente por ela. Bella quer ser amada na sua plenitude, nem que para isso precise virar uma imortal como Edward. Quer dar seu sangue como símbolo maior do seu amor.
Em certo momento, ela diz querer viver com ele para sempre. Ele responde: “– Uma vida longa e intensa não basta?”
Eis ai o grande “segredo” de “Crepúsculo”: como evitar a atração que os jovens sentem pelo perigo e para o impossível?
A cena em que assumem um para o outro seus sentimentos é retratada numa floresta e nada mais clichê – e por que não romântico? – que duas pessoas em meio à natureza derretendo-se um para o outro.
“Crepúsculo” seduz, mescla romantismo com imaturidade, estabelece conflitos, trabalha com o imaginário do amor impossível, os atores criam empatia na primeira cena e, tirando alguns trechos que de tão improváveis soam inverossímeis, dá conta do recado e põe a plateia do cinema para suspirar. O público não se importa que a história seja adolescente, tudo o que quer é um amor inebriante, impulsivo e passional.
Se o amor é uma espécie de droga, “Crepúsculo” é um exemplo – mesmo que prematuro – dos efeitos que ela pode vir a causar. Resgate aquele amor adolescente dentro de ti e se divirta.
Ficha Técnica

Direção: Catherine Hardwicke
Gênero: Romance/Aventura
Duração: 120 min.
Distribuidora: Paris Filmes
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Michael Welch, Justin Chon,
Peter Facinelli, Kellan Lutz, Cam Gigandet, Anna Kendrick.

1. O texto que você acabou de ler é uma resenha jornalística. Sobre esse gênero, é correto afirmar que:
a) faz uma crítica sobre um objeto artístico somente com o intuito de divulgar diferentes pontos de vista.
b) tem a intenção de vender um bem, levantando informações positivas para levar à compra do produto.
c) levanta dados positivos e negativos de um determinado bem artístico, para apresentá-lo a pessoas especializadas.
d) apresenta o ponto de vista de um especialista, com o objetivo de ensinar as pessoas a fruírem um bem cultural.
e) procura divulgar um bem cultural, apresentando informações técnicas e críticas sobre o produto.


2. As resenhas podem ser críticas (aquelas em que predomina a opinião do autor) ou técnicas (aquelas que apresentam objetivamente as características do produto). O texto sobre o filme “Crepúsculo” é crítico ou técnico?
Justifique:

03. Afinal, devemos assistir ao filme? A crítica do filme é positiva ou negativa? Faça uma pequena lista com os argumentos apresentados:

04. A resenha possui trechos argumentativos e descritivos. Encontre um exemplo para cada uma das sequências discursivas:



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