Atenção, a aula referente a este assunto está disponível no meu canal Professor Alessandro, no link a seguir:
https://youtu.be/e7ZB7POBBKI
Emprego
de elementos de referenciação, substituição e repetição,
de conectores e outros elementos de sequenciação textual.
CONCEITO DE COESÃO:
O
encadeamento, a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões, frases
do texto, orações, períodos, parágrafos e entre o texto e o contexto.
Mecanismos
de coesão |
||
Referencial |
Recorrencial |
Sequencial |
● Ocorre quando um elemento do texto
refere-se a outro, substituindo-o. ● Usamos as classes gramaticais para
recuperar certos termos dentro do texto. |
● A retomada de uma palavra ou expressão tem
como objetivo a progressão do texto, introduzindo uma informação
nova. |
● Ocorre quando se usam conjunções,
locuções conjuntivas, preposições, locuções prepositivas ou pronomes
relativos que normalmente conectam orações dentro do texto, dando sequência
à leitura, estabelecendo determinadas relações de sentido e concatenando
as ideias dentro dele. |
1. Substituição 1.1. Anáfora 1.2. Catáfora 1.3. Elipse 2. Reiteração 2.1. Sinônimos 2.2. Hiperônimos 2.3. Nomes genéricos 2.4. Expressões nominais
definidas 2.5. Repetição |
1. Retomada de termos 2. Paralelismo |
1. Correlação dos tempos
verbais 2. Conexão entre orações 3. Conexão entre
períodos e entre parágrafos |
Vamos ver uma questão de concurso de
cada banca sobre o assunto coesão textual!
Vamos analisar uma questão do Instituto AOCP –
AGENTE DE NECROPCIA – 2017 - NÍVEL MÉDIO
Texto com alguns destaques feitos por mim em
relação aos elementos coesivos.
Cuidar de idoso não é só cumprir
tarefa, é preciso dar carinho e escuta
Cláudia
Colluci
A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra
entre idosos acima de 70 anos, segundo
dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil
pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas
anteriores já haviam apontado esse grupo etário
como o de maior risco. Abandono da
família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.
Em se tratando de idosos, há
outras mortes passíveis de prevenção se
o país tivesse políticas públicas voltadas para esse
fim. Ano passado, uma em cada três pessoas
mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e
parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.
Levando em conta que o perfil da população
brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o
país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e
sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos,
que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).
Com a mudança do perfil das famílias (poucos
filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam
cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar
cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm
idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e
orientação nos sistemas de saúde.
Recentemente, estive cuidando do meu
pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a
alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro,
a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents
no coração), depois um dos pontos do
corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por
último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de
trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da
demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço
de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi
desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A
principal é a de que o cuidado
não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a
pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e
escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas
dores.
Meu pai é um homem simples, do campo, que
conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas
ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro.
Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a
terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças
para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É
onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo
("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar
mandioca").
Ouvir do médico que só estará liberado para suas
atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou
amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a
cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois,
ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até
dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu
discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você
consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").
Sim, envelhecer é um desafio sob
vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os
nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da
comunidade ou da própria família.
Os números de suicídio estão aí
para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão.
Uma das propostas do Ministério da
Saúde para prevenir essas mortes é a
ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses
serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é
prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o
bastante.
Mais do que diagnosticar e tratar a
depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do
suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os
idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de
sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas
calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais
interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais
atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da
vida.
Gabarito da questão: a)
A próxima
questão é do IADES, banca que gosta de mesclar assuntos diversos em uma mesma
questão de Língua Portuguesa.
Obs.: Comando adaptado apenas em relação à
estrutura!
No
que se refere à equivalência e à transformação de estruturas do texto, assinale
a alternativa que reescreve o período “Se oficializado pela medicina, o órgão
pode ser considerado o maior do corpo humano (título que hoje é da pele).”
(linhas de 9 a 11), mantendo a coerência e a coesão da informação.
A) Conforme
oficializado pela medicina, o órgão é considerado o maior do corpo humano
(título que hoje é da pele).
B) Embora
oficializado pela medicina, o órgão será considerado o maior do corpo humano
(título que hoje é da pele).
C) Contanto
que seja oficializado pela medicina, o órgão poderá ser considerado o maior do
corpo humano (título que hoje é da pele).
D) Mesmo que
seja oficializado pela medicina, considera-se que ele é o maior órgão do corpo
humano (título que hoje é da pele).
E) Quando oficializado pela medicina, o órgão foi considerado o maior do corpo humano (título que hoje é da pele).
Observe que essa questão do IADES
aborda outros assuntos: Reorganização da estrutura de orações e de períodos do
texto e reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de linguagem, além
do assunto coesão textual. Ocorre que a questão aborda mecanismo de coesão
textual denominado de sequencial. Assim, a conjunção subordinada adverbial se
expressa uma relação semântica de condição entre as duas orações. Para que
isso seja mantido, a alternativa C) é a correta.
Vamos estudar cada mecanismo a partir de agora!
Coesão referencial
Ocorre quando um elemento do texto refere-se a
outro, substituindo-o. Pode ser construída:
1. por substituição (colocação
de palavra ou de expressão no lugar de outra, já citada ou ainda por citar),
sendo:
E, principalmente, que as famílias prestem mais
atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da
vida. Exemplos:
Lidar com a terra continua sendo a sua terapia
diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas
mortes da minha mãe, de parentes e de amigos.
A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra
entre idosos acima de 70 anos, segundo
dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil
pessoas, contra 5,5 (elipse: mortes) por 100 mil entre a população em geral.
Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo
etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e
depressão são alguns dos fatores de risco.
Façamos algumas observações em relação ao uso dos
anafóricos:
Aperte
para terminar
“Acabou”,
dizia a mensagem que Mariana recebeu após 4 anos de namoro – ela nunca
mais o viu.
Na
era da paquera no Tinder, o fim também é virtual.
No texto, o pronome ela promove a retomada
do referente Mariana.
Por sua vez, o pronome oblíquo o aponta
para o referente namorado de Mariana que não aparece no texto, mas pode
ser identificado, pois se encontra ancorado na pista textual namoro que
possibilita a inferência.
2) Em geral, o artigo indefinido (um, uma, uns e
umas) serve para marcar introdução de informações novas, que, uma vez introduzidas,
passam a ser acompanhadas pelo artigo definido (o, a, os e as), quando retomadas.
Uma das
propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção
Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de
14% do risco de suicídio.
3) Em função anafórica, o verbo fazer substitui
verbos de ação, e o ser, verbos de estado:
Alessandro, Aquilles e Melri trabalham muito,
Arquimedes quase não o faz. (=trabalha).
Verdadeiramente, Alessandro ficou muito constrangido com a situação; mas não foi (=ficou) tanto quanto se poderia esperar.
1.2. catáfora, a substituição é feita antecipadamente. Todos os termos que servem para antecipar, anunciar outros são denominados catafóricos.
Exemplos:
Estes são os principais mecanismos de
coesão textual: referencial, recorrencial e sequencial.
Eu desejo isto para os inscritos no meu canal: estabilidade profissional.
Obs.: São anafóricos e/ou catafóricos os pronomes
demonstrativos (este, esse, aquele), os pronomes relativos (que, o
qual, cujo, onde), certos advérbios e locuções adverbiais (nesse
momento, então, lá etc) e os verbos ser e fazer, o artigo
definido, o pronome pessoal de 3ª pessoa (ele/ela;o/a;lhe).
1.3. elipse, quando um item já citado é omitido.
mortes pessoas
2. por reiteração (repetição ou recorrência
de palavras ou expressões que têm a mesma referência), utilizando:
Sinônimos, ou seja, palavras ou expressões
de sentido semelhante.
Em se tratando de idosos, há outras mortes
passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse
fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São
Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e
parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.
Hiperônimos, ou seja, palavras ou expressões
de significado mais abrangente:
As doenças respiratórias são enfermidades
que atingem os órgãos e as estruturas do sistema respiratório — vias nasais,
faringe, laringe, brônquios, traqueia, diafragma, pulmões e alvéolos
pulmonares. As mais comuns são: asma, bronquite crônica, pneumonia,
rinite alérgica e sinusite.
nomes genéricos, ou seja, palavras ou
expressões generalizantes, como fato, acontecimento, ideia, tese, coisa,
pessoa etc.:
Há alguns meses foi criado o canal do Youtube
Professor Alessandro de Ipixuna. Esse acontecimento está contribuindo
para a democratização do conhecimento.
expressões nominais definidas, ou
seja, palavras ou expressões de natureza diferente e que dependem do nosso
conhecimento de mundo para serem entendidas:
Vinícius de Moraes também foi um grande escritor brasileiro; além de escrever poemas, o Poetinha também se dedicou à música popular
repetições: estão a serviço da criação de um efeito de sentido.
Mudam-se os tempos, mudam-se as
vontades,
Muda-se o ser, muda-se a
confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Até a próxima aula, não deixe de visitar o meu canal no Youtube. Nele, eu explico pormenorizadamente esse assunto.
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