Texto para as questões
01 e 02
O
novo disco de Adele é
um
emotivo (e cansativo)
diário
aberto
Leonardo Rodrigues
Após quase quatro anos
na penumbra, Adele voltou explorando ao limite todos os elementos que a ajudaram
a se tornar um dos maiores fenômenos recentes da música pop. Em 25, álbum que
lançou nesta sexta (20), boicotando os serviços de streaming, ela capricha como
nunca na potência vocal, prioriza arranjos etéreos e quase sempre grandiosos,
entrega letras tão intimistas quanto as anotações de um diário de adolescente.
A
proposta pode soar repetitiva e cansativa — e soa —, mas o fato é que nenhum fã
terá do que reclamar. Esse é o terreno da jovem cantora, onde caminha com mais
desenvoltura. Hoje com 27 anos, Adele tinha dois a menos quando começou a
trabalhar nas músicas, que, segundo ela, foram compostas para “apagar o
passado”, provavelmente ainda o do ex, o fotógrafo Alex Sturrock, que já fora
lembrado em faixas do disco 21. Aparentemente, não o suficiente.
“Agora eu
sou uma mamãe que tem muita coisa na cabeça. Tenho que limpar um monte de
coisas que me prejudicam, o que é realmente terapêutico, porque eu consigo
guardar rancor. A vida é muito mais fácil quando você não acumula seu passado”,
disse a cantora em entrevista recente à revista à britânica i-D.
Como se
quisesse ver a vida passando pelos seus olhos, Adele faz do passado o presente
em quase todas as faixas de 25. Vai da infância em River lea, em que usa a
metáfora do rio inglês para justificar sua personalidade, passando pelos
malfadados traumas sentimentais (Hello, When we were young, Million years ago,
entre outras), até desembocar em sua maior transformação até aqui, a
maternidade (em Sweetest devotion).
Entre
mágoas, lenços e lágrimas, o amor parece triunfar no fim. “Meu amor é tão
profundo e verdadeiro pelo meu homem que me coloca em uma posição em que eu
consigo finalmente estender a mão para o ex. Deixe-o saber que eu o superei”,
disse esta semana em entrevista ao The Guardian.
[...]
etéreo: que eleva
espiritualmente;
sublime,
elevado.
serviço
de streaming:
plataforma
conectada
à
internet pela qual o
assinante
pode ter acesso
a
uma grande quantidade
de músicas disponíveis.
RODRIGUES, Leonardo. O novo disco de Adele é um emotivo (e cansativo)
diário aberto. Disponível em: <musica.uol.com.br/noticias/ redacao/2015/11/20/novo-disco-de-adele-e-um-emotivo-e-cansativodiario-
aberto.htm>. Acesso em: fev. 2016.
QUESTÃO
01 – O
texto lido pertence ao gênero textual
A)
Dissertação-Argumentativa.
B) Dissertação
Expositiva.
C) Resenha Crítica.
D) Descrição.
E) Narração.
QUESTÃO
02 – O
texto lido apresenta descrição de uma obra artística musical, uma série de
comentários e avaliações. Marque apenas a alternativa na qual é possível
observar a expressão de opinião:
A) Como se quisesse ver a vida passando pelos seus olhos,
Adele faz do passado o presente em quase todas as faixas de 25.
B) Hoje com 27 anos, Adele tinha dois a menos quando começou a
trabalhar nas músicas.
C) Adele faz do passado o presente em quase todas as faixas de
25.
D) Vai da infância em River lea, em que usa a metáfora do rio
inglês para justificar sua personalidade.
E) Em
25, álbum que lançou nesta sexta (20), boicotando os serviços de streaming, ela
capricha como nunca na potência vocal, prioriza arranjos etéreos e quase sempre
grandiosos, entrega letras tão intimistas quanto as anotações de um diário de
adolescente.
Texto para as questões 03 e 04
1. Nós
queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
2. A
coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
3. A
literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós
queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o
salto mortal, o bofetão e o soco.
4. Nós
afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a
beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos
grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor,
que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós
queremos entoar hinos
ao homem
que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa
corrida sobre o circuito da sua órbita. 6. É preciso que o poeta prodigalize
com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos
elementos primordiais.
MARINETTI,
F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo
brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.
QUESTÃO
03 – O
documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo,
que valorizam a
A)
composição estática.
B)
inovação tecnológica.
C)
suspensão do tempo.
D)
retomada do helenismo.
E)
manutenção das tradições
QUESTÃO
04 – Marque
somente a alternativa em que o fragmento de texto apresenta características
defendidas pela vanguarda europeia Futurismo.
A) Eu não troco o
berço da simplicidade
Por esse
vazio da atualidade
Se eu deixo a vida me levar, perco o equilíbrio,
logo vou cair
Esse mundo
me oferece asas feitas de ilusões, e quem não quer subir?
Ainda bem
que conheci a felicidade num papel
B)
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
C) Ah, poder
exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!