Competência 1
Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa.
Competência 2
Compreender
a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para
desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo
em prosa.
Competência 3
Selecionar,
relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos
em defesa de um ponto de vista.
Competência 4
Demonstrar
conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da
argumentação.
Competência 5
Elaborar
proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos
humanos.
O
que é avaliado na quinta competência?
Não elaborar proposta de intervenção. (Perde-se um total de 200
pontos, valor máximo da competência.);
Proposta de intervenção que fere os direitos humanos;
Exemplos de propostas que receberam
nota 0 (zero) na redação no Enem 2015:
• “ser
massacrado na cadeia”;
• “deve
sofrer os mesmos danos causados à vítima, não em todas as situações, mas em algumas
ou até mesmo a pena de morte”;
• “fazer
sofrer da mesma forma a pessoa que comete esse crime”;
• “deveria
ser feita a mesma coisa com esses marginais”;
• “as
mulheres fazerem justiça com as próprias mãos”;
• “merecem
apodrecer na cadeia”;
• “muitos
dizem [...] devem ser castrados, seria uma boa ideia”.
Proposta
de intervenção pouco relacionada ao tema;
Proposta
de intervenção que não traz ações possíveis de serem realizadas;
“A partir
do exposto, o Governo Federal deve urgentemente proibir as pessoas de comprar
mais carros a fim de diminuir o congestionamento no trânsito. As empresas de ônibus
precisam parar de produzir mais transportes coletivos, haja vista que não há mais
espaço para veículos dessa dimensão no trânsito. Além disso, o cidadão deve
andar a pé de casa para o trabalho, pois, além de ajudar a desafogar a circulação
de pessoas e veículos, ganhará benefícios para a sua saúde. Assim, a mobilidade
urbana no Brasil terá uma imagem melhor e será exemplo para outros países”.
Obs.: O que
significa intervir?
Intervir significa atuar diretamente,
agindo ou decidindo, e emitir, expor opinião. Sendo assim, na proposta de
intervenção, é preciso que o candidato apresente soluções exequíveis
(realizáveis, executáveis ou possíveis) para o problema. Isso quer dizer que não adianta criar
soluções mágicas ou mirabolantes, como parar de produzir mais ônibus para
desafogar o trânsito, é preciso que as propostas apresentadas sejam coerentes e
viáveis. Para isso, você deverá recorrer a todo conhecimento aprendido na escola
nas diversas disciplinas, sempre considerando a diversidade cultural.
Proposta de
intervenção que recai no senso comum (generalizada);
Muitos
candidatos acabam utilizando fórmulas desgastadas para concluir o texto, como
expressões do tipo “é preciso que a população se conscientize”, ou “é
fundamental que a mudança ocorra”, entre outros chavões que contribuem em nada
para a elaboração da proposta de intervenção.
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando
os direitos humanos
O
quinto aspecto a ser avaliado em seu texto é a apresentação de proposta de
intervenção para o problema abordado. Por isso, a sua redação, além de
apresentar uma tese sobre o tema, apoiada em argumentos consistentes, deve
oferecer uma proposta de intervenção na vida social. Essa proposta deve considerar
os pontos abordados na argumentação. A proposta deve manter um vínculo direto
com a tese desenvolvida no texto e demonstrar coerência com os argumentos
utilizados, já que expressa a sua visão, como autor, das possíveis soluções
para a questão discutida.
A
proposta de intervenção precisa ser detalhada; deve conter,
portanto, a exposição da intervenção sugerida e o detalhamento
dos meios para realizá-la.
Deve
refletir os conhecimentos de mundo de quem a redige, de modo que a coerência da
argumentação será um dos aspectos decisivos no processo de avaliação. É
necessário respeitar os direitos humanos, não romper com valores como
cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.
Na
prática, o que seria uma proposta de intervenção detalhada? Seria a intervenção
capaz de responder às seguintes interrogações: Quem? (agente); Fazer o quê?
(ação); Como? (meio) e Para quê?
(Finalidade).
Veja
a seguir no último parágrafo de uma dissertação-argumentativa do ENEM essas
perguntas respondidas:
“Infere-se, portanto, que a intolerância
religiosa é um mal para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo
Federal (agente 01) construir
delegacias especializadas em crimes de ódio contra religião (meio e ação
do agente 01), a fim de atenuar a prática do preconceito na sociedade
(finalidade do agente 01), além de aumentar a pena para quem o praticar (ação
02 do agente 01). Ainda cabe à escola (agente 02) criar palestras sobre as
religiões e suas histórias (ação do agente 02), visando a informar crianças e
jovens sobre as suas diferenças religiosas no país (finalidade do agente 02),
diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a sociedade (agente 03)
deve se mobilizar em redes sociais (ação), com o intuito de conscientizar a
população sobre os males intolerância religiosa (finalidade). Assim, poder-se-á
transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, e criar um legado de
que Brás Cubas pudesse se orgulhar.” (Larissa Cristine Ferreira, 20 anos).