quinta-feira, 17 de agosto de 2017

COESÃO REFERENCIAL

Coesão referencial
A coesão referencial ocorre quando um elemento do texto refere-se a outro, substituindo-o.
Pode ser construída:
1. por substituição (colocação de palavra ou de expressão no lugar de outra, já citada ou ainda por citar), sendo:
Anáfora, quando o item substituído já foi citado.
Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero. Isso fez com que acabasse a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em consumir doses pequenas.
Isso: definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue.
Catáfora, quando a substituição é feita antecipadamente.
Acabou a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo graças a isto: a definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero.
Elipse, quando um item já citado é omitido.
João Cabral escreveu Morte e vida severina e (João Cabral) ficou conhecido, principalmente, por esse livro.
2. por reiteração (repetição ou recorrência de palavras ou expressões que têm a mesma referência), utilizando:
Sinônimos, ou seja, palavras ou expressões de sentido semelhante:
É só chegar em uma maternidade para se deparar com dezenas de visitas ansiosas para cheirar os mais novos humanos. Não é só tradição, tipo nunca admitir que um bebê é feio: o cheiro de um recém-nascido existe e seu encanto já foi comprovado cientificamente.
Hiperônimos, ou seja, palavras ou expressões de significado mais abrangente:
Os livros desse autor são garantia de qualidade, são obras de um mestre.
Nomes genéricos, ou seja, palavras ou expressões generalizantes, como fato, acontecimento, ideia, tese, coisa, pessoa etc.:
Os temas de João Cabral são geralmente a seca e a metalinguagem, fato conhecido por quem já leu seus livros.
Expressões nominais definidas, ou seja, palavras ou expressões de natureza diferente e que dependem do nosso conhecimento de mundo para serem entendidas:
Vinícius de Moraes também foi um grande escritor brasileiro; além de escrever poemas, o Poetinha também se dedicou à música popular.
Repetições:
Se reatando, de um para outro poço,

Em frases curtas, então frase e frase,

COESÃO E COERÊNCIA: MAIS 400 PONTOS NA REDAÇÃO DO ENEM

A coesão e a coerência são dois elementos que não podem faltar em qualquer texto, ainda mais na prova de redação do ENEM. Os dois somam 400 pontos se forem bem utilizados pelo candidato, por isso, a seguir, leia e treine mais o seu texto para que fique coerente e coeso. Bons estudos!

COESÃO E COERÊNCIA

MECANISMO DE COESÃO TEXTUAL
Você já sabe que um texto adequado e compreensível é aquele que tem, entre outros fatores:
 Coerência                               sentido lógico
Coesão                               encadeamento

Observe o que está escrito no manual de redação do ENEM acerca desses dois importantes elementos para a construção de um excelente texto:

COMPETÊNCIA 3
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista

O terceiro aspecto a ser avaliado em seu texto é a forma como você, em seu texto, seleciona, relaciona, organiza e interpreta informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista defendido como tese. É preciso elaborar um texto que apresente, claramente, uma ideia a ser defendida e argumentos que justifiquem a posição assumida por você em relação à temática da proposta de redação.
Essa competência trata da inteligibilidade do seu texto, ou seja, de sua coerência, da plausibilidade entre as ideias apresentadas.
A inteligibilidade de sua redação depende, portanto, dos seguintes fatores:
• relação de sentido entre as partes do texto;
• precisão vocabular;
• seleção de argumentos;
• progressão temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e que as ideias desenvolvidas são pouco a pouco apresentadas, em uma ordem lógica; e
• adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real.

• O que é coerência?
A coerência se estabelece com base nas ideias apresentadas no texto e nos conhecimentos dos interlocutores, garantindo a construção do sentido de acordo com as expectativas do leitor. Está, pois, ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação dos sentidos do texto. O leitor poderá “processar” esse texto e refletir a respeito das ideias nele contidas; pode, em resposta, reagir de maneiras diversas: aceitar, recusar, questionar, até mesmo mudar seu comportamento em face das ideias do autor, compartilhando ou não de sua opinião.
Resumindo: na organização do texto dissertativo-argumentativo, você deve procurar atender às seguintes exigências:
• apresentação clara da tese e seleção dos argumentos que a sustentam;
• encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações novas, coerentes com o que foi apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos;
• congruência entre as informações do texto e a realidade; e
• precisão vocabular.
Competência 4

Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação

Os aspectos a serem avaliados nesta competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto e a interdependência das ideias. Esse encadeamento pode ser expresso por conjunções, por determinadas palavras, ou pode ser inferido a partir da articulação dessas ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem inter-relação de orações, frases e parágrafos. Cada parágrafo será composto de um ou mais períodos também articulados; cada ideia nova precisa estabelecer relação com as anteriores.
Assim, na produção da sua redação, você deve utilizar variados recursos linguísticos que garantam as relações de continuidade essenciais à elaboração de um texto coeso. Na avaliação dessa competência, será considerado o seguinte aspecto:

• Encadeamento textual

Para garantir a coesão textual, devem ser observados determinados princípios em diferentes níveis:
– Estruturação dos parágrafos: Um parágrafo é uma unidade textual formada por uma ideia principal à qual se ligam ideias secundárias. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos podem ser desenvolvidos por comparação, por causa-consequência, por exemplificação, por detalhamento, entre outras possibilidades. Deve haver uma articulação entre um parágrafo e outro.
– Estruturação dos períodos: Pela própria especificidade do texto dissertativo argumentativo, os períodos do texto são, normalmente, estruturados de forma complexa, formados por duas ou mais orações, para que se possam expressar as ideias de causa-consequência, contradição, temporalidade, comparação, conclusão, entre outras.
– Referenciação: As referências a pessoas, coisas, lugares, fatos são introduzidas e, depois, retomadas, à medida que o texto vai progredindo. Esse processo pode ser expresso por pronomes, advérbios, artigos ou vocábulos de base lexical, estabelecendo relações de sinonímia, antonímia, hiponímia, hiperonímia, uso de expressões resumitivas, expressões metafóricas ou expressões metadiscursivas.

RECOMENDAÇÕES

Procure utilizar as seguintes estratégias de coesão para se referir a elementos que já apareceram anteriormente no texto:
a) substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que indicam localização, artigos;
b) substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expressões resumitivas ou expressões metafóricas;
c) substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que resumam e retomem o que já foi dito; e
d) elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados anteriormente ou sejam facilmente identificáveis.
Resumindo: na elaboração da redação, você deve, pois, evitar:
• frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical;
• sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos, reproduzindo usos típicos da oralidade;
• frase com apenas oração subordinada, sem oração principal;
• emprego equivocado de conector (preposição, conjunção, pronome relativo, alguns advérbios e locuções adverbiais) que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto e prejudique a compreensão da mensagem;
• emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; e
• repetição ou substituição inadequada de palavras, sem empregar os recursos oferecidos pela língua (pronome, advérbio, artigo, sinônimo).
Detalhe: cada competência equivale a 200 pontos, portanto, coesão e coerência praticamente são dois assuntos que somam quase a metade da nota da redação do exame nacional do ensino médio, logo, vamos estudá-los.
Agora, vamos estudar mais a fundo os mecanismos que garantem coesão textual. Inicialmente, é importante entender que a coesão textual ocorre em vários níveis:





COESÃO

ENTRE PALAVRAS    ENTRE ORAÇÕES   ENTRE PERÍODOS      ENTRE PARÁGRAFOS        ENTRE TEXTO E CONTEXTO

São esses diferentes encadeamentos que tornam o texto coeso e que, consequentemente, colaboram para sua coerência.
Para usar a metáfora criada por João Cabral de Melo Neto, da mesma forma que um rio necessita de “muita água em fios/para que todos os poços se enfrasem”, o texto precisa de mecanismos linguísticos que mantenham as relações textuais e garantam a continuidade de sentido.
Observe, no quadro a seguir, a síntese dos mecanismos de coesão referentes a cada uma dessas relações textuais:
Mecanismos de coesão
Referencial
Recorrencial
Sequencial
1. Substituição
1.1. Anáfora
1.2. Catáfora
1.3. Elipse

2. Reiteração
2.1. Sinônimos
2.2. Hiperônimos
2.3. Nomes genéricos
2.4.Expressões nominais definidas
2.5. Repetição
1. Retomada de termos
2. Paralelismo

1. Correlação dos tempos verbais
2. Conexão entre orações
3. Conexão entre períodos e entre parágrafos
 Na próxima publicação, detalharemos cada mecanismos de coesão listados acima.

II SIMULADO DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2017

Os estudantes do terceiro ano do ensino médio da Escola Irmã Agnes Vincquier, em Ipixuna do Pará, participaram do II Simulado de Redação promovido pelo professor Alessandro Soares com o apoio da coordenação e direção da escola. O simulado, além de ser uma atividade avaliativa, consiste num simulacro da prova de redação do ENEM, o qual teve como tema um dos assuntos especulados para a prova de redação do ENEM deste ano. Por meio dessa atividade, os alunos com certeza estarão mais bem preparados para o grande teste que será realizado em novembro. Parabéns aos estudantes que participaram; continuem lendo e escrevendo.







terça-feira, 1 de agosto de 2017

Enem: palavras que você fala, mas não pode usar na redação

FONTE: GUIA DO ESTUDANTE
Utilizar na dissertação palavras e expressões da linguagem falada é um dos erros que tira pontos na Competência 1 da prova de redação do Enem, se você repetir um erro desse tipo. Ou seja, perde pontos se cometer um erro do mesmo tipo duas vezes.
Não é à toa que isso está na primeira competência: ela avalia seu domínio global da escrita, e não da fala, que é outro modo de comunicação, com outros protocolos e regras. A questão é que há várias palavras que são comuns na linguagem falada.
Um pouco de confusão ocorre porque nós lemos essas palavras em narrativas, romances e até em reportagens, gêneros em que elas são permitidas, e nos acostumamos a elas. Uma dissertação é, em princípio, endereçada a qualquer leitor, não a um leitor específico, por isso você não pode conversar com quem a está lendo.
O aluno não deve escrever em dissertação como se estivesse conversando com alguém. Ele deve passar a mensagem com foco na informação, se concentrar naquilo a que se refere, seu conteúdo, e não dialogar com quem o lê. É comum nas dissertações aparecerem frases como ‘então, se você conhece alguém que sofre preconceito, denuncie’, ou seja, a pessoa conversou diretamente com o leitor. Ela deveria escrever, por exemplo, ‘quando alguém sofre preconceito isso deve ser denunciado’. Se o aluno mantiver em mente que deve ser impessoal e não pode se referir ao leitor, ficará mais fácil evitar as oralidades”, explica a professora Nathália Macri Nahas, colaboradora do Guia do Estudante Redação.
As cartilhas do participante da prova do Enem, divulgadas todos os anos pelo Inep, dão pistas, mas não aprofundam a abordagem ou os exemplos. Elas sugerem evitar a repetição de alguns termos, pois essa repetição é que tipifica uma conversa – quando a pessoa encadeia ideias em frases curtas, sem muita preocupação de coesão e adequação de sentido da palavra no conjunto. As cartilhas exemplificam com e”, “aí”, “daí e então”, instruindo os candidatos a usar palavras mais formais.

♦ Usar  e daí

De fato, usar daípode ser considerado oralidade pelo avaliador, já que inicialmente ambos são advérbios referentes a lugar (como em “não coloque a toalha molhada aí” ou “sai daí”). Assim, não é adequado usá-los como conectivos, e escrever, por exemplo: “o governo entrou em crise fiscal e aí começou a cortar gastos”; ou “a inflação tornou-se um problema, daí o Banco Central aumentou a taxa de juros. O texto da cartilha sugere que o uso desses termos, dessa forma, será considerado oralidade.

♦ Usar E repetidamente

Usar erepetidas vezes também pode ser oralidade. Comoe é principalmente usado como conjunção, deve preferencialmente ligar períodos, não frases estanques. Usar uma vez tudo bem, mas pode ser considerado oralidade iniciar duas ou três frases com ele.

♦ Uso de então

Surpreso com a inclusão da palavra “então” como possível erro? Pois esse é um caso especial em que a instrução do Inep pode confundir, já que é possível usar então adequadamente na dissertação. A palavra pode ser usada como conjunção, com o sentido de logonesse caso, dessa forma; e também como advérbio temporal, com o sentido de aquele tempo ou época. Exemplos de uso correto:
Como conjunção: Se o governo exige deveres do cidadão, então deve também zelar por seus direitos.
Como advérbio temporal: A Constituição de 1988 consagrou os direitos dos indígenas. Desde então, eles lutam pela demarcação de suas terras.

♦ Evite algumas contrações

Algumas contrações são consideradas regulares na escrita, mas outras geram dúvidas entre os gramáticos: alguns dizem que é linguagem oral, outros que não é. São os casos dos termos dum(demaisum), duma(demais uma), num e numa (emmaisumeuma). Como há dúvidas entre os gramáticos, o candidato provavelmente não perde pontos ao usá-los, mas sugerimos evitá-los. Afinal, numajá gerou até a gíria numas. Com certeza evite pra(em lugar de para), (em vez de está), (de não é), são da linguagem oral.

♦ Não use interjeições

Como heinohahpoxapuxa, putz e outras. São típicas da fala.

♦ Não use gírias

Como tipocara (se referindo a pessoa), valeurolêmina,chocantetrolar (aprontar) e outras.

Reportagem

 GÊNERO TEXTUAL REPORTAGEM Olá, eu sou o professor Alessandro. Na aula de hoje vamos abordar o assunto reportagem. Reportagem é um gênero te...