terça-feira, 21 de maio de 2019

Dicas de Filme da cultura POP para trabalhar em sala de aula

Atenção colegas professores, normalmente quando passamos filmes educativos em sala de aula, os alunos os rotulam como chatos. Assim, a tarefa de exibir um filme, a qual seria para educar e entreter, acaba se tornando num desastre que desestimula tanto aluno quanto professor. Com anos de experiência, selecionei alguns que poderão ser exibidos para os nossos jovens e adolescentes, até adultos. Esses filmes com certeza terão a atenção devida dos estudantes assim como do educador.
I - Doutor Estranho - Marvel;
Sendo da Marvel, o filme provavelmente é bom. Até hoje podemos confiar nessa tese. O filme aborda a história de um cientista que precisa acreditar em milagres, depois de uma tragédia. É uma síntese do ser humano do início do século XX, o qual viveu a empolgação e a frustração com a ciência e a tecnologia. É possível relacionar com as Vanguardas Europeias, além de permitir discussão, debate e produção textual sobre a relação entre a ciência e a metafísica. Com efeitos especiais de ponta, dificilmente alguém dorme vendo esse filme.

II - A forma da água
Normalmente, algumas pessoas como eu apresentam certo receio com filmes vencedores de Oscar, pois muita das vezes os críticos de cinema não têm a mesma percepção que nós temos. Entretanto, esse filme de Guilherme del Toro é simples, emocionante e prende atenção de qualquer um. Além disso, o professor escolhe entre abordar Romantismo - principalmente a segunda geração; Modernismo, segunda geração, com ênfase nos personagens da camada mais simples da sociedade, além de poder instigar os estudantes a refletirem sobre diversos outros temas que o filme enfatiza, como conceitos de beleza, amor, feísmo, entre outros. A PERSONAGEM PRINCIPAL USA A LINGUAGEM DE LIBRAS PARA SE COMUNICAR!!!!. A única ressalva é que por ter cenas eróticas - não são pornográficas - é preciso ter cautela em exibi-lo em sala de aula.

III - O Extraordinário

Toda história tem diferentes pontos de vista. Essa frase do diretor da escola é tão extraordinária quanto o filme. Se a sua escola quer sensibilizar os estudantes sobre a questão do Bullying, importância da família, amizade, namoro, e a função primordial da escola, o Extraordinário é o filme, o que faz os alunos quererem conversar em sala de aula sobre seu enredo e seus personagens, porque muito do que ocorre na escola do filme acontece na escola da vida real, mas tanto educadores quanto educandos não têm encontrado meios para tratar de maneira profunda e emocionante temas caros a nossa sociedade cada vez mais ameaçada pela violência na escola. O diferencial desse filme é que pode ser exibido para qualquer faixa etária, mas consegue falar com todas as idades.




IV - O menino que descobriu o vento

Assim como a Marvel, o símbolo da Netflix pode ser sinal de um bom filme. Isso vale para a história - baseada em fatos reais - de um garoto que usa os livros, ou seja, o conhecimento para mudar a vida de sua família e da sociedade onde vive, onde reinava a miséria, fome e a falta de políticas públicas. É o tipo de filme que dependendo da disciplina que o professor atua, ele sempre vai achar algo para abordar em sala de aula, seja das ciências físicas ou das humanas. O filme é bom, cativante, inspirante e, fundamentalmente, ensina que mesmo diante das dificuldades, é possível vencer na vida. NÃO É RECEITA DE AUTOAJUDA. É um fato que ocorreu na vida real e a Netflix conseguiu inserir isso nesse maravilhoso filme.

Essas são as quatro sugestões de hoje. Não podemos deixar de acreditar que a sala de aula sempre será um espaço para permitir que o processo de ensino e aprendizagem aconteça. Ver um filme de vez em quando pode cumprir muitas tarefas, mas principalmente a de sensibilizar a nós e a nossos estudantes para diversos assuntos que não temos tido tempo para conversar. O filme só não pode substituir o livro, que o sirva como complemento. Bom filme a todos e uma excelente aula, claro!
PS. Se a turma puder levar uma pipoca, melhor ainda!
Professor Alessandro.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Poemas de Castro Alves sobre a mulher

O "Adeus" de Teresa

A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus
E amamos juntos E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala

E ela, corando, murmurou-me: "adeus."

Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . .
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus
Era eu Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa

E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"

Passaram tempos sec'los de delírio
Prazeres divinais gozos do Empíreo
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse - "Voltarei! descansa!. . . "
Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"

Quando voltei era o palácio em festa!
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei! Ela me olhou branca surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!

E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"



Adormecida 

Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."


Boa Noite

Boa noite, Maria! Eu vou,me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde. .
Não me apertes assim contra teu seio.

Boa noite! ... E tu dizes - Boa noite.
Mas não digas assim por entre beijos... 
Mas não mo digas descobrindo o peito,
— Mar de amor onde vagam meus desejos!

Julieta do céu! Ouve... a calhandra 
já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti? ... pois foi mentira... 
Quem cantou foi teu hálito, divina!

Se a estrela-d'alva os derradeiros raios
Derrama nos jardins do Capuleto,
Eu direi, me esquecendo d'alvorada:
"É noite ainda em teu cabelo preto..."

É noite ainda! Brilha na cambraia
— Desmanchado o roupão, a espádua nua
O globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a lua. . .

É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores. 
Fechemos sobre nós estas cortinas...
— São as asas do arcanjo dos amores.

A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos...
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!

Ai! Canta a cavatina do delírio, 
Ri, suspira, soluça, anseia e chora. . .
Marion! Marion!... É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora?!...

Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo...
E deixa-me dormir balbuciando:
— Boa noite! — formosa Consuelo.

Reportagem

 GÊNERO TEXTUAL REPORTAGEM Olá, eu sou o professor Alessandro. Na aula de hoje vamos abordar o assunto reportagem. Reportagem é um gênero te...